Adesão ao ‘Programa Brasil Sorridente’, em parceria com o Governo Federal, garantiu um novo sorriso a pessoas carentes
BOM JESUS DO GALHO- Garantir a prevenção e recuperação da saúde bucal das pessoas mais carentes do município. Com essa proposta, a Prefeitura de Bom Jesus do Galho aderiu ao ‘Programa Brasil Sorridente’, numa parceria com o Governo Federal e começou a resgatar uma das manifestações mais sinceras de uma pessoa: o sorriso.
Com apenas seis meses de administração, o prefeito William Motos (PP) e a vice-prefeita Dra. Sabrina (PT) realizaram na manhã de ontem, a entrega das primeiras próteses dentárias gratuitas aos pacientes bonjesuenses, num total de 90. Os primeiros números já são animadores e mostram a dimensão da proposta, que seguirá contemplando outras pessoas.
William foi recepcionado com bastante entusiasmo pelos pacientes cadastrados e reafirmou o compromisso de garantir a qualidade de vida da população. “Estou muito alegre em fazer essa doação para o nosso povo. Sabemos que nossa cidade é carente, são poucos os que têm condições de fazerem uma prótese. Estamos empenhados; há muito tempo não tínhamos essa atenção de um dentista ao povo carente em Bom Jesus do Galho, estão elogiando muito essa questão, pois com seis meses de mandato, já temos hoje (ontem) a doação dessas 90 próteses. Fico muito satisfeito nesse primeiro dia de entrega, temos a consciência que a saúde bucal faz parte da estratégia da saúde da família e durante os meus quatro anos de administração, vamos continuar com a entrega de próteses gratuitas, além de outras medidas necessárias para promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal do nosso povo. Todos que precisarem podem vir e fazer o seu cadastro, juntamente com nossa equipe que está preparada”.
Em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil Sorridente, com uma série de medidas que têm como objetivo garantir as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros. Sua principal meta é a reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos, reunindo ações em Saúde Bucal, voltadas para os cidadãos de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para efetivar as ações no município foram necessárias algumas etapas fundamentais. A primeira foi a realização dos cadastros e entrega de documentação. De acordo com Gianne Sandra, que atua na coordenação da Atenção Primária, logo que o município se cadastrou no Programa, a procura de pessoas interessadas no benefício foi intensa, o que demonstra uma demanda antiga pela qualidade na saúde bucal. “As pessoas que tinham algum dente na arcada superior ou inferior, pedimos para procurar um dentista, fazer a extração e vir fazer o molde. Quem não tinha nenhum dente foi mais fácil, porque já chegou, o dentista avaliou e fez o molde. E na semana que vem a gente já começa com outra turma, temos uma fila de 100 pessoas que já deixaram a documentação e devemos fazer uma média mensal de 30 a 40 próteses. Em Bom Jesus não tem isso há uns 10 anos, então a população está muito carente. Como não temos um laboratório de próteses, foi feita a licitação e a empresa vem até o posto e faz essa avaliação”.
Posteriormente, os pacientes passaram pelo atendimento especializado com a dentista, Shelly Coura Mafra, no posto de saúde. “O paciente vem pela primeira vez, fazemos a moldagem, que é exatamente como é a boca dele, para produzir essa prótese. Marcamos o retorno, uma prova daquela primeira moldagem, que chamamos de prova em cera, depois uma prova dos dentes, olhando toda a anatomia, o rosto, a harmonização facial, tamanho do dente, coloração, cor de pele da pessoa, o que vai ficar mais adequado para cada paciente. Agora, estamos fazendo umas orientações de como usar e higienização. Vamos dar um assessoramento a esses pacientes, por exemplo, todas as vezes que eu estiver no município ele podem retornar para um ajuste, fazer alguma correção, se tiver machucando alguma coisa ou saber usar”.
A dentista ainda ressaltou que a gratuidade das próteses dentárias representa uma responsabilidade social. “Eles ficaram muito felizes, super animados. A maioria das pessoas aqui não tem uma condição financeira para fazer esse serviço pelo particular, que realmente é caro, em torno de R$ 1.200 a R$ 1.500. Eles passaram a maior parte da vida sem usar por conta da condição financeira. É muito satisfatório ver que estamos ajudando e realizando sonhos de muitas pessoas, porque quando uma pessoa não tem dente, não consegue sorrir, não tem vontade de bater uma foto, muitas vezes deixar de sair para algum lugar por vergonha, constrangimento. Vai melhorar e muito a vida deles”.
Warlem Rodrigues, que é técnico em prótese dentária, esclareceu que se trata de um tratamento odontológico de reabilitação dos pacientes. “O Brasil sempre ficava em um índice muito inferior do recomendado nacionalmente. Uma das coisas que pesavam nesse índice era justamente a qualidade de saúde bucal dos pacientes. Hoje, o Brasil já subiu nesse índice de ofertar qualidade de saúde bucal dos pacientes, o que acaba interferindo em todo o corpo, desde a alimentação, a estética principalmente, que é a beleza do sorriso, a função mastigatória; pode acarretar até dores lombares, coluna, cabeça, a falta dos dentes. Todo atendimento é feito aqui na unidade do município, mas foi contratado um laboratório para confeccionar essas próteses. Cada prótese é feita de uma forma personalizada, em média 30 dias para ficar pronta”.
SATISFAÇÃO
A entrega das próteses representou um novo sorriso e devolveu a autoestima aos pacientes. É o caso de Maria das Dores Batista, 63 anos, moradora da Rua Coronel Pedro Lucas. “É a maior alegria da minha vida. Bom Jesus nunca teve isso, é um milagre de Deus e iniciativa do William, fazer isso pra nós. Nem dentista nunca teve, fiquei ‘banguela’ muito tempo. Agora Deus mandou o William para fazer isso pra nós, para o povo que precisa e que não pode pagar. Eu tenho que pagar as despesas de casa, não tinha condições de fazer dentadura. Não tenho marido, criei minhas filhas sem pai e se não fosse essa oportunidade nunca eu ia colocar, ia morrer sem dente”.
Maria da Conceição Coelho, 59 anos, moradora da Rua Kyle Batista, também fez questão de falar sobre sua satisfação. “Desde quando perdi os dentes estou sem prótese. Agora agradeço muito ao William, na saúde ele está trabalhando muito bem; não só eu, mas minhas companheiras, porque tem mais gente precisando e esperando. Se não fosse essa chance, não teríamos condições de pagar. Ainda levou o consultório odontológico para reformar, para fazer extração de dentes das pessoas mais carentes. Ele trabalha bem mesmo”.