CARATINGA – Há pelo menos quatro meses, vem sendo comentando que a Escola Estadual Isabel Vieira, conhecida como ‘Polivalente’ seria fechada e daria lugar ao 62º Batalhão de Polícia Militar de Caratinga, que funciona de forma provisória no mesmo local da antiga companhia, no Bairro Esperança. A Secretaria de Estado de Educação se pronunciou afirmando que não havia qualquer pedido por parte do comando da Polícia Militar de Minas Gerais para a utilização do prédio. A diretora da 66ª Superintendência Regional de Ensino, Landislene Gomes, “Landinha”, também afirmou que não havia nada formalizado, mas garantiu o cumprimento do cronograma letivo de 2015 até 31 de dezembro, sem alteração.
O destino do imóvel, localizado à Rua Professor Colombo Ettienne Arreguy, Bairro Nossa Senhora Aparecida, patrimônio do Governo do Estado, continuou como incerto. Estudantes e profissionais da escola chegaram a usar as redes sociais em uma campanha para que a escola não fosse fechada. Embora os tempos para a escola tenham sido difíceis, com queda no número de alunos matriculados e infraestrutura precária, eles queriam que a escola continuasse funcionando.
Diante de tantas dúvidas, os questionamentos tiveram fim. Na tarde de ontem, o comando da Polícia Militar de Caratinga anunciou que o batalhão será instalado no imóvel. O Polivalente funcionará normalmente até o encerramento desse ano letivo.
Em coletiva à imprensa, major Sérgio Renato, comandante do 62º Batalhão, falou sobre a instalação do novo batalhão. Ele começou lembrando que Caratinga é uma cidade com mais de 90 mil habitantes. Hoje o 62° batalhão tem um total de 283 mil habitantes distribuídos nas 22 cidades que compõe a unidade.
Para o major Sérgio Renato, a necessidade de um batalhão para a cidade é antiga, pelo seu histórico. “O batalhão de Manhuaçu foi criado em 1963. Àquela época Caratinga já era uma cidade muito importante, principalmente porque era a rota final do escoamento de café através da linha de trem Leopoldina. Desde aquela época já havia necessidade de implantação do batalhão em Caratinga, uma cidade cortada por uma das principais rodovias federais do Brasil, a BR-116. Ao longo dos anos foram feitos diagnósticos, outro fator foi a proximidade de Caratinga com o Vale do Aço e o Vale do Rio Doce. Viu-se essa necessidade lá atrás, um sonho antigo da comunidade de Caratinga. Quando trabalhei aqui de 1999 a 2003 já se falava em criar um batalhão. Fizemos um estudo de situação que provou essa necessidade”.
Em 2009, com a divisão do 11° batalhão de Manhuaçu, onde criou-se a 22ª Companhia Independente de Caratinga, já havia outro indício de que a cidade comportava um batalhão, como avalia Sérgio Renato. “Caratinga passou a ser uma das unidades mais importantes, em questão de população, importância socioeconômica e demanda da população por segurança”.
Esta semana, a cessão do imóvel à Polícia Militar foi oficializada. O major destaca que o prédio hoje ocupado pela PM não comporta a estrutura que será instalada, com uma expectativa de 450 policiais. “Foi um presente histórico para Caratinga. Fizemos um diagnóstico da situação criminal de Caratinga, da situação socioeconômica e para se criar precisaria de um espaço físico adequado. Fizemos um estudo de qual prédio publico estaria perdendo a sua finalidade, tendo em vista que atual estrutura não comporta, em sua plenitude”.
Os estudos apontaram para o Polivalente. Diante das polêmicas em relação á escolha do espaço, Sérgio Renato justificou a escolha do imóvel e ressaltou os problemas enfrentados pela instituição de ensino. “A Escola Estadual Maria Isabel Vieira não está fechando no ano de 2015, ao longo dos anos veio perdendo sua finalidade. Sou filho de Caratinga, estudei na década de 80 em Caratinga, o Colégio Polivalente tinha até mil alunos. Constatamos que historicamente a escola está perdendo sua finalidade, chegou ao ponto da escola funcionar com apenas seis alunos em determinadas turmas. A Polícia Militar já encontrou naquela escola veículos que foram tomados de assalto e desmanchados dentro do pátio, ação de vândalos e traficantes. Infelizmente a escola foi se fechando”.
A escola continuará funcionando no imóvel, até o fechamento do período letivo, ou seja, dezembro deste ano. Paralelamente, a Polícia Militar instalará estrutura mínima no local. “Não tem porque tirar a escola de lá, faltando dois meses para o fim do ano letivo. A Polícia Militar estará lá para cuidar do patrimônio”.
Projeto padrão para instalação do 62° Batalhão será elaborado e, posteriormente, o imóvel passará por reforma. Com a efetivação, major Sérgio Renato garante maior integração entre polícia e comunidade. “É mais policiamento na rua. Nosso principal objetivo é estar onde o problema está. Estamos diminuindo o número de policiais internos e é isso que a sociedade quer, uma policia próxima, para dar mais tranquilidade pública”.
Sobre o fechamento da escola, a Superintendência Regional de Ensino deve se pronunciar ainda hoje.
Um comentário
dane jorge
Parabéns a Policia militar ,que sejam mito bem vindos, e que o Senhor os ilumine nesta nova localização,que a comunidade muito precisa .