CARATINGA – O prefeito Welington Moreira explicou para a imprensa na tarde de ontem, o projeto de lei 021/2019, que autoriza o poder executivo a contratar operação de crédito com Caixa Econômica Federal no valor de R$ 12 milhões. De acordo com o projeto, a carência é de dois anos e o prazo para pagamento é de 120 meses, com juros menores do que 1% ao mês.
O recurso será feito através do programa FINISA (Financiamento de Infraestrutura e ao Saneamento), que tem por objetivo financiar investimentos e conceder apoio financeiro do âmbito do saneamento ambiental e infraestrutura.
A atitude do prefeito foi criticada por alguns vereadores, que chegaram a pedir urgência na votação do projeto, mesmo com a Câmara em recesso parlamentar. O vereador Johny Claudy disse que é preciso uma discussão sobre o projeto, já que o valor do empréstimo é alto. “A gente concorda com tudo que é desenvolvimento para a cidade, mas é o maior empréstimo da história de Caratinga e não estamos tendo tempo para discutir. Acho que deveríamos conversar mais”, observou.
Prefeito fala sobre o pedido de empréstimo
O prefeito disse lamentar o posicionamento dos parlamentares, alegando que esse tipo de empréstimo acontece em todos os municípios, que buscam recursos para a realização de obras. “A gente sabe que se fosse olhar a coisa ao pé da letra, todas as obras de infraestrutura deveriam ser na sua totalidade custeadas pelo valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), e alguns outros tributos que são cobrados pelo município, mas se formos fazer apanhado do que o município arrecada de IPTU, ele seria insuficiente para realização das obras necessárias, principalmente o município já com idade avançada, com obras realizadas a anos e anos. Infelizmente algumas delas obras eleitoreiras que não foram feitas da maneira adequada e que está provocando hoje a situação pela qual nós passamos”, argumentou Welington.
Welington explicou que a maioria das ruas de Caratinga, principalmente do centro, não comportam mais a operação tapa-buracos. “Às vezes a gente não conta nem com a colaboração da população, como escoamento das águas da chuva das casas caindo diretamente no asfalto, às vezes nem acabou de fazer, está caindo, o asfalto a frio não suporta umidade nas próximas 72 horas. Então, solicitamos junto à Câmara esse empréstimo e quem está criticando está tendo um posicionamento politiqueiro”.
Segundo o prefeito, durante dois anos e dois meses o governo do estado deixou de repassar para Caratinga R$ 33,8 milhões e afirmou que tudo que está fazendo é de acordo com o planejamento que tinha desde começo de sua gestão. “Esse dinheiro é do município, quando houve a mudança do governo foi nos repassado que a partir de janeiro do ano que vem estará sendo pago em 36 parcelas, grande parte do que está devendo. Não estamos tirando nada dos cofres do município para pagar esse empréstimo, teremos carência de dois anos e meio para pagamento, mas a partir de janeiro já começaremos a pagar e assim ter menos juros. Será feito com dinheiro que é nosso, que foi deixado de nos repassar”.
A previsão é de R$ 12 milhões, mas o prefeito esclareceu que não significa que todo o dinheiro será usado. De acordo com ele, existe o planejamento de um custo médio de 3,8 milhões para recapeamento de todo centro, e depois serão realizados os calçamentos das principais ruas dos bairros da cidade. “Teremos praticamente Caratinga toda atingida com isso. Se atingirmos seis milhões, pagaremos seis; se usarmos 12 milhões com obras, pagaremos os 12 milhões, mas acreditamos que com valor inferior faremos as obras que precisamos. Os vereadores que trabalham em prol de Caratinga não terão dúvida alguma na aprovação desse projeto, e os que estão nos criticando, não estamos enquanto prefeito trabalhando para parte da população, mas para todos, e eles precisam ter essa mesma consciência como os demais 12 vereadores de que trabalhamos em prol da nossa população como um todo”, finalizou o prefeito.