RAUL SOARES/CARATINGA – A Polícia Civil realizou na manhã de ontem a segunda fase da operação “Abigeato”, cujo nome remete ao furto de gado. As ações foram desencadeadas na zona rural de Raul Soares. No mês de julho tinha acontecido a primeira fase da operação.
PRIMEIRA FASE
No dia 6 de julho, a operação foi deflagrada, sendo cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão. Na época, nove pessoas foram presas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que agia na região. Dessas, duas foram presas em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. A delegada regional Luzinete Maria de Sá, os delegados Rodrigo Cavassoni, responsável pela delegacia de polícia de Bom Jesus do Galho, e Rodrigo Otoni, titular da delegacia de polícia de Raul Soares, estiveram à frente da operação com apoio de vários investigadores.
A operação foi desencadeada nos municípios de Bom Jesus do Galho, Córrego Novo, Raul Soares, Santana do Paraíso, São João Nepomuceno, São José do Goiabal, São Domingos do Prata, Dionísio, Simonésia e Timóteo. Na primeira fase da operação foram presos Agnaldo Henrique Messias, em Simonésia; Tiago Oliveira da Costa, Claudinei de Lima Pereira, Adão Inácio de Souza, vulgo “Adão do Cid”, Rodrigo Aparecido Beligoli, vulgo “filho do Adão do Cid”, Geraldo Monteiro de Castro, o “Geraldo Loura” (receptador) e Rodrigo Pereira de Mello; todos esses suspeitos são de Raul Soares; Francisco de Souza Marques (receptador), de Dionísio; e Edivânio Sebastião Vieira, de Santana do Paraíso. Uma semana depois, Cristiano Rodrigues de Paula se apresentou à polícia.
O furto de gado acontecia com uso de caminhões ou “tocando” os animais até outros lugares. Quando a quantidade era menor, o gado era transportado em pequenas caminhonetes. A organização criminosa estudava o local do furto, geralmente onde o proprietário só passava o final de semana; a raça do gado e se havia outro item de valor nas propriedades rurais. Geralmente os crimes aconteciam no período noturno.
SEGUNDA FASE
Na manhã de ontem, a Polícia Civil esteve com a imprensa na zona rural de Raul Soares, onde foram encontradas oito cabeças de gado da raça Nelore, avaliadas em, aproximadamente, R$ 10 mil.
Em entrevista coletiva, o delegado Rodrigo Cavassoni, explicou que não dá para saber de quem são esses gados, já que a marca “ou foi suprimida por meio cirúrgico, quando se corta o couro e depois costura, ou foi remarcado”. Até que a perícia realize seu trabalho para tentar identificar o gado e que o dono apareça, ele será mantido em segurança em Raul Soares. “Esse gado foi deixado em uma fazendo por Tiago, que depois o venderia e dividiria o dinheiro com o dono da fazenda”, explicou o delegado.
Desde o início da operação foram recuperadas 46 cabeças de gado, sendo que 13 foram restituídas a quatro vítimas, oito foram encontradas ontem e 25 estão à disposição da justiça por serem de origem suspeita. Dessas 25 cabeças de gado, 20 estavam com Agnaldo, que segundo a polícia é chefe da organização criminosa junto de Maurício Rocha, vereador de Córrego Novo, que ainda está foragido. Cinco cabeças de gado estavam com Adão.
A polícia continua as investigações e procura pelos foragidos Maurício e Lair Gomes de Paula.
Segundo a delegada regional, Luzinete Maria de Sá, alguns agropecuários já procuraram a Polícia Civil para agradecer o trabalho realizado, já que o furto de gados era constante na região e causava medo às vítimas, já que a organização criminosa sempre estava bem armada.
Depois da operação, não houve mais registro de furtos de gados em Raul Soares.