CARATINGA – A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios de Caratinga, conseguiu desvendar o mistério em torno da morte da professora Argentina Marculina de Abreu, 69 anos, e prender o suspeito de cometer o crime de latrocínio.
Segundo o delegado Sávio Moraes que esteve à frente das investigações, o cadáver da professora aposentada foi encontrado no dia 25 de fevereiro de 2022, numa sexta-feira à noite. “A partir daí tomei conhecimento do fato, e foram iniciadas as diligências investigativas. Sendo que na segunda-feira (28) pela manhã, já estávamos com o celular apreendido. Esse celular foi anunciado num grupo de classificados do Facebook, sendo que esse receptador de 30 anos, o adquiriu por R$ 370,00, e não tem antecedentes criminais. Esse receptador informou que teria comprado esse telefone no dia 21, na segunda-feira, de uma pessoa de 24 anos, egresso do sistema prisional com antecedentes criminais por crime de roubo qualificado. Fomos até esse rapaz, e ele disse que tinha adquirido o celular na segunda-feira pela manhã, ou seja, ele adquiriu e já anunciou no Facebook, e teria adquirido de um “noiado”, segundo ele. Ele passou as características do ‘noiado’, branco de olhos claros. E falou que havia adquirido por R$ 70,00”, explicou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, a polícia começou a analisar as características desse “noiado” e cruzar com outros elementos informativos que tinham sido encontrados na cena do crime. Foi então que a Polícia Civil chegou à identidade do suspeito, que também é egresso do sistema prisional com passagem por tráfico de drogas, estelionato, furto qualificado, e que atualmente estava em prisão domiciliar. “No decorrer das diligências descobrimos que esse suspeito de ser autor do crime, trabalhava de chapa num depósito de materiais de construção da região. Fomos até a residência dele, fomos recebidos com um pouco de reticência pela companheira dele, e ela informou que ele não estava em casa, pois estava trabalhando no depósito. Informamos a ela que estávamos indo até o depósito para conversar com ele, para verificar a informação do celular que havia sido vendido por ele. Sendo que nesse tempo, questão de cinco minutos de deslocamento, chegamos ao depósito e fomos informados por uma funcionária do local que ele tinha acabado de sair injustificadamente, pois teria recebido uma ligação de celular e saiu, ou seja, possivelmente a esposa alertou que a polícia estava atrás dele, lembrando que a gente não estava indo para prendê-lo, apenas fazendo verificação de procedência de informações”.
Durante as investigações o suspeito chegou a retornar o telefonema da polícia, e disse que tinha ido ao advogado, e que iria comparecer à delegacia na quinta–feira pós-carnaval, fato que não ocorreu. “A partir daí nós concatenamos as provas que a gente tinha dentro do inquérito e representamos pelo mandado de busca e apreensão e prisão em desfavor desse suspeito, que foi deferido pelo poder judiciário de Caratinga. Nessa segunda-feira(14/3) cumprimos esse mandado, houve bastante resistência por parte desse suspeito, que tentou fugir, pulou o muro da casa, se escondeu, mas foi preso e conduzido para a delegacia de Caratinga. Durante sua oitiva, o suspeito manifestou direito de ficar em silêncio. Fato é que foram encontrados diversos elementos na cena do crime, filmagem dele saindo da casa da vítima, filmagem dele chegando com a mesma roupa em sua casa, que o colocam na cena do crime, indicando-o como suposto autor do fato”.
COMO A VÍTIMA CONEHCEU O AUTOR
O delegado Sávio Moraes explicou que a vítima estava procurando alguém para prestar serviços em sua casa para arrumar uma calha que estava estragada. “Na casa da professora foram encontradas as notas fiscais do depósito, onde o suspeito estava trabalhando como chapa. Ela foi lá comprou os materiais de construção, e durante a entrega ela conversou e perguntou se alguém prestava o serviço, ele se prontificou a prestar o serviço, e achou uma ocasião oportuna pra cometer o crime. Achou que ficaria impune, uma senhora idosa de 69 anos, morava sozinha, ele roubou o celular, o dinheiro da aposentadoria e acabou matando-a com uma facada no pescoço e martelada na cabeça”. Segundo o laudo de necropsia, a causa-morte, foi traumatismo craniano, sendo que foi encontrada uma ferida no pescoço da professora e o crânio estava quebrado. “Diante disso o que ligou o suspeito à cena do crime foram as imagens da câmera de segurança, no domingo dia 20/2, ele saindo da casa da vítima à noite, portanto quebrando as regras da prisão domiciliar porque não poderia estar na rua nesse horário, e no mesmo dia, às 20h, a vítima passou uma mensagem pra filha dela pedindo fotos de algo, informando que o pedreiro estava em sua casa. O que o pedreiro estaria fazendo na casa da pessoa uma hora dessas no domingo? A linha investigativa é que o crime aconteceu nesse domingo à noite, na segunda, ele vendeu o celular e no dia 25, o cadáver foi encontrado porque os vizinhos já estavam sentindo o mal cheiro e deram falta da pessoa que era muito querida na região”, conclui o delegado.
- Martelo usado pelo suspeito para matar a professora (Foto: Arquivo)
- Professora Argentina foi brutalmente assassinada (Foto: Rede Social)
- Celular da vítima que foi recuperado pela PC
- Delegado Sávio Moraes