Segundo o delegado Ivan Sales, o atirador estava embriagado e efetuou disparos e via pública
CARATINGA – Nesse último domingo (19), a Polícia Militar realizou a prisão de um atirador desportivo em Vargem Alegre, por conduzir veículo automotor embriagado e efetuar disparo de arma de fogo em via pública, sendo apreendida uma pistola da marca Glock, 9 mm.
Nesta terça-feira (21), o delegado regional Ivan Sales, em entrevista coletiva, disse que de início, a autoridade policial que estava de plantão ratificou a prisão desse suspeito pelo crime de condução de veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada, ou seja, em razão do estado de embriaguez dele, e pelo disparo de arma de fogo. “O que me chamou atenção, foi que assim que assumi a presidência desses autos, para dar continuidade à investigação, requisitei as imagens do fato, porque o suspeito negou que tivesse efetuado disparos. Então eu mandei uma equipe de policiais lá, e pelas imagens dá pra ver claramente que o suspeito está completamente embriagado, ele se desequilibra, cai ao solo, ele saca da arma, faz o golpe para ejetar a munição, e efetua três disparos. Esses disparos ocasionaram um dano em um supermercado da cidade, mas a princípio o proprietário não manifestou desejo de representar”, contou o delegado.
Ainda de acordo com Ivan Sales, o que chama atenção é “que uma pessoa que em tese habilitada portar arma se prestar a um papel desse, completamente embriagada, fazer três disparos, é um absurdo”.
As providências, segundo o delegado, serão adotadas no sentido de oficiar ao exército para a cassação dessa autorização para ele portar arma. “Outro ponto que me chamou atenção que pode surgir questionamento: mas ele poderia estar portando aquela arma? O decreto prevê que do local para os atiradores desportivos, que do local de guarda da arma, até o clube de tiro, que ele está indo, é permitido que transporte essa arma, inclusive municiada. Como ele pode estar levando outras armas, caso ele seja abordado ele precisa ter uma arma para proteger esse patrimônio, é justificável. Esse suspeito fala que esteve no clube de tiro na Lagoa Silvana, porque legitimaria ele estar portando a arma naquele momento. Ocorre que eu oficiei para o clube de tiro, e não consta nos livros de registro que são obrigatórias assinaturas, e não consta a passagem dele por lá. Ou ele foi e não assinou o livro, ele já está errado, ou nem foi. Por conta disso ele também não estava autorizado a portar arma de fogo naquele momento”, disse Ivan Sales.
A Polícia Civil vai indiciar o suspeito pela condução de veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada, pelos disparos de arma de fogo, e pelo porte ilegal de arma de fogo. “A consequência que se espera, além da eventual condenação dele, é a cassação do documento dele como atirador. Pelo estado de embriaguez dele acredito, ele não deve ter visto que a ação dele foi filmada, então ele negou o disparo, disse que foi abordado dentro de casa, mas não foi nada disso que aconteceu. Ele bate numa máquina agrícola, fica insatisfeito, olha o que aconteceu, revoltado, saca da arma e atira contra o objeto que bateu. Fico me perguntando, e se fosse um veículo ali e tivessem pessoas ali dentro? Será que ele não atiraria? Não é isso que se espera de um atirador desportivo, que passou por vários testes para se habilitar a portar arma. E que fique claro, já que ele demonstrou que não tem capacidade de portar amar, vamos encaminhar com expectativa da cassação da autorização”, conclui o delegado.