CARATINGA- Profissionais da rede estadual de ensino se reuniram na Praça Getúlio Vargas, em manifestação na manhã desta segunda-feira (28). Com cartazes e apitos, eles apresentaram suas reivindicações junto ao Governo do Estado.
A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, subsede Caratinga, Maysa Salgado, apresenta a pauta pleiteada pela categoria. “A Educação veio para as ruas em prol do cumprimento do piso salarial e contra o Regime de Recuperação Fiscal. Estamos nessa luta há mais de cinco anos e esse piso anunciado pelo MEC (Ministério da Educação) não chega à categoria. Temos hoje trabalhadores em Educação que recebem menos que um salário-mínimo, que são aqueles que fazem a merenda da escola, limpam a escola. Esta semana temos uma votação de emendas, precisamos pressionar os deputados a votarem em prol delas, mesmo que o governo vete, o que ele já posicionou em fazer, o que for aprovado a mais do que ele aprovou que é 10% e vamos tentar derrubar esse veto junto aos deputados”.
De acordo com Maysa, ainda não foi possível uma negociação com o Estado. “Essa greve só aconteceu por falta de diálogo do governador. Já fizemos 39 ofícios solicitando o cumprimento deste piso, que é um direito da categoria, um piso que o dinheiro vem pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), então, o Governo está fazendo caixa com esse recurso. Hoje temos mais de 394 milhões que deveriam ser colocados na folha de pagamento dos servidores. Nas 19 reuniões o Governo não levou nenhuma proposta. A proposta dos 10% só veio esses dias atrás e não atende a nenhuma das categorias, não só a Educação”.
Em Caratinga, a adesão de profissionais em greve é de, em média, 70%. “Mas, têm cidades que estão 100%, como São João do Oriente, Iapu e Imbé. Está fortalecendo a adesão”, destaca.
A professora Aparecida Ferreira carregava o cartaz ‘Professor lutando, também está ensinado’. Ela fez um balanço da manifestação. “Espero que nosso governador cumpra com o dever de pagar o piso salarial, que é nosso direito, direito que conquistamos. Que ele possa repensar sobre as atitudes dele e fazer a obrigação dele, pagar nosso piso que é reservado pra nós. Ele não tem que mexer no nosso piso para mais nada, para cobrir nenhuma outra despesa. É lei, ele tem que cumprir a lei, não vamos abrir mão deste direito. Eu não queria estar aqui, porque nossos alunos já ficaram dois anos sem aulas, mas, infelizmente, se cruzarmos os braços nunca vamos chegar a lugar nenhum. Gostaria que os pais e nossos queridos alunos entendessem nossa posição e nos apoiassem. Críticas têm muitas, mas, o que estamos reivindicando não é aumento de salário. É o cumprimento do direito de nos pagar o piso, que é lei e mais nada”.