Como cadeia de Raul Soares está interditada e existe superlotação no presídio de Caratinga, polícia não tem para onde encaminhar os suspeitos
RAUL SOARES/CARATINGA – Reginaldo Modesto dos Santos, 20 anos, e um menor, 17, foram detidos neste domingo (29) pela Polícia Militar. Ambos são acusados de posse ilegal de armas e também são suspeitos de terem cometido um assalto. Durante a operação, desencadeada no distrito de São Vicente da Estrela, os militares apreenderam um revólver calibre 32 e uma espingarda. O problema são vagas no sistema prisional, já que a cadeia de pública de Raul Soares está interditada e existe superlotação no presídio de Caratinga.
PRISÃO DOS SUSPEITOS
Uma denúncia anônima informou a PM sobre as atividades dos suspeitos. O denunciante disse que além de Reginaldo e o menor, outro jovem também estaria armado.
Os militares fizeram abordagem e conseguiram deter dois suspeitos. Um comparsa fugiu, mas ele já foi identificado e esta sendo procurado.
Levantamentos feitos pela PM indicam que Reginaldo e o menor teriam envolvimento em um assalto ocorrido em Raul Soares, quando foram roubados 300 reais.
Como a cadeia pública de Raul Soares está interdita, os jovens foram detidos e levados para Delegacia de Polícia Civil, em Caratinga. Porém, o presídio de Caratinga apresenta problema de superlotação, por isso o detido aguarda por uma vaga no sistema prisional.
DELEGADO EXPLICA A SITUAÇÃO
Almir Lugon explicou que os delegados tomaram esse posicionamento em virtude da decisão judicial que interditou a cadeia de Raul Soares e nenhum preso pode ser levado para aquele local. “Com isso, tivemos um impasse. Após o delegado autuar em flagrante, a Polícia Civil tem que encaminhar o preso para um presídio, mas como a cadeia pública de Raul Soares está interditada, nós não estamos com nenhum local para designar esse preso”, especificou o delegado Almir Lugon.
Lugon frisa que a decisão do juiz da comarca de Raul Soares não informa para qual estabelecimento prisional o detento deveria ser levado, assim como não houve designação feita pela Suapi (Subsecretaria de Administração Prisional) ou pelo Núcleo de Gestão Prisional. “O presídio de Caratinga está se recusando a aceitar estes presos. Diante dessa recusa, temos que velar pelo princípio da dignidade humana, já que a delegacia não tem condições de abrigar este preso. Nós passamos por essa celeuma por cerca de uma semana. Durante esse período tivemos que arcar com os custos da alimentação desse preso. Zelando pelos direitos humanos, nós utilizamos o prazo legal. A lei confere o prazo de 24 horas para decidir sobre a prisão de uma pessoa. Então estamos aguardando uma resposta dessas autoridades. Surgindo uma vaga, vamos lavrar o auto de prisão em flagrante e encaminhar o preso para o estabelecimento adequado”, ressaltou o delegado.
Caso não conseguisse uma vaga no presídio, o delegado Almir Lugon disse que o suspeito seria autuado ou seria concedida fiança. “Mas continuaremos tentando a vaga”, reforçou Lugon.
O delegado disse que já foram tomaram medidas para acabar com este imbróglio e oficiaram todos os órgãos competentes. “Solicitamos uma resposta, que não tivemos até o momento. Queremos com essa atitude pressionar as autoridades competentes para que seja arbitrada uma solução para o caso”.