CARATINGA- A crise econômica no País com aumento do preço de combustíveis, gás e de produtos, em geral, tem afetado o cotidiano de muitas pessoas. Isso tem se refletido para a categoria dos motoristas de aplicativo de transporte e táxi.
O DIÁRIO conversou com representantes destas categorias para saber como eles têm sido afetados. Valdivino de Paula é motorista de aplicativo há quase três anos e relata as dificuldades enfrentadas. “Esse aumento da gasolina nos prejudicou muito porque trabalhamos quase que a meia com o posto de gasolina, sem contar também com a manutenção do veículo, oficina, comprar pneu. Ultimamente para sobreviver como motorista de aplicativo está muito difícil, então, quem tem outras despesas, paga água, luz, aluguel, tem sofrido. Não está fácil, mas, vamos dando um jeitinho da gente, nos virando”.
Conforme Valdivino, a demanda de corridas tem sido afetada diretamente, pois, os clientes impactados pelos altos custos em outros setores, não estão procurando o transporte com a mesma frequência. “Observamos que as duas últimas semanas do mês têm dado muito pouco passageiro, o aplicativo tem chamado pouco, porque parece que tem pouco dinheiro circulando no mercado, o que tem atrapalhado a classe de motoristas de aplicativo. Também esperamos que numa oportunidade melhor possa ter mais recursos para o povo, para que o povo também possa voltar a andar de aplicativo, porque muita gente está a pé, pois, não está tendo condição de pagar”.
Ele ainda destaca as medidas que tem utilizado para economizar. “É a comunicação entre um e outro do posto que vende mais barato, que dá desconto. Ficamos procurando, uns dão desconto de 10%, outros de pontuação, que lava o carro. Vamos atrás desses recursos que ajudam, um desconto de 10 centavos num litro de gasolina ou álcool para nós que trabalhamos no aplicativo é bem favorável”.
A respeito do projeto de lei no Senado Federal para o pagamento de R$ 300 do auxílio gasolina para motoristas de aplicativo, taxistas e mototaxistas, Valdivino opina. “Ajudaria a todos, mas, essa medida teria que ser para agora. Mas, como é ano eleitoral, proibiram que dessem pra nós esse ano. Creio que para o ano que vem, quem for ficar no aplicativo, qualquer ajuda que vier vai ser bom. Está todo mundo num funil, cada dia que passa vai apertando um pouquinho e vamos dando um jeitinho. Não sei até quando vamos conseguir dar esse jeitinho, mas, de maneira que vamos levando. Devagar vamos chegar lá, se Deus quiser”.
Custódio Martins, que é presidente do Sindicato dos Taxistas, destaca como os motoristas têm sido atingidos. “Há bastante tempo não somos aferidos o taxímetro, então, estamos passando um sufoco muito grande a respeito desses aumentos que está tendo da gasolina. Isso é complicado, porque para passar para o freguês, se aumentarmos muito acabamos perdendo o freguês. A economia está complicada, todo mundo ganhando o seu salarinho, então, fica difícil. Todo mundo está sofrendo, não só na gasolina, no táxi, mas, na economia total”.
Apesar desta situação, Custódio é otimista. “Graças a Deus estamos trabalhando bem, as pessoas de Caratinga gostam de andar de táxi”.