CARATINGA – Com os consumidores apertando o cinto diante da maior recessão dos últimos anos, o varejo brasileiro registrou o fechamento de 95,4 mil lojas no ano passado. O volume corresponde a uma retração de 13,4% nos comércios que empregam pelo menos um funcionário. Esse número é ainda pior entre as grandes lojas do varejo, onde os fechamentos corresponderam a 14,8% dos estabelecimentos, segundo levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
No comércio de Caratinga, a crise econômica também causou grandes prejuízos. A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA entrevistou o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), João Batista Cabral, que fez uma análise da atual situação do comércio caratinguense.
Quantas empresas fecharam e quantas foram abertas desde janeiro de 2015?
Foram abertas 888 e fecharam 293.
Como a crise afetou o comércio de Caratinga?
A crise política e econômica assola todo o país. Caratinga não ficou imune e sofreu; como pode ser observado no centro da cidade, muitos pontos de comércio tradicional estão fechados e existem muitos imóveis comerciais para se alugar
Sempre ouvimos que é na hora da crise que se cresce. Mas essa máxima é verdadeira?
No momento da crise, crescem aqueles que estão preparados, pois é difícil se sobressair.
Quantos associados há na CDL atualmente?
São 458 associados.
Quais os principais setores empresariais de Caratinga que sofreram algum tipo de retração com essa crise?
Todos os setores de maneira geral
Quais as principais dificuldades enfrentadas pelo empresariado caratinguense para consolidação e/ou expansão dos negócios?
As dificuldades de maneira geral foram a retração do mercado consumidor, aumento da inflação, diminuição no mercado de trabalho e aumento da carga tributária, que é altíssima.
Como atrair mais empresas para Caratinga?
Incrementar a política pública para o desenvolvimento econômico, com investimento público em infraestrutura e incentivo fiscal, diminuição de impostos, logística e mão de obra qualificada.
Deixe uma mensagem de otimismo aos comerciantes.
Amigos empresários, precisamos unir nossas forças contra o aumento da carga tributária. Temos que lutar pela redução dos impostos e renovarmos a esperança no Brasil para que a crise econômica e política sejam resolvidas o mais rápido possível e para que tenhamos no futuro próximo um país com menos corrupção e um governo preocupado com o povo de uma maneira geral e não com a politica partidária, mas nacional, com objetivo de incentivar o trabalho e a produção. Um abraço a todos.
NO BRASIL…
- A Rhodia, fabricante do ramo têxtil em Jacareí-SP, encerrou a produção e demitiu 129 trabalhadores. A empresa decidiu concentrar sua produção na unidade de Santo André – SP, após a queda no consumo de produtos, considerada resultado da crise econômica.
- Alcoa fecha a fábrica no Maranhão. Alumínio agora, só importado.
- Amplimatic, tradicional fabricante de componentes eletrônicos, encerra atividades em São José dos Campos – SP.
- Souza Cruz fecha fábrica no Rio Grande do Sul, devido ao aumento de impostos.
- Azul devolve 20 aviões e repassa 15 aeronaves para a portuguesa TAP.
- Dako encerra suas atividades no país, após justiça decretar falência.
- Mabe, multinacional mexicana, que produz geladeiras e fogões das marcas Dako e Continental, fecha suas duas fábricas em Campinas e Hortolândia no estado de São Paulo.
- Walmart, terceiro maior grupo supermercadista do país, fecha 60 lojas.
- Boticário fecha 10 lojas no Vale do Aço (Minas Gerais) e 100 funcionários ficam sem emprego.
- Lojas Laeder, pedem falência e 90 lojas no país encerram as atividades.
Fonte: Globo.com, Folha de São Paulo, Uol, O Globo e Época Negócios.