
CARATINGA – Não é novidade pra ninguém os trechos com maior incidência de acidentes ao longo do perímetro urbano da BR-116. Qualquer motorista mais atento citará pelo menos quatro deles: próximo à antiga garagem da Itapemirim (rua da Piedade, entre os Bairros Esplanada e Salatiel), cruzamento da Rafamoto e Lamartine, tobogã (trecho do viaduto sobre a avenida Catarina Cimini) e cruzamento da Engelmig.
Hoje, a partir das 19h, acontece uma reunião na Câmara Municipal de Caratinga promovida pelo Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários e Taxistas Autônomos de Caratinga, com apoio do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), para discutir sobre os pontos de travessia mais críticos da rodovia federal que corta o município. Inclusive estes pontos mencionados farão parte de apresentações técnicas durante o encontro, que terá a presença de um engenheiro de tráfego de Belo Horizonte como convidado e de um psicólogo especializado em comportamento no trânsito.
“São pontos críticos, que precisam da atenção e da sensibilidade das autoridades e este evento reforçará nosso protesto promovido no dia 7 de agosto cobrando melhorias para os pontos de travessia mais perigosos do perímetro urbano da BR-116”, antecipa o taxista João Nogueira, coordenador do evento.

O objetivo da reunião é reforçar o trabalho de sensibilização das autoridades por obras de intervenção que garantam mais segurança ao longo do trecho da rodovia cortando o perímetro urbano. “Durante a reunião os especialistas estarão mostrando as intervenções necessárias”, afirma Nogueira. “Um fato alarmante é que possuímos uma frota de 36 mil veículos e as perigosas travessias da BR-116 acumulam índices avassaladores de acidentes de trânsito, especialmente com motos, sem nenhuma segurança para condutores e pedestres, o que ocasiona a morte de tantas pessoas”, reforça o coordenador do evento.
Uma palestra com o psicólogo e coordenador do curso Tecnológico de Segurança no Trânsito do UNEC, professor Caio César Gomes, estará abordando o comportamento humano no trânsito e os estímulos de desatenção que contribuem para a causa de acidentes. “No trecho da antiga garagem da Itapemirim existem pelo menos 10 pontos que estimulam a desatenção. Então, se a gente pensar que três estímulos já são considerados uma carga ao psíquico, neste ponto os acidentes são praticamente inevitáveis”, alerta o professor.

Representantes de diversos segmentos foram convidados a participar, inclusive o gerente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Milton Genelhú, que até o fechamento desta reportagem ainda não havia confirmado presença.
“A BR-116 é de competência federal, então nada mais óbvio e plausível do que a presença do seu representante maior na região, no caso do Dnit, para ouvir o que a população tem a dizer, saber dos problemas técnicos que estão causando tantos acidentes e apresentar suas argumentações do que pode ser feito. O que não pode é continuar como está, com tantas pessoas morrendo e ficar por isso mesmo”, conclui Nogueira.
