CARATINGA – A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (27), o inquérito sobre a morte do advogado Augusto Rocha Barreto Diniz de Abreu, que foi assassinado por vários disparos de arma de fogo, por volta das 19h, no último dia 1º de abril, na porta de sua residência na rua Princesa Isabel.
Durante entrevista coletiva na tarde de ontem, o delegado regional Ivan Sales, comunicou o cumprimento dos mandados de prisão de Francislaine Silva Souza, a “Fran”; e de Kaique Tharley Coelho, vulgo “2K”, supostos mandantes do homicídio. Lucas Eduardo de Oliveira Lughate, o “Lukinha”, que é o suposto executor, está foragido.
O delegado afirmou que a conclusão das investigações por meio de documentos e elementos de informações contundentes, apontou que o advogado Augusto acabou sendo assassinado por tentar auxiliar em uma desavença que havia entre duas pessoas.
“A Francislaine tinha relacionamento com uma pessoa chamada Bruno, e após o término, ela passou a se relacionar com o Kaique. Em razão disso, Bruno e o Kaique iniciaram uma desavença, que resultou em diversos crimes. O Bruno foi vítima de tentativa de homicídio, teve seu carro incendiado, todos com indícios que tenham sido praticados por Kaique”, disse.
Bruno e Kaique foram presos em virtudes de outros crimes, e segundo o delegado, dentro do presídio, um passou a provocar o outro, no sentido de quem estava com a razão dos fatos.
“Augusto já havia advogado tanto para Francislaine, quanto para Kaique e para o Bruno. Ocorre que nesse episódio de desavença entre o Bruno e o Kaique, o doutor Augusto passou a acolher, a advogar e tentar proteger o Bruno. Em razão disso, o Kaique e a Francislaine passaram a entender esse partido do doutor Augusto em favor do Bruno como afronta, e começaram a planejar a morte do advogado. Isso a gente afirma mediante a documentos de cartas que foram apreendidas em cumprimento de mandado de busca e apreensão, onde o Kaique afirma que mataria o doutor Augusto tão logo deixasse a prisão”.
Conforme as investigações, para mostrar que estava com a razão para os demais detentos, Bruno fez contato com Augusto que agora advogava para ele, e informou que tinha prints de conversa no seu e-mail, onde a Francislaine após já estar relacionando com o Kaique, continuava conversando ele. “O Bruno achava que com esses prints, onde a Francislaine conversava com ele mesmo se relacionando com o Kaique, lhe daria força no presídio para mostrar que ele estaria com a razão. Então Bruno passou senha e e-mail para o doutor Augusto, e no dia 1º, o advogado levou esses prints para o presídio em entrevista com o Bruno. O Bruno recebeu esses prints da conversa dele com a Francislaine e passou para outro detento”.
Os policiais penais apreenderam os prints, no entanto Kaique de alguma forma tomou conhecimento que esse material chegaria ao presídio. E aí a morte do advogado Augusto que pelo afirmado pelo Kaique já aconteceria quando saísse do presídio, foi adiantada. “Então Kaique chamou o Lucas, que já trabalhava para ele em outros crimes praticados, ao que se apurou pagou R$ 5 mil a ele para ser o executor. Nesse dia 1º, a Francislaine que tinha um Honda Civic de cor prata, deixou Lucas no local de execução do advogado, fez o contorno e o pegou depois”.
Na ocasião, a Francislaine acabou sendo presa em flagrante, mas o juiz de plantão homologou o flagrante, mas não decretou a prisão preventiva, mas a domiciliar. “Francislaine acabou destruindo provas importantes para o processo, e na conclusão das investigações, a Polícia Civil, conseguindo demonstrar ao juiz essa destruição de provas, por meio do delegado Rodrigo Cavassoni, representou pela prisão preventiva, do Lucas, executor; do Kaique, mandante; e da Francislaine, também mandante”.
Segundo o delegado Ivan, o motivo da prisão preventiva deferida pelo judiciário, é a garantia da ordem pública. “A Francislaine já responde outro processo, por tentativa de homicídio, já é ré em outros processos assim como Kaique, e ela demonstrou que a liberdade dela, além de prejudicar a ordem pública, vai trazer transtornos para instrução criminal”.
Lucas continua foragido, e pelo que a PC levantou, estaria no Rio de Janeiro. O fato será comunicado à polícia daquele estado.
- PC concluiu o inquérito sobre a morte do advogado Augusto Rocha
- O advogado Augusto Rocha foi assassinado no dia 1º de abril de 2021 (Foto: Arquivo)
- Investigadores da PC cumprem o mandado de prisão preventiva
- Delegado Ivan Sales explica os trabalhos de investigação feitos pela Polícia Civil