Abrigo Latemia deve ser desocupado até janeiro de 2016. Doação de terreno é solução para dar continuidade aos trabalhos
CARATINGA – Janeiro de 2016. Este é o prazo que a Latemia- Associação Protetora dos Animas, de Sapucaia tem para permanecer no terreno em que funciona há dois anos, no córrego São Silvestre. A determinação partiu do proprietário, que aluga o espaço para Marta Lopes de Assis Fernandes (presidente) e Joel Batista Fernandes (vice-presidente), que alegou ter outros planos para o espaço.
Marta e Joel pagam aluguel no valor de R$ 280. Eles trabalham há nove anos resgatando cães de alto risco das ruas de Caratinga, mas a associação foi registrada há seis anos. Atualmente, estão no abrigo 150 cães, sendo 55 filhotes.
Chegando à Latemia, eles recebem todos os cuidados necessários até que possam ser entregues à adoção. Em 2011 a Associação foi declarada de utilidade pública e como descreve o decreto, assinado pelo prefeito da época João Bosco Pessine, passa a “usufruir de todas as regalias e privilégios legais proporcionados as entidades congêneres, inclusive o amparo do poder público municipal”.
Mas, segundo Marta, eles não têm recebido qualquer tipo de ajuda do poder público para manutenção do abrigo, contando somente com a ajuda da população com a doação de ração, seringas e remédios. “A população sempre nos ajuda, disso não podemos reclamar. Com muito trabalho, esforço e ajuda, mantemos o abrigo até hoje, mas não podemos dizer que não enfrentamos dificuldades”.
Recentemente, Marta protocolou um ofício pedindo ao prefeito Marco Antônio Junqueira a medição de uma área de 10 mil m² no distrito de Sapucaia, distante da população e a mais de 600 metros do perímetro urbano, para a construção do abrigo. Esta é a única alternativa para que a Latemia continue funcionado, já que o espaço deve ser desocupado em breve.
Segundo Marta, foi exigido um projeto de construção do canil e gatil da Latemia, que já foi entregue. É esperado um espaço com recepção, salas de cirurgia e sala de animais para doação. O local abrigará pelo menos 300 cães e 100 gatos em um abrigo de acolhimento. A ideia é de 50 baias novas, cada uma abrigando no máximo 10 cães em uma área de 1250 metros quadrados, para que os animais fiquem divididos por espaço, além de um local para quarentena, enquanto seguem em observação em virtude de doenças apresentadas.
Ainda contempla um espaço com 12 baias, para acolher, individualmente, cães ferozes. “A necessidade surgiu após as dificuldades que a Latemia enfrenta, em local alugado, com animais comendo pouco, sem serem castrados, vacinados e sem poder doá-los”.
Segundo Marta, após a construção, o canil será um centro de triagem de referência para a região. “Ainda mais será um local de aprendizado de estudantes de medicina de todo o Brasil. Este projeto vem para resolver o problema dos animais de rua de Caratinga”.
O projeto contempla ainda um gatil, com capacidade de acolher a média de 200 gatos, desenvolvendo a castração, vacinação contra raiva e demais viroses, deixando-os aptos a serem adotados.
Marta acredita que é inadmissível que a cidade de Caratinga não possua um lugar com boas condições para amparo dos animais. “Isso implica diretamente na área da saúde dos animais e segurança e saúde pública das pessoas do município. Infelizmente, se não conseguirmos a doação de um terreno, teremos de devolver os cães às ruas. Imagine o caos que isso irá provocar”.
A possibilidade de fechamento do abrigo tem chamado atenção dos caratinguenses nas redes sociais. Eles deram início abaixo assinado no site da change.org, pedindo que a Prefeitura de Caratinga doe um local para a construção do abrigo. A meta é reunir cinco mil assinaturas. Até o momento já são 3658 apoiadores.