Quatre-vingts! (Catre-vans!)
Que número engraçado esse em francês, que quer dizer, quatro vintes, ou, então, oitenta.
Em alguns anos estarei chegando a essa estação da vida: quatre-vingts, ou oitenta!
Acho isso – como dizem por aí – um barato, o maior barato.
Mas, quais seriam os propósitos de alguém que chega a essa idade?
Eu diria,
Em primeiro lugar:
Não quero me tornar
um incômodo maior
para os jovens
– sendo bem sincero,
para ninguém.
Como?
Bem, é verdade que eu posso já estar defasado em muitas áreas da “vida corrente”, isto, porém, não significa que eu não possa me esforçar para ser um bom velhinho!
– Que velho mais chato!!!
Não, nem de longe quero ser essa caricatura que semeia tristeza e, às vezes, desespero entre familiares, amigos e nem-tão amigos!
Lembro de meu falecido pai, Rudolfo, cujo nome não está no Guiness – por algo que tenha feito ou alcançado: mas ele foi um bom velhinho até seus 101… E eu queria acrescentar ainda, assim sem consultar o ‘mundo’: Ele era um bom velhinho!
Todo mundo gostava dele, e iam visita-lo, isso – é claro – quando não estava trabalhando…
Até seus últimos anos ele aceitava pedidos – pedidos pequenos, tipo uma cadeirinha, uma mesinha, um ralador de couve (esse ficou muito famoso, pois ele colocava uma navalha importada, antiga, mas que não perdia “o fio” – estava sempre afiada. Até hoje, mais de uma década depois de sua partida, ainda usamos e não queremos nem vender – o aparelho que ele fez para durar para sempre.)
Outra coisa: não lembro de meu pai falar muito, ou de contar coisas engraçadas, ou mesmo piadas: sua expressão geral era um sorriso, sorriso de contentamento e de propósito.
Ele sabia porque estava vivendo, mesmo não entendendo porque chegara aos 90, ou mesmo, aos 100 anos.
Então, hoje, na antevéspera dos meus quatre-vingts ou oitenta, quero colocar bem destacado que não tenho muitas ambições, apenas quero viver todos os anos que o meu Deus e Criador destinou para mim…
… sendo um velhinho que ainda contribui, ainda ajuda, ainda faz algo bom.
Enfim, um bom velhinho!
Um grande abraço para todos!
Sejam felizes – hoje, no seu dia de aniversário, e em cada dia que nosso amado Senhor e maravilhoso Criador lhes der.
(Eu ia esquecendo: na minha cidade natal, Ijuí – Rio Grande do Sul, ontem, dia 19, sempre foi feriado municipal. Quando pequeno, eu pensava que era para festejar meu aniversário… Esse guri não tinha jeito mesmo!)
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]