CARATINGA – O custo de vida do brasileiro está cada vez mais alto, e em Caratinga não é diferente. Para algumas pessoas, comer, tomar medicamentos e utilizar veículos para locomoção está quase impossível.
Consumidores lutam para encaixar os constantes reajustes no orçamento mensal, mas nem sempre é possível.
Rosameire Fonseca do Vale Lopes, 55 anos, é casada, tem um filho de 14 anos, o marido está sofrendo de depressão e ela tenta driblar a crise vendendo salgados nas ruas, isso quando os problemas de coluna não impedem.
A reportagem conversou com Roasameire quando ela saía de um supermercado da cidade, e não deu pra levar muita coisa. “Se você não pegar a mercadoria na hora, quando volta já é outro preço e o custo de vida está muito difícil, tanto na alimentação, quanto nos remédios. Quando vou ao supermercado não dá pra comprar tudo, a gente compra o básico e faço bicos o dia que dá, porque tenho problema de nervo ciátio e na coluna, quem tem sabe que é muito difícil. Meu esposo tem depressão, toma medicação muito caro, e tem a luz e água que está vindo muito caros, inclusive a rede de esgoto que a gente paga que não deveria ter que pagar”, lamentou a dona de casa.
Na hora de fazer a compra de comida, Rosameire diz que o óleo, o açúcar estão muito caros. “O arroz de vez em quando a gente encontra na promoção, legumes se andar bastante, se tiver disposição e como carregar, dá pra comprar, o pó de café nem se fala. Carne não tem jeito de comer. Com R$ 50,00 no supermercado a gente deveria comprar uma sacola de arroz, uma de açúcar, um óleo, um feijão, um pó de café mais barato, mas ainda fica faltando alguma coisa, como o sal, legumes, verduras”, disse Rosameire.
Os medicamentos também têm sido um vilão no bolso do consumidor. “A farmácia cada dia que passa é um preço diferente, quando consegue encontrar genérico dá pra comprar, mas caso contrário não tem jeito, exames médicos a gente não consegue pagar particular”, enfatizou a dona de casa.
A constante alta nos preços dos combustíveis é outro problema, principalmente para os caminhoneiros.
Sebastião Nogueira de Souza, mora em Jaguaré/ES, mas passa por vários estados transportando defensivo agrícola, e reclama que não está fácil trabalhar com o preço atual do diesel, que em alguns lugares ultrapassa R$ 8,00, o litro. “A dificuldade só aumenta, porque com tanto petróleo que produz aqui no nosso país, e uma carestia dessa, isso é um absurdo. Esse caminhãozinho que trabalho, três quilômetros e meio, não chega a quatro quilômetros por litro. Você paga aí quase sete conto no litro de óleo diesel, é muita coisa. Vi um comentário que os caminhoneiros vão parar, estou torcendo que pare, tem que melhorar”, reclama o caminhoneiro.
Sebastião disse que o lugar mais caro que já abasteceu foi na Bahia, em Teixeira de Freitas. “Está R$ 8,00, tem posto lá de R$ 8,20 o litro de óleo diesel. Com um ano o preço triplicou, sou empregado, mas os autônomos estão sofrendo e muito”, disse.
O caminhoneiro ainda tem alguma esperança no processo democrático das eleições. “Hoje para eleger alguém e confiar está difícil, mas a gente tem que tentar, mas votar numa pessoa e dizer que vai melhor alguma coisa a gente fica na dúvida, mas pode melhorar”.