CARATINGA – Tempo de estiagem é motivo para preocupação em relação à vegetação. Por isso, a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros Militar iniciaram campanha contra queimadas irregulares e incêndios florestais.
POLÍCIA AMBIENTAL
O cabo Edil explicou que a Polícia Ambiental faz todos os anos a campanha no início do período de estiagem na região, que varia entre os meses de maio e outubro. “É uma época em que os proprietários rurais devem ficar mais atentos a esse tipo de questão, uma vez que a vegetação tende a estar mais seca devido a estação do ano. O ar também está mais seco. A campanha é para orientar a todos”.
O militar esclareceu ainda a diferença de queimada para incêndio. Segundo Edil, a queimada é a “benfeitoria” que a pessoa utiliza-se do fogo para fazer uma limpeza de determinada área que geralmente ela possui o controle de onde será queimado. Esse tipo de prática pode ser autorizada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). “A questão do incêndio não existe autorização, pois é todo fogo é sem controle”, frisou cabo Edil.
A Polícia orienta para que as pessoas que fumem, não joguem o cigarro aceso próximo a uma mata. “Vidro também quando aquecidos podem gerar incêndio, portanto é bom estar atento e não jogar garrafas nas vegetações. Existe também quem não tem consciência e quer cometer o crime de colocar o fogo em determinada área e para isso existem as punições previstas. A pessoa que for pega cometendo incêndio será conduzida para a delegacia. A pena para este tipo de crime é de dois a quatro anos de reclusão, além da autuação administrativa”, listou cabo Edil.
O militar informou que recentemente, duas ocorrências foram confeccionadas a respeito dessa situação no Parque de Exposição, em uma delas autor não foi encontrado; mas na segunda, foi autuado e responderá na justiça.
BOMBEIRO MILITAR
O sargento Wemerson destacou que o Corpo de Bombeiros de Caratinga, nessa ação conjunta com a PM Ambiental, visa orientar e conscientizar os moradores rurais que possuem propriedades no entorno de áreas de matas, de nascentes, de conservação, para que saibam os caminhos corretos para fazer queimadas em seu terreno. “O proprietário rural vai procurar o IEF para autorização, já o morador de dentro da cidade que tenha um terreno para limpar tem que procurar o órgão municipal do meio ambiente para se orientar e ter autorização. O Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo 193, que também vai orientar quem tenha dúvida. Pode ligar para o 190 da Polícia Militar e a pessoa será direcionada para a PM do Meio Ambiente, que também poderá tirar dúvidas, pois estamos trabalhando junto da população”, explicou sargento Wemerson.
Segundo o sargento, nessa época do ano devido à seca, o número de incêndios florestais é muito maior que a demanda da corporação, por isso o Corpo de Bombeiros conta com apoio dos fazendeiros, das prefeituras, e das empresas que disponibilizam pessoas para atuar no combate aos incêndios.
ACEIROS
Aceiro é o espaço desbastado de vegetação, que se abre em torno das residências rurais ou à margem de um trecho conflagrado por incêndio nas matas, para impedir a propagação do fogo. Para o sargento Wemerson essa é a forma mais efetiva que o morador de propriedade rural tem para evitar que o fogo da área vizinha adentre em seu terreno. “O aceiro tem que ser de uma vez e meia o tamanho da vegetação porque aí será suficiente para que toda vegetação queime e caia sobre ele e não ultrapasse sua medida”.
Ronaldo Gomes, proprietário de uma fazenda próximo à Pedra Itaúna, destacou que é de suma importância a conscientização. “Tivemos vários incêndios que nos deixaram muito preocupados. A vegetação que demora muito a ser reconstituída, animais vindo para próximo das casas por conta das queimadas; é muito importante que se providencie os aceiros. É muito triste ver o fogo destruindo tudo. Já estamos com uma parte de aceiros construídos e faremos nas divisas. O mais importante é conscientização do ser humano, precisamos do verde. A Pedra Itaúna é cartão postal da cidade, é muito triste quando queima tudo”.