RAUL SOARES TEM 91 QUILOMBOLAS

Quilombolas de Raul Soares são destaque na região (foto: Arquivo DIÁRIO)

Comunidade Quilombola dos Bernardos, de Santana do Tabuleiro é reconhecida pela Fundação Palmares
RAUL SOARES- A população quilombola do país é de 1.327.802 pessoas, ou 0,65% do total de habitantes. Os dados são do Censo 2022, que investigou pela primeira vez esse grupo, integrante dos povos e comunidades tradicionais reconhecidos pela Constituição de 1988. Foram identificados 473.970 domicílios onde residia pelo menos uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros.
Na região, o município de Raul Soares se destaca com 23.423 habitantes e 91 pessoas quilombolas, o que responde a 0,39% da população.
Quilombolas são grupos que possuem identidade cultural própria e se formaram por meio de um processo histórico que começou nos tempos da escravidão no Brasil.
OS BERNARDOS DE SANTANA DO TABULEIRO
A Comunidade Quilombola dos Bernardos é detentora de uma cultura secular que é reconhecida pela Fundação Palmares, desde o ano de 2006. Eles residem no Córrego Grande, no distrito de Santana do Tabuleiro, município de Raul Soares.
O fundador da comunidade é Joaquim José Bernardo. Conforme relatos de pesquisadores, um ato de violência motivou a fuga da família.
Na reportagem do DIÁRIO de 25 de julho de 2021, Lucas de Rezende Nogueira, à época diretor chefe de divisão da Secretaria de Cultura e Turismo, explicou alguns detalhes da história. “No século XIX, o patriarca da família veio para a região de Caratinga, por conta de um conflito que aconteceu na fazenda. Saiu para encontrar meios de tirar a família de lá. E depois de um tempo aqui próximo de Caratinga ele voltou para a fazenda e trouxe a família, já em uma segunda exploração aqui pelo território, assentou a comunidade aqui e foi se desenvolvendo até o que tem hoje. Durante muito tempo, a década de 80/90 ainda tinham vestígios de uma certa cultura de comunidade quilombola, remanescente de quilombo que ia se mantendo, com o tempo foi perdendo e agora estão resgatando”.
A Secretaria destacou o trabalho de pesquisa, histórico e cultural, com a Comunidade dos Bernardos. “Podemos estimar que já existem bisnetos e tataranetos do Bernardo, que começou a comunidade. Ainda estamos fazendo o levantamento, revitalização documental de toda esta história”.

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