CARATINGA – Nessa terça-feira (9), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão e prisão preventiva, no bairro Santa Zita, contra Alex Mota de Sousa 40 anos, que se passava por policial civil e prometia conseguir a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para as pessoas sem que passassem por teste algum.
De acordo com o delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, foi instaurado inquérito policial há alguns dias por meio de vítimas que procuraram a Polícia Civil informando que uma pessoa que usava o nome Alex, falava que era policial civil de Caratinga e que teria um meio de facilitar a obtenção de carteira de motorista, tanto a primeira habilitação, como adição de categoria.
Para que essa aquisição da carteira fosse feita, Alex cobrava R$ 5.200,00 e prometia que a pessoa teria uma habilitação verdadeira sem ter que fazer nenhuma prova. Ele buscava pessoas da zona rural ou de cidades do entorno de Caratinga, e se passando por policial civil cobrava o valor acima citado parcelado em quatro vezes.
As vítimas acreditando que conseguiriam o documento por meio dessa fraude pagavam a quantia e não recebiam nenhum documento.
“Essa pessoa nunca foi policial, inclusive ele já foi preso em setembro do ano passado praticando a mesma fraude, nunca conseguiu nenhum tipo de facilitação aqui, não tinha poder nenhum de conseguir o objetivo dele, por isso ele praticava estelionato. Essas pessoas que acreditavam que estavam adquirindo esse documento, não cometeram crime, elas cometeriam crime se ele fosse efetivamente servidor público, ele não é, então são vítimas que tiveram prejuízos vultuosos, alguns chegaram a pagar R$ 7.200,00, pelo suposto documento”, disse o delegado.
ORIENTAÇÃO
O delegado Luiz Eduardo orienta que as vítimas procurem a Polícia Civil porque o crime de estelionato depende da representação da vítima. “Só posso investigar esse rapaz se as vítimas representarem criminalmente, vierem à delegacia. Essas pessoas não praticaram nenhum fato típico, são vítimas de um crime praticado por ele. Então elas podem procurar a delegacia regional, e é importantíssimo, pra que a gente consiga tirar esse indivíduo de circulação”.
Nesse caso especifico são vítimas da cidade de Entre Folhas, há notícias que são mais de 20 pessoas que sofreram esse golpe lá e apenas cinco denunciaram.
MODO DE AGIR
Segundo o delegado, o suposto estelionatário conseguia uma vítima e ela convencia outras pessoas que iria dar certo, e então começavam a pagar, normalmente em espécie. “Ele (Alex) ia em Entre Folhas, se encontrava com as pessoas, que entregavam o dinheiro em mãos para ele acreditando que a CNH chegaria. Pagavam a primeira parcela, a segunda, aí na terceira quando era questionado, ele dizia que o papel moeda do Detran tinha acabado, ele dizia que chegaria no próximo mês, pois queria ganhar mais tempo para pegar mais uma parcela. Ele falava que dava certo porque era policial civil e tinha contato com delegado regional”, explicou Luiz Eduardo.
No momento da abordagem Alex foi pego com o carro dele saindo de casa, e no veículo havia uma arma de airsoft, “uma réplica perfeita de uma arma de fogo, que ele usava para se passar por policial, e quem não conhece arma acreditava”, frisou o delegado.
“Não é possível a obtenção de CNH por meios ilícitos, porque o sistema é todo dividido, são várias pessoas que possuem a função de lançar resultados diferentes, ele não conseguiu entregar nem um documento falso”, concluiu o delegado.