CARATINGA- Desde a última semana, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo (Minaspetro) alerta para uma possível falta de diesel. Segundo informou a entidade nesta quinta-feira (24), a Petrobrás está com o fornecimento atual de 80% da demanda.
O cenário, no entanto, deve se agravar ainda mais em abril, já que os 20% restantes deveriam ser supridos por combustível importado. Contudo, devido à atual crise, as empresas importadoras não estão trazendo o produto do exterior.
O Minaspetro alertou que os revendedores e os de marca própria mantenham os estoques de diesel dentro de uma margem de segurança e sigam em contato direto com as distribuidoras, “para que os impactos da crise sejam minimizados no mês que vem”.
Em Caratinga, conforme Giovânio Ribeiro, da Rede de Postos Itaúna, os revendedores já estão enfrentados dificuldades para adquirir o diesel e o etanol. “O diesel está um caso sério. Estamos tendo dificuldade há um tempo e nos últimos dias mais ainda em comprar o diesel. Ainda mais nós que somos abastecidos por Governador Valadares, dependemos muito da descarga de caminhões que trazem o óleo diesel até lá e essas máquinas estão com dificuldade de se abastecer também. Está faltando combustível de modo geral, mas, principalmente o diesel e em seguida o álcool”.
Giovânio ainda faz um panorama do cenário dos combustíveis no Brasil. “O Brasil não tem uma refinaria que atenda a demanda do consumo interno. E o consumo interno aumentou muito, com isso, não estão conseguindo atender, em especial, do combustível S10, que é de tecnologia mais avançada. Tenho acompanhado pela revista Minaspetro que a própria Petrobras, junto com outras companhias já estão empenhadas em aumentar a produtividade, até o governo já está abrindo mais importações, para ver se supre o mercado, mas, não está sendo fácil. Se passar lá uma PEC na Câmara, a tendência é cair o preço do combustível, entre 18% a 25% de queda. Mas, é ano político, é complicado. Acho que não vão aprovar esse ano, deve ficar para 2023. Infelizmente há previsão de alta ainda”.
Para Giovânio, ainda há muitos desafios no que se trata da questão da oferta, bem como os preços para o consumidor. “A válvula de escape que teríamos é o álcool, mas, também está tendo dificuldade demais de carregamento. Fiz uma viagem agora esses dias, visitei algumas usinas de álcool do interior de São Paulo, Sul de Minas Gerais, elas já estão na capacidade máxima de produção e nem assim está sendo suficiente para atender o mercado. Mas, acredito que a coisa vai se ajeitar em questão do abastecimento, quanto à questão de preço de combustível, a previsão ainda é de alta até que passe esse período de turbulência entre Rússia e Ucrânia”.