O dízimo aos olhos dos sábios do povo de Jesus de Nazaré
Dá-lhe o que já é d’Ele, porque tanto você quanto tudo que você tem, a Ele pertencem.
Como também o Rei Davi dizia: “Porque tudo recebemos de Ti e o que Te devolvemos veio de Tua mão”. (A Ética do Sinai, Perek 3, Mishná 8; e 1 Crônicas 29.14)
A Faculdade de Teologia tem também a função de trazer à luz o sentido original de nossas práticas. A Ética do Sinai é uma coletânea de comentários muito antigos sobre a parte mais antiga da Bíblia, o Pentateuco. No capítulo (Perek) 3, no Ensino (Mishná) 8, o sábio autor reflete sobre a razão principal do que nós chamamos hoje de “caridade”.
- O capítulo ensina que em tudo dependemos do Eterno, e foi Ele que tudo nos deu. Separar o dízimo ou fazer caridade é na verdade, sempre uma DEVOLUÇÃO a Ele. A pergunta que ilustra isso é: Se alguém deixa 100 moedas de ouro aos seus cuidados, e depois você lhe devolve cinquenta, você merece gratidão? Não.
- Deste ensino central, podemos deduzir vários outros, nos quais a situação do pobre ou desfavorecido materialmente fica em destaque. Aí, não é do governo que se espera a ajuda para o irmão em necessidade, mas sim da comunidade. Está escrito “Quem dá aos pobres, empresta a Deus”. Mas o sentido certo aqui é: Praticar a caridade em favor dos pobres nada mais é do que DEVOLVER a Deus o que Ele deu a você!
- Como isso deveria ser posto em prática? A sugestão é de algo muito ‘moderno’, tipo, abrir uma conta no banco para os dez por centos. Assim, em tudo que você ganha algo (salário, colheita, ou investimento, etc.) você tira dez por centos, e deposita nela. Desde o início você sabe que esse dinheiro tem um fim específico – e quando alguém pede ajuda, você tira desta conta, pois este dinheiro não é seu, é de Deus.
Foi desta forma que a nação de Israel foi concebida nos seus primórdios. O “Ministério da Assistência Social” tinha uma “agência” em cada unidade familiar para o tratamento dos desprivilegiados (ou desfavorecidos, atingidos por uma catástrofe, como no caso das chuvas atualmente). E a verba? Essa vinha desta conta ‘bancária’ especial dos 10%.
Resultado: quando essas orientações do Pentateuco eram seguidas – principalmente pelos mais ricos – os problemas sociais eram resolvidos sem nenhum alarde. Uma solução simples, prática, que funcionava sempre: a verba não faltava, pois estava sendo reservada fielmente pela comunidade inteira. Não como poupança, mas como a reserva especial para os pobres. “Quando alguém te pede ajuda, você tira desta conta, pois este dinheiro não é teu, é de Deus.”
São três as riquezas que você RECEBE: (1) dinheiro e bens materiais, (2) talentos e, (3) habilidades. A pergunta se estas riquezas poderiam ser usadas do jeito que você quiser, leva ao raciocínio: Quem está de posse de você? A sabedoria sempre nos mostra que você e tudo o que lhe pertence estão nas mãos de Deus. NINGUÉM pode controlar seu próprio destino ou sequer assegurar sua existência.
Esta era também uma forma de evitar desatinos muito comuns hoje em dia bem como naqueles dias. Toda vez que alguém pensar “Eu juntei tanto, uma fortuna, graças à minha sabedoria, conhecimento, habilidade, trabalho”, ficava claro que ele entrou num campo minado. Na verdade, somente arrogância e tolice podem iludir um ser humano para pensar que ele criou a si mesmo, e que pode atribuir a si mesmo o crédito pelos seus talentos e habilidades. A Torá (o Pentateuco para os cristãos), sempre considerado como um presente divino das leis e dos preceitos eternos para uma vida boa e feliz nos diz simplesmente para SEMPRE cedermos uma parte (10%) do que Deus nos deu.
Para ajudar a superar pensamentos contrários, especialmente quando alguém pedia contribuição caridosa, os sábios argumentavam assim:
- A posse do dinheiro é transitória. Você pode perdê-lo num revés financeiro, ou devido a um roubo ou então num investimento mal feito. Ou, poderia até ter de gastá-lo em emergências imprevistas.
- O dinheiro que você possui se deve inteiramente à obra e graça de Deus.
- Também, se você espera receber mais do Todo-Poderoso, você deve administrar com justiça e generosidade, o que Ele lhe deu. Você deve mostrar-se como um curador (mordomo) prudente e digno de confiança do Todo-Poderoso.
- A caridade é um investimento sólido que certamente lhe dará juros sobre o seu capital, seja na sua saúde ou de seus filhos, na firmeza de suas relações, no êxito da próxima ‘colheita’, etc.
- Finalmente, iremos prestar contas a Deus pela forma como lidamos com os nossos assuntos, isto é, com nossa parte em Sua propriedade que nos foi legada por Ele, que é o dono do indivíduo (nós!) e do que este possui.
Para o crente Davi, isso tudo era óbvio: uma vez que você esteja consciente de seu talento – seja ele o dom da oratória, ou de saber cantar, ou mesmo a coragem, a capacidade de liderar, etc. – reconheça que você deve usar estas habilidades para servir ao Eterno; “Minhas palavras são para o Rei.” (Salmos 45, v.2-3): Se “Deus o abençoou”, utilize estas boas qualidades para empreendimentos dignos, “por amor ao Céu”.
Porque tudo recebemos de Ti e o que Te devolvemos é de Tua mão!
O mesmo princípio continua valendo para todas as complexas formas e modos de vida urbana: estamos, realmente, nas “mãos de Deus”. Em todos os nossos atos de “dar” estamos realmente “devolvendo” o que pertence a Ele.
Rudi Kruger – Diretor
Atenção, estamos abrindo TURMA NOVA para agosto!
Venha se inscrever no curso que vai mudar o rumo de sua vida!
Visite WWW.doctum.edu.br ou ligue para (33) 0 800 033 1100 / 3322-6226 / 9 9915 9002 ou 9 9966 7298.
FACTUAL – Faculdade de Teologia de Caratinga Uriel de Almeida Leitão é credenciada e autorizada pelo MEC, e mantida pela Rede de Ensino DOCTUM.