Comitê de Gestão de Crise faz balanço de providências após inundações
DA REDAÇÃO- Após Imbé de Minas amanhecer no dia 31 de dezembro de 2018 sob fortes chuvas, resultando em inundação de dois córregos, afluentes do Rio Preto, que passam pela cidade, o prefeito Marco Antônio do Carmo assinou decreto de estado de emergência no município.
O município criou um Comitê de Gestão de Crise, composto por representantes da Polícia Militar, secretarias de Saúde, Assistência Social e Obras, Pelotão do Corpo de Bombeiros, Grupamento Militar do Meio Ambiente, Copasa, Cemig, Igreja Católica e alguns populares, para traçar estratégicas em relação às consequências das inundações.
De acordo com informações de documento elaborado pelo Comitê de Gerenciamento de Crise, nos últimos dias, as chuvas já vinham elevando ocasionalmente o nível das águas que percorrem o município. “Na manhã do dia 31, o Córrego do Imbaúba já havia amanhecido com seu nível elevado em média de 80 centímetros acima, aferição por volta das 6h30 da manhã. Por volta das 7h40, período inferior a duas horas, o nível atingiu mais de 4 metros acima do leito normal”.
Conforme o Comitê, no percurso urbano do córrego, a água enfrentou diversos obstáculos não naturais, causando danos em propriedades e, na Avenida Antônio Dias, causou danos à cabeceira da ponte, interrompendo a primeira das duas pontes que dividem a cidade ao meio. Na ponte da Avenida José Calazans houve maiores danos, ocasionando a queda total da ponte e o desabamento de um prédio situado à margem esquerda, posterior a ponte.
Ainda duas residências vizinhas foram atingidas em suas colunas de sustentação, causando rachaduras em diversos pontos. “Durante todo esse percurso, as águas vieram a invadir residências ribeirinhas, destruindo móveis, mantimentos e vestuários. Também alguns comércios locais, atingidos pelas águas, tiveram prejuízos com a invasão das águas”, citou.
AS PROVIDÊNCIAS
Foram registrados boletins de ocorrências pelo Corpo de Bombeiros, além de acionamento do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) e da Defesa Civil Estadual. O Departamento de Limpeza Pública do município também deu início à operação Cidade Limpa.
Uma equipe da Assistência Social percorreu as áreas afetadas para a apuração das vítimas e danos, sendo elaborado relatório. Outra equipe, formada pelo Corpo de Bombeiros percorreu o leito do Córrego, a fim de apurar as causas do transbordo das águas e os locais que apresentam perigo para a comunidade. A terceira equipe, formada pelo chefe do Executivo, pároco local, Secretaria de Obras e Polícia Militar, acompanhou os locais de dano ao trânsito e fornecimento de água e luz, a fim de apurar os riscos de prejuízo à ordem pública.
A avaliação final da Secretaria de Assistência Social trouxe o relato de 27 locais atingidos, sendo 18 residências, quatro residências com comércio anexo e cinco pontos de comércio. Desses locais afetados houve perda total em seis locais, 19 com perdas parciais e dois sem perdas significativas. Não foram identificadas vítimas feridas ou mortes.
Segundo apresentado pela Secretaria de Obras, a Prefeitura deu início aos trabalhos de desobstrução da estrada do Córrego dos Campos, atingida pelo transbordo de alguns açudes; o aterramento da cabeceira da Ponte da Avenida Antônio Dias, restabelecendo o trânsito em uma via e o total impedimento do trânsito na Avenida José Calazans, onde será necessário o uso de máquinas para remoção dos entulhos que ficaram no leito do Córrego.
A Cemig avaliou o risco de rompimento da rede elétrica, considerando que um poste próximo a ponte da Avenida José Calazans perdeu parcialmente sua base, ficando acordado que, caso o poste venha a perder completamente sua base, será desligado da rede, que permanecerá suspensa até a recolocação do poste de sustentação. Até o momento, o poste estava sendo firmado pela rede elétrica, não havendo risco imediato.
Já a Copasa informou que houve rompimento de duas redes adutoras que causaram o esvaziamento do reservatório e que, para restabelecimento do fornecimento de água, seria necessário recuperar primeiro essas redes, evitando novos esvaziamentos. O Corpo de Bombeiros notificou duas residências vizinhas a ponte da Avenida José Calazans em razão do risco de desabamento.
Todas as vítimas foram orientadas a procurar o Destacamento da Polícia Militar de Imbé de Minas para os registros de dano.
ALAGAMENTOS
Veja o que apurou Corpo de Bombeiros, Polícia Militar de Meio Ambiente, Secretária de Obras da Prefeitura sobre a dinâmica dos alagamentos:
6h– Em razão das fortes chuvas ocorridas recentemente, o Córrego do Imbaúba estava com elevação de 80 centímetros em seu nível;
6h40 – Uma forte chuva passou a cair em toda área do município, fazendo com que uma barragem situada a dois quilômetros do perímetro urbano do Córrego do Imbaúba, sentido a cabeceira, viesse a não comportar o volume de água;
7h30 – A barragem citada estoura, liberando todo seu volume de água de forma repentina;
7h33 – A enxurrada oriunda da barragem atinge o perímetro urbano, fazendo com que o córrego transbordasse de seu leito, invadindo as propriedades ribeirinhas;
7h35 – A enxurrada atinge a ponte da Avenida Antônio dias que, não comportando o fluxo, é transpassada, vindo a água a remover o aterro das cabeceiras, ilhando a estrutura da ponte, obstruindo o trânsito na avenida.
7h38 – A enxurrada, já acrescida de entulhos, chega a ponte da Avenida José Calazans e é afunilada pelas edificações feitas sobre o leito do córrego e pelos muros construídos nas laterais da ponte. Tais edificações não permitiram que o volume excessivo de água passasse sobre a ponte, elevando ainda mais o nível da água;
7h50 – Com a elevação do nível da água, em razão da enxurrada ter sido represada na Avenida José Calazans, a água invadiu violentamente diversas residências ribeirinhas, onde toda a mobília foi atingida e danificada;
8h40 – A água contida, tendo como vazante apenas a estrutura inferior da ponte, gera uma pressão e passa a remover o terreno sob os alicerces da ponte e de residências vizinhas, resultando no desmoronamento parcial de duas residências e o desmoronamento total de um prédio a margem direita posterior a ponte e em seguida da própria estrutura da ponte;
9h – Com a passagem da enxurrada pela Avenida José Calazans, o nível da água retorna para dois metros acima do nível normal e segue reduzindo até as 10h, quando volta ao nível em que amanhecera.