Consumidores reclamam de aumento dos preços de itens da cesta básica. Supermercados afirmam que exportações e dólar afetam valores
CARATINGA- Nos últimos dias, muitos consumidores de Caratinga têm reclamado do aumento do preço dos itens da cesta básica. O problema é uma realidade em todo o País.
O DIÁRIO procurou a Prefeitura de Caratinga que confirmou que o Procon local recebeu algumas reclamações sobre “preços abusivos” e que a equipe está organizando uma ação para a próxima semana, em que serão exigidos, dos estabelecimentos, as três últimas notas fiscais dos produtos. A orientação é para que os consumidores façam a pesquisa de preço e, caso percebam algo “abusivo”, comuniquem ao Procon.
A partir da ação será verificado o real motivo do aumento dos preços. Mas, a prefeitura destacou que neste mês a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou a resposta para o descontrole nos preços “Conforme apuramos, isso se deve ao aumento das exportações destes produtos e sua matéria-prima e a diminuição das importações desses itens, motivadas pela mudança na taxa de câmbio que provocou a valorização do dólar frente ao real”.
SUPERMERCADOS
Em nota, a Abras disse que o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços de forma generalizada repassados pelas indústrias e fornecedores. Itens como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja com aumentos significativos. A Associação que representa as 27 associações estaduais afiliadas, vê essa conjuntura com muita preocupação, por se tratar de produtos da cesta básica da população Brasileira.
Ainda justificou a política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal. “Reconhecemos o importante papel que o setor agrícola e suas exportações têm desempenhado na economia brasileira. Mas alertamos para o desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado interno para evitar transtornos no abastecimento da população, principalmente em momento de pandemia do novo Coronavírus (Covid-19)”.
O setor supermercadista declara que tem se esforçado para manter os preços normalizados e vem garantindo o abastecimento regular desde o início da pandemia nas 90 mil lojas de todo o país. E que também tem dialogado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento. “Apoiamos o sistema econômico baseado na livre iniciativa, e somos contra às práticas abusivas de preço, que impactam negativamente no controle de volume de compras, na inflação, e geram tensões negociais e de ordem pública”, disse.
Nesta quinta-feira (3), a Abras comunicou à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sobre os reajustes de preço dos itens citados. “Com o intuito de buscar soluções junto a todos os participantes dessa cadeia de fornecedores dos produtos comercializados nos supermercados. E continuará buscando oferecer aos consumidores, opções de substituição dos produtos mais impactados por esses aumentos”, finaliza em nota.
AMIS
A respeito dessa situação, a Associação Mineira de Supermercados emitiu a seguinte nota:
“A Associação Mineira de Supermercados (AMIS) vem a público manifestar sua grande preocupação com o aumento de preços de alguns produtos, especialmente, arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja.
Esses aumentos de preços se devem ao crescimento das exportações desses produtos e sua matéria-prima, e à diminuição das importações incentivada pela valorização do dólar frente ao real. A AMIS esclarece que esses aumentos não representam lucro para os supermercados, porque eles não ampliaram suas margens. Pelo contrário, o setor também tem sofrido com aumentos de custos, já que precisa atender o consumidor em um momento de alto desemprego e redução da renda.
Atenta às necessidades do consumidor e empenhada na busca de solução que amenize essa subida de preços, a AMIS e todas as demais associações supermercadistas do Brasil, junto à Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS (nota à imprensa anexa), tem dialogado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), fornecedores e outros representantes de todos os elos da cadeia de abastecimento e já comunicou e pediu providências à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sobre os reajustes de preços dos itens citados”.