Estava eu, como sempre, sentado com um livro na mão, lendo distraidamente, até que um menino de 8, ou 9 anos, me perguntou por que eu estava lendo um livro tão grande, e eu respondi que eu gostava de ler. Sem entender direito, ele me fez a seguinte pergunta: mas, por que você lê? – Então eu comecei a responder…
Por que eu leio? Leio para me informar, para tentar fugir do senso comum, leio para aprender com pessoas mais sábias e mais inteligentes que eu, que viveram em outras épocas, viveram ou vivem em outros lugares, que tinham, ou tem, outros pensamentos e outras ideias, que viram e viveram coisas que eu nunca vi e nem vivi e, provavelmente, nunca verei e, muito menos, viverei, mas, através de seus olhos e de suas experiências, passadas para as páginas de seus livros, eu posso tomar conhecimento de tudo aquilo que grandes homens e mulheres viram e experimentaram e, de igual modo, tomo conhecimento de suas ideias e pensamentos, me ensinando, me instruindo, e iluminando minha mente para pensamentos que, de outra forma, nunca passariam pela minha cabeça.
Leio porque eu não quero ser mais um no meio de tanta gente falando tanta coisa sem ter conhecimento e nem noção do que estão falando, pessoas que, muitas vezes, por lhe faltarem conteúdo em suas mentes trazem como consequência em suas conversações várias palavras e ideias rasas jogadas ao vento, de forma que falam, e falam, o tempo todo, mas não têm nada a dizer, não acrescentam nada àqueles que os ouvem, se limitando apenas à repetição de tudo aquilo que ouvem, sem ter o mínimo de pensamento crítico, nem bases para o bom questionamento.
Leio porque, por mais que seja doloroso e tenebroso, prefiro “tomar a pílula vermelha” do que viver enganado, sem saber o que se passa por detrás das cortinas do espetáculo, por detrás dos bastidores do poder, por detrás da “realidade” forjada. Por mais difícil que seja o caminho, e mais triste e cruel a realidade por detrás dos panos, prefiro saber “até onde vai a toca do coelho” do que me acomodar em meus próprios pensamentos, preso em um mundo criado por mim mesmo, limitado pelas minhas próprias e ínfimas experiências, onde acredito somente naquilo que quero, e no que me convém.
Leio porque quero ter a mente e horizonte abertos, pois entendo que, por mais que vivamos em uma cidade do interior, a leitura faz com que os leitores se tornem cidadãos do mundo, tendo acesso a todas as outras culturas existentes, nos libertando da mentalidade do bairrismo, mostrando que o mundo é muito maior do que somente nossas experiências pessoais.
No final de tudo, leio porque ler é bom, leio porque ler traz calma, exercita a mente e afia nosso intelecto e, com todo o conhecimento e experiência que a leitura nos traz, a leitura pode nos transformar em pessoas melhores, e abrir as portas para um mundo de possibilidades que antes parecia inexistente.
Para ser sincero, tal conversa só ocorreu na minha mente, mas queria eu que, quando eu tinha 8 ou 9 anos alguém me apresentasse os benefícios da leitura dessa forma. Só conheci os benefícios e os prazeres da leitura aos 18 anos, mas desde então tenho aprendido muita coisa, como dizem, antes tarde do que nunca.
Não existe idade para começar a se aventurar no universo dos livros e, muito menos, para começar a aprender com outras pessoas.
O que você está esperando para começar? Garanto que a leitura só lhe trará benefícios.
Wanderson R. Monteiro
(São Sebastião do Anta – MG)