PM Ambiental esclarece que matar os primatas não combate a febre amarela silvestre. Se crime for registrado na microrregião, será investigado e autor responsabilizado
CARATINGA- Com os casos de febre amarela silvestre na região, muitos macacos têm sido encontrados mortos nas áreas rurais. Os primatas foram picados pelo mosquito transmissor da doença. Mas, os ambientalistas se preocupam também com o risco dos animais saudáveis serem exterminados por pessoas desinformadas, que acreditam que matando os macacos, estarão livres da doença.
Um caso recente foi registrado no dia 17 de janeiro, em Manhuaçu. Um macaco havia sido encontrado morto em Realeza, distrito de Manhuaçu, mas, a Polícia Militar de Meio Ambiente e a Vigilância Ambiental confirmaram que ele foi morto a tiros e não tem qualquer relação com febre amarela.
Embora ainda não tenha sido registrado nenhum caso envolvendo morte criminosa de primatas na microrregião de Caratinga, a Polícia Militar de Meio Ambiente de Caratinga alerta que a pessoa que matar um macaco está cometendo um crime. “O macaco não transmite a doença. Quem transmite a doença é o mosquito. O macaco assim como o ser humano é uma ‘vítima’ do mosquito. O que a população precisa ter é essa consciência, de que se houver um macaco em determinada região e ele morrer, é sinal de que o macaco está dando um alerta à população”, afirma o militar Edil Sayegh.
Edil ressalta que, matar o macaco, além de ser um crime, portanto, a pessoa será responsabilizada por isso; também está “atirando” contra si próprio. “Se aquele lugar estiver com qualquer risco de contaminação através do mosquito; o macaco que essa pessoa matou não vai avisar para ele. E se houver o crime, a PM vai investigar, além de que a pessoa terá matado provavelmente com arma de fogo. Tem porte? Tem posse? Já é uma mais situação também”.
O militar ainda lembra que a Lei 9.605 tem um artigo específico sobre os maus tratos a animais. “Queremos que as pessoas tenham a consciência de que o macaco está do nosso lado. Ele não é transmissor da doença. A lei fala que essa pessoa pode ser conduzida à delegacia, presa e responder criminalmente. A pena final depende da combinação das penas, mas que a pessoa será responsabilizada, isso é certeiro”.
Com o surto localizado de febre amarela silvestre, a PM ambiental tem recebido alguns chamados, quando a população encontra macacos mortos. Mas, no caso de epizootia, o registro é feito junto á Secretaria de Saúde. “Graças a Deus, na nossa microrregião ainda não teve registro. As pessoas estão é nos ajudando, os órgãos de defesa da saúde, avisando que encontrou um macaco morto. Algumas pessoas ligam para cá perguntando se é de competência da Polícia Ambiental, mas macaco morto sem sinal de maus tratos não é de competência nossa a questão de registro. Mas, as pessoas são orientadas a ligarem para os órgãos de saúde, para que seja investigado se aquele macaco morreu devido à febre amarela”.