CARATINGA – Um acidente envolvendo um piloto de paraglider foi registrado no final da tarde de domingo (7) na zona rural de Caratinga, nas imediações da balança de pesagem do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). A vítima Juscelio Marcos de Freitas Rosa, 36 anos, que reside em Inhapim, foi socorrida pelos bombeiros militares. Ele deslocou um dos braços.
De acordo com Jean Matias dos Santos, que também é piloto de paraglider, dez pilotos decolaram de Inhapim com sentido a Caratinga. “Ele (Juscélio) comentou conosco pelo rádio que a nuvem estava ‘sugando-o’. Então, tentou fazer uma orelhinha para abaixar e o paraglider entrou em giro com ele”, contou Jean.
Após a queda, Jean disse que ele e outros pilotos mantiveram contato, via rádio, com Juscélio e procuraram acalmá-lo. “Quando nós o encontramos, ele estava tranquilo e aparentemente foi o braço dele que se deslocou. Ele conversava normalmente”, contou. “Foi um susto muito grande. Procuramos um lugar propício para pouso e pedimos o socorro”, complementou Jean.
Sargento Oliveira contou como foram os trabalhos dos bombeiros militares. “O local é de difícil acesso, aproximadamente 500 metros da margem da rodovia. A vítima foi resgata consciente e sentindo dor no ombro esquerdo. Usamos uma maca especifica para esse tipo de salvamento”, especificou sargento Oliveira.
Juscélio foi levado para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Caratinga.
VÍTIMA CONTA COMO FOI O ACIDENTE
Na tarde de ontem, a reportagem do DIÁRIO conversou por telefone com o piloto Juscélio, que contou como foi a queda. “Decolei por volta das 14h30 na rampa de Inhapim (rampa da Esperança). Sou um piloto com sete anos de experiência. Estava fazendo um voo de Cross Country, que é sem limite de quilometragem”, explicou Juscélio.
Ele relata o momento em que começou a ter problemas. “Quando cheguei em Caratinga estava enroscando e tirei no limite da nuvem. Quando a nuvem começou a me sugar, andei por volta de uns dez minutos dentro da nuvem só subindo. Me preocupei e apliquei uma técnica que a gente chama ‘orelhas’, que diminui o tamanho da vela e ela afunda; só que ao continuar subindo demais, começou a sacudir a vela. Resolvi tirar essas orelhas e mudar de direção, mas aí quando soltei as orelhas, a vela entrou em colapso e começou a descer em cascata, quando ela avança para um lado e para o outro. Consegui controlar o máximo possível e não pude jogar o meu reserva. Quando aconteceu o colapso estava a 2.500 metros de altura, quando começou o efeito cascata e fui tentando controlar até chegar no chão”, contou o piloto que até o final dessa edição ainda estava internado na UPA, pois um ombro se encontra lesionado e terá que passar por cirurgia. Ainda seria feita uma tomografia para conferir se está tudo normal na coluna.