Geraldo Mendes Costa apresenta sua história de superação e fé em forma de livro
CARATINGA- A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esteve na residência de Geraldo Mendes Costa, 75 anos, para apresentar o seu primeiro livro “Pegadas e Gratidão”.
A obra conta a sua história de superação e fé, diante de inúmeros desafios enfrentados, desde as sequelas após fraturar o braço esquerdo na infância e duas próteses nas pernas (o que lhe faz caminhar com bastante dificuldade), a mergulhar no Rio Amazonas sem saber nadar, movido pelo alcoolismo.
Geraldo é natural de Ubaporanga, vindo para Caratinga aos três anos de idade. Com o livro, ele pretende mostrar para o público o que foi fundamental na sua trajetória.
Como foram os desafios de escrever o primeiro livro?
O profeta Jeremias não sabia ler nem escrever, então, Baruque escrevia por ele. Nesse livro achei um Baruque, o filho de coração de minha esposa, está se formando para pastor da Igreja Presbiteriana. Ele escreveu pra mim umas seis páginas. Eu tive uma esclerose do ombro direito, que antes eu era professor, usava giz e quadro negro, e depois funcionário do Banco do Brasil, máquina de escrever Remington e Olivetti, não deu outra coisa. O braço esquerdo, eu quebrei quando tinha quatro anos e houve uma fratura incompleta do rádio, é como se quebrasse uma palito de fósforo e não separasse, aquelas frestinhas, pipocaram os três nervos, se acontecesse hoje meu braço teria sido amputado. Em 1962 fui operado no hospital Santa Tereza em Petrópolis, pelo doutor Donato Dângelo, ele era uma das sumidades da Ortopedia na América. Tenho a cicatriz até hoje.
Por que decidiu escrever?
Inspiração. A caixa de previdência do Banco do Brasil tem um site que publica obras de funcionários, fazem um questionário e me perguntaram: ‘Você se inspirou em quem?’. Respondi: ‘Em ninguém. Fui inspirado pelo Espírito Santo’.
O que o senhor relata no livro?
O livro gira em torno da minha história, mas, tendo Deus como principal autor, porque …estou me emocionando. Não foi brincadeira, qualquer pessoa que tivesse passado por onde passei, teria sido fatal para ela. Tipo mergulhar no Rio Amazonas sem saber nadar, só porque eu estava embriagado. Vi um monte de crianças pulando na água e disse: ‘Ah, eu também pulo’. O que o álcool não faz. No livro conto umas oito vezes em que isso teria acontecido, mas a cada vez que abro o olho sei que é uma benção de Deus. São muitas histórias…
Quando o senhor fala em “Pegadas”. O que significa?
Pegadas é em função de uma história antiga, o filho da minha esposa deu um quadro pra ela, fala que um homem conversando com Jesus diz: ‘O Senhor sempre caminhou comigo lado a lado, mas muitas vezes olhava para trás e só via as minhas pegadas, onde estava o Senhor?’ A resposta foi: ‘Quando você não via as minhas pegadas, você estava no colo…’ (lágrimas). Pegadas por isso, acontece que embora tenha passado por todos esses perigos, eu saí de Caratinga em 7 de dezembro de 1967, por problemas com minha família, saímos daqui com a roupa do corpo, fomos pra Três Rios, e sempre Deus me carregando. Tornei-me arrimo, cuidei da minha família e no dia 3 de janeiro de 2011, quando estava no computador, abrindo aquele Orkut antigo vi um negócio de Uai Mineiro, cliquei, achei minha esposa. Começamos a conversar, em 24 de fevereiro de 2011 voltei para Caratinga. Fiquei quarenta e tantos anos longe daqui, só pode ser Deus pra me dar essa vida que eu tenho hoje, e o livro foi uma inspiração. Comecei a contar como fiz para entrar no Banco do Brasil, como foi o concurso. Fui professor em Volta Redonda durante 10 anos, de inglês e português. Quando fiz faculdade, li bastante livros, fiz em dezembro de 1968 e passei em primeiro lugar. Com certeza fiz 95% dos meus alunos saírem do colégio falando inglês. Tenho testemunho disso no meu livro.
Gratidão também é mencionada no título do livro. A que ou a quem o senhor atribui essa palavra?
Em princípio, em estar vivo até hoje. Faço 76 anos dia 17 de maio. Gratidão por tudo que Ele fez na minha vida, pelas vezes que ele me salvou, não há como agradecer; quero crer que a forma foi escrever esse livro, para mostrar o quanto os outros devem saber que Deus existe, e principalmente para quem entende que lá em Mateus 7:21, está escrito: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, somente àqueles que fazem a vontade do meu Pai”. E qual a vontade Dele? Primeiro que nos amemos uns aos outros, e segundo que O tenha em primeiro lugar. Jesus Cristo parece que entendia de pleonasmo, era um grande professor de português, pleonasmo existe em todas as línguas, em toda parte do mundo, é repetir uma coisa desnecessariamente. Então quando Jesus Cristo disse que há dois mandamentos: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas’ e o segundo ‘amar o próximo como a você mesmo’; a pessoa que segue esses dois mandamentos não vai ter tempo pra roubar, não vai ter ideia pra assaltar, pra fazer qualquer outro pecado, só porque ele segue esses dois mandamentos.
Como adquirir o livro?
Já está sendo vendido, tenho até um depoimento do professor Jacinto, ele escreveu pra mim dizendo que há muito tempo não via uma obra como a minha. Está disponível na livraria Caratinga, na Papelaria São Paulo, na Caratinga Importados, Universitária e também na Casa do Silêncio.
Qual sua mensagem final?
A mensagem do meu livro está bem evidente em todas as páginas, lendo vocês verão o quanto Deus é importante na vida da gente. A mensagem que deixo é para que leiam meu livro para terem certeza que Deus realmente existe e Ele é muito bom. Todas pessoas que têm meu livro dizem que começam a ler e não têm vontade de parar, isto é o maior elogio que já recebi em minha vida em termos de escritor literário (risos). Esse é um romance aberto, significa que posso voltar a escrever. No romance fechado o livro acaba quando ele termina. Isso está em Teoria Literária de Hênio Tavares.