Vários segmentos da sociedade, junto das polícias Militar e Civil, igrejas e comunidade escolar traçam estratégias de segurança
CARATINGA – Uma reunião entre comunidade escolar, polícias Militar e Civil, representantes de vários segmentos da sociedade, do poder executivo e legislativo estiveram na manhã dessa quarta-feira (19) no auditório do 62º Batalhão de Polícia Militar para criar uma rede de escolas protegidas.
De acordo com o major Flávio, a Polícia Militar vem desenvolvendo ao longo dos anos uma atividade de proteção social nas escolas com o emprego do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) e das patrulhas escolares, ações essas intensificadas desde o último dia 10, quando começaram notícias de ameaças ao ambiente escolar. Ainda segundo o subcomandante do 62º Batalhão da PM, a intensificação dessas ações ocorreu com aumento das visitas nas escolas, e o efetivo tem voltado as atenções para esse ambiente em razão desse momento de intranquilidade social. “Ressalto aqui que essa intranquilidade social foi causada por divulgação de notícias falsas. No estado de Minas Gerais não temos nenhum histórico de ocorrência de ataques às escolas. A Polícia Civil através das investigações que foram desenvolvidas não identificou nenhum potencial para que essas situações ocorram nas cidades que compõe o 62º Batalhão, a nossa inteligência também não identificou nenhuma ação em potencial, de forma que ações são preventivas para trazer tranquilidade a comunidade escolar a voltar esse ambiente de paz que sempre existiu em nosso estado e garantir que essas pessoas possam de fato frequentarem a aula com toda segurança que as escolas sempre proporcionaram”, explicou o major Flávio.
O oficial da PM disse ainda que a reunião de teve por objetivo criar uma rede de integração, para além das ações que já são desenvolvidas ao longo dos anos. “Estamos criando a rede de proteção escolar, é uma rede interdisciplinar que agrega toda comunidade escolar, Polícia Militar, Polícia Civil, muitos setores da sociedade civil organizada, secretaria municipal de Educação, Superintendência de Ensino de Caratinga, todo esse grupo interdisciplinar está agregado nessa rede. Essa rede é para além de um grupo de WhatsApp que vai ter o fluxo de informação, de comunicação, de medidas que serão adotadas. Essa rede permite a adoção de medidas de diversos setores, de encaminhamento, de identificação e resolução de problemas que existem nesse ambiente escolar”.
OPERAÇÃO EM TODO ESTADO
Em virtude de notícias falsas segundo a Polícia Militar, espalhada por uma jovem já identificada que nessa quinta-feira (20), haveria um ataque às escolas, como aconteceu em 1999 nos Estados Unidos, além de se comemorar o aniversário do nazista Adolf Hitler, para tranquilizar a população, uma operação acontece em todo o estado. “A operação terá mobilização de todo efetivo da Polícia Militar em todo estado. Os militares que estariam de folga tiveram as mesmas cassadas, terá o emprego maciço do nosso efetivo nessa operação de proteção escolar com emprego no início do expediente matutino, as equipes de policiamento estarão antes do início das aulas no período da manhã, e se estenderá até o encerramento do dia letivo, até o último turno das escolas que estão em nossa área de atuação. Ressalto que haverá emprego de todas as aeronaves no estado de Minas, das unidades de policiamento especializado, que é batalhão de policiamento rodoviário, de meio ambiente, receberemos esse aporte de efetivo. Em todas as escolas, sem exceção, haverá policiamento de forma fixa. Só para trazer mais tranquilidade à população, recomendo que os pais mandem os filhos para a escola, tentem manter esse clima de normalidade, e que não acreditem na divulgação dessas notícias que já foi constatado que são falsas, com nenhum conteúdo que venha comprometer a segurança no ambiente escolar”, afirmou major Flávio.
POLÍCIA CIVIL
O delegado regional Ivan Sales disse que a reunião é muito importante porque traz uma rede de atores que precisam se envolver nas recentes ameaças. “No que se refere a Polícia Civil todas as ameaças que surgiram foram apuradas, os adolescentes foram identificados, não se tratavam de ameaças reais, então não há que ter pânico nesse momento, pois na verdade queriam mais se expressar e foram chamados na polícia, entenderam que o que fizeram estava errado, então é preciso que a gente divulgue, que no primeiro momento a Polícia Civil consegue identificar todas essas ameaças pelo meio cibernético, não existe mais aquele estigma que crime cibernético não se apura. Todos serão apurados, então é preciso que a gente mostre, que se divulgue que não façam porque serão identificados, mas tranquilizar os pais que todas essas ameaças que surgiram, nenhuma delas tinha real potencial de algum atentado”, ressaltou o delegado.
Ainda na opinião do delegado, a reunião foi extremamente importante para mostrar que não é só a segurança pública que atua para resolver esse problema, mas uma questão multidisciplinar onde os pais devem se envolver, saber o que os filhos estão acessando, passando pela escola, pelos professores, que devem avaliar o comportamento dos alunos, e também da Polícia Militar no sentido de prevenir e a Polícia Civil, de investigar. “Todos alunos envolvidos com ameaças foram encaminhados ao Ministério Público, vão responder, serão aplicadas medidas socioeducativas, isso não fica impune, não é porque é adolescente, que fica impune, mas se tratavam de alunos que aproveitaram do momento para fazer uma espécie de brincadeira, nenhuma dessas ameaças tinha potencial real de acontecer”, concluiu o delegado.
- Reunião aconteceu no 62º Batalhão da PM
- Tenente-coronel André Pedrosa
- Major Flávio
- Delegado Ivan Sales