Atualmente assistimos a tantos desvios e irregularidades no percurso do crescimento e desenvolvimento econômico do mundo: crises hídricas, crise econômicas, guerras, fome, entre tantos outros… Observando estes cenários sou levado a refletir como o PLANEJAMENTO faz diferença como instrumento de controle no uso, distribuição e aplicação dos recursos!
Falta comida, falta educação, falta saúde, falta terra, falta ar!!! ou FALTA PLANEJAMENTO? Este é o ponto de partida desta reflexão sobre os aspectos negativos da FALTA DE PLANEJAMENTO no percurso do crescimento econômico sustentável.
Conceitua-se sustentabilidade como sendo a preservação e controle dos recursos do presente para garantir que não faltem recursos para gerações futuras. Sendo assim, no sentido de se seguir uma linha de evolução de maneira sustentável, como administrador que sou, saliento: planejar é a regra “número um” para se atender este conceito.
Pois bem! Se navegarmos um pouco por este tema, vamos percebemos que o planejamento envolve estratégia, tática e operacionalização enquanto estruturalização e, para sua formalização, faz-se necessário um programa, um plano, e por fim um projeto.
Quando se diz que está faltando alguma coisa, isto me remete para o pensamento de que, se falta alguma coisa é o PLANEJAMENTO. Quando se planeja constrói-se uma base de sustentação das suas ações tomadas no presente em função dos resultados almejados para o futuro, pois existirá um roteiro, uma estratégia, um gerenciamento das tomadas de decisão no uso, distribuição e aplicação de recursos.
De um modo geral, por exemplo, a falta de planejamento está presente nos diferentes níveis de gestão pública, federal, estadual e municipal, cuja condução não apresenta um programa definido, que é o instrumento estratégico na construção do planejamento, ou seja, é o estágio em que se vislumbram os objetivos a serem alcançados, como ainda visualizam-se as necessidades primárias, proporcionando uma visão macroambiental do processo organizacional.
A questão do desenvolvimento sustentável hoje é pauta de políticas de governos e programas regionais (quando existem!), porém seus conceitos ainda não estão fundamentados no nível estratégico e, consequentemente, não recebem a análise e priorização devidas.
É necessário compreender que o desenvolvimento sustentável engloba três princípios básicos na sua sustentação: a equidade social, o crescimento econômico e o equilíbrio ambiental e, portanto, qualquer plano de ação estratégico deverá considerar essas três variáveis.
É fácil perceber como o um planejamento bem estruturado se orienta para o futuro sustentável e prospero. Como exemplo, cita-se os Emirados Árabes Unidos, um pequeno país que tem no petróleo, um recurso finito, a fonte geradora de riqueza. Mas, atentos ao crescimento e desenvolvimento sustentável, os dirigentes dos Emirados Árabes foram alertados por estudos e pesquisas apontando que em 50 a 70 anos o petróleo deverá se extinguir! Qual a atitude diante de tal previsão? – Foi a mudança de foco na geração de riqueza, sem depender estritamente do petróleo, criando-se matrizes culturais estão sendo exploradas como fontes geradoras de riquezas.
Em Dubai, uma das sete capitais dos Emirados Árabes, a renda familiar é de US$ 44 mil por ano e todos os habitantes têm onde morar, boa assistência à saúde, acesso integral às escolas, num ambiente no qual, além da língua oficial, o árabe, toda a população é fluente em inglês. Por força de lei rigorosamente cumprida, todas as empresas estrangeiras que se instalam na cidade, são obrigadas cada um delas a ter pelo menos 51% de capital nacional, o as tornam sócias de Dubai.
Além disso, em Dubai situam se duas grandes obras faraônicas da construção civil: a torre mais alta do mundo, a Burj Dubai, uma estrutura com mais de 800 metros de altura e 160 andares; e a famosa Ilha de Palma (Palm Islands), um empreendimento de magnitude cinematográfica, uma verdadeira façanha da engenharia humana. A Palm Islands é um arquipélago artificial na forma de palmeira no qual se tem vários hotéis e resorts de luxo e que, na área domiciliar, se divide em apartamentos e casas com praias e marinas particulares. Estes exemplos permitem vislumbrar o potencial turístico da região como fonte geradora de riqueza, uma estratégia criada para que, na futura escassez prevista de petróleo, outros instrumentos de amparo já estejam elaborados para substituí-lo.
Os exemplos como os de Dubai, que demonstram sérias preocupações estratégicas direcionadas ao planejamento, são raros pelo mundo afora, pois na maioria dos casos o que se aplica é o imediatismo – se faltar, na hora vê o que faz – isso tem que mudar!!!
Neste contexto quero suscitar a ideia de que não podemos nos deparar com situações em somos levados a exclamar: nossa, está faltando algo! Pode ser que o que realmente esteja faltando não é o “algo”, mas sim, um pequeno, mas significativo instrumento administrativo que é o PLANEJAMENTO.
Portanto, para se construir uma sociedade orientada para a sustentabilidade faz-se necessário ter ações dirigidas a solucionar os problemas microambientais, não deixando que os mesmos se tornem macroambientais. Estes são os casos da violência, das drogas, da fome, da escassez dos recursos naturais, das crises econômicas, problemas quase sempre descontrolados mundo afora, em decorrência da falta de prioridade para temas como estes por parte das autoridades responsáveis na elaboração de programas estratégicos.
Viver de imediatismo somente gera disfunção e desequilíbrio e, se temos tantas ferramentas de apoio científico e tecnológico disponíveis para a sociedade se apoiar e se PLANEJAR, por que não são usadas?
Sendo assim, meu alerta fica imbuído sobre os cuidados com a administração do crescimento e desenvolvimento econômico guiado por programas estratégicos, planos de ação bem estruturados, ou seja, se o foco hoje está pautado em sustentabilidade, PLANEJAR é preciso. Como já cantou o nosso José Geraldo: “isso tudo acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos”!!!
Sustentabilidade é PLANEJAMENTO. REFLITA!
* ALAN DE FREITAS BARBIERI, Possui graduação em Administração de Empresas e graduação em Educação Física. Tem o título de Mestre em Biotecnologia. Atualmente atua como tutor do ensino semipresencial do UNEC – Centro Universitário de Caratinga – MG, onde também é docente dos cursos de Administração de empresas, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Segurança no Trânsito. Além de exercer a função de professor efetivo na rede estadual de ensino do estado de Minas Gerais – MG