Zilanda Souza
Livros, currículo, materiais, espaços, professores e alunos. Coloca tudo dentro de uma escola, organiza em horários, cronogramas de provas, reuniões pedagógicas e de pais, uma pitada de recreios, aulas de arte de 50 minutos por semana (eu fui professora de arte), ahhhhh e eventos! Nada como um bom Dia das Mães e uma animada Festa Junina na escola! E tchan tchan tchan….Teremos aprendizagem! #sqn
Não é bem assim e por mais estruturada e bem organizada, a escola com o olhar nela mesma, não acessa o processo de aprendizagem. Isso porque aprender é um processo que acontece no aluno, não é do controle do professor, não está sob o domínio dos pais. Aprender é um processo interno. Então como acessar esse processo? Como pode a escola e especialmente nós professores intervirmos em algo que acontece fora de nós mesmos?
Vejamos:
- Nossos olhos, nossa atenção, nossa pesquisa e investigação precisam voltar-se para o sujeito que aprende. Trata-se de uma mobilização de habilidades cognitivas, executivas e socioemocionais que precisam ser conhecidas pelo professor.
- O movimento externo à aprendizagem precisa ser coerente com o desenvolvimento dos nossos alunos. O que temos de externo ao processo de aprendizagem? A formação do professor, o referencial bibliográfico, as rotinas, os espaços, os materiais, as técnicas de ensino e o que às vezes eu chamo de “vilões da aprendizagem”: a organização dos tempos na escola, o “senhor” livro didático e o maldito cronograma de provas! Sem querer retirar a importância de cada um desses itens, inclusive os que eu chamei de vilões, eu preciso afirmar: nenhum deles acessa o processo de aprendizagem de uma criança ou adolescente, se o mesmo não atender uma demanda interna. Ou seja, a lâmpada do conhecimento que clareia os processos internos de aprendizagem, funcionamento da memória e os marcos do desenvolvimento, vem dissipando as trevas da ineficiência do ensino. Quanto mais nos damos a conhecer sobre esse desenvolvimento e o aplicamos nas decisões sobre os processos de ensino, maior é o nosso poder de revisão da nossa formação, dos nossos recursos e do funcionamento da escola como instituição que acessa o processo de aprendizagem das nossas crianças e adolescentes. Haja Luz!
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