DA REDAÇÃO – Alessandro Neves Augusto, o Pitote, foi considerado culpado da morte do repórter Rodrigo Neto de Faria pelo Júri Popular da Comarca de Ipatinga. Ele ouviu às 18h43 o juiz da 2ª Vara Criminal, Antônio Augusto Calaes, anunciar sua sentença: uma pena total de 16 anos de reclusão, em regime fechado. O magistrado que presidiu o júri negou ao réu o direito de recorrer em liberdade. A qualificadora da pena foi o uso da surpresa no ataque às vítimas.
Foram 12 anos aplicados pela execução de Rodrigo Neto, em 8 de março de 2013, e 4 anos pela tentativa de homicídio de L.H.O.O, que acompanhava o repórter na hora do crime. O promotor Francisco Ângelo afirmou à imprensa que irá recorrer da sentença para aumento da pena. O advogado de defesa, Rodrigo Márcio do Carmo e Silva, por sua vez, considerou a sanção “pesada” ao seu cliente.
Em um julgamento que começou às 9h dessa sexta-feira (19) e terminou às 19h, Alessandro Neves Augusto, o Pitote, de 34 anos, foi considerado culpado da morte do repórter Rodrigo Neto de Faria e da tentativa de homicídio de um amigo que acompanhava o jornalista na noite da execução, em sessão do Tribunal do Júri na Comarca de Ipatinga.
MP
O promotor de Justiça, Francisco Ângelo Silva Assis, ao fim do julgamento, afirmou que o Ministério Público vai analisar a possibilidade de pedir o aumento da pena, por entender que a gravidade do crime cometido requer uma pena mais elevada.
“Tem o juízo de culpabilidade, a morte do profissional da imprensa, que trabalha na busca assídua de solução para casos criminais. Isso deve ser levado em consideração para a elevação de pena. Vamos pedir ao Tribunal”, destacou.
DEFESA
O advogado Rodrigo Márcio do Carmo Silva, que trabalhou na defesa ao lado dos advogados Sheila Carvalho e Reginaldo Malaquias, afirmou que a decisão lhe deixou triste e a defesa vai recorrer.
“Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra. Pergunto à sociedade e a vocês, repórteres, se estão satisfeitos com o desfecho. Na prática, acharam dois bois de piranha, que estão cumprindo a pena. Apareceram o mandante e a motivação?”
Esse será mais um caso daqueles que o próprio Rodrigo tratava no quadro radiofônico ‘O que o tempo não apagou’. “E vamos recorrer porque o julgamento foi totalmente contrário às provas que têm nos autos, principalmente no que tange a tentativa de homicídio. Vamos recorrer até à última instância. Enquanto isso, o verdadeiro matador, Serginho (Sérgio Vieira da Silva), está solto”, disse o advogado.
O assistente da acusação, criminalista Délio Gandra, disse que queria uma pena maior, mas avaliou que, dentro dos critérios de votação e do julgamento, o resultado ficou dentro do aceitável e semelhante ao julgamento do outro réu no processo, o ex-investigador da PC, Lúcio Lírio Leal, que também pegou 12 anos de reclusão pelo assassinato de Rodrigo Neto. Lúcio foi absolvido da tentativa de homicídio de L.O.
O jurista concluiu dizendo que há expectativa na conclusão das investigações complementares do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para apontar outros envolvidos no crime, “que certamente teve um mandante e uma motivação”.
Fonte: Diário do Aço