Outros quatro homens haviam sido presos anteriormente
DA REDAÇÃO – Dois homens foram presos preventivamente pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Fervedouro, na Zona da Mata, na manhã desta quarta-feira (26), suspeitos de integrarem a organização criminosa que teria sido responsável pelos crimes de latrocínio ocorridos no último dia 10 de julho, em Santa Margarida, na mesma região. As prisões fazem parte da Operação Lúcifer. Os presos são Ademar José Pedrosa, 44 anos, que é considerado pela polícia o líder da organização, e Marcos Henrique Fernandes Ribeiro, 21, que teria passado informações sobre os bancos.
No dia dos crimes, os suspeitos teriam cometido roubos a duas agências bancárias da cidade e, ainda, matado o policial militar Marcos Marques da Silva, 36, e o vigilante Leonardo José Mendes, 53. Quatro homens já haviam sido presos pelas polícias Civil e Militar. Wesley Rosa Firmino, 23; Josimar Pereira Rodrigues, 30; e Sirlande da Silva Ferreira, 27; foram detidos no dia dos fatos, enquanto Daniel Rodrigues de Aguiar, o “Playboy”, 34; foi capturado no dia 16 deste mês. Após as prisões, as investigações prosseguiram e foram identificados outros dois suspeitos.
Na manhã de ontem, além dos cumprimentos de mandados de prisão, realizados em Fervedouro, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, em Fervedouro e Divino, na casa de pessoas ligadas à organização. Foram feitas, inclusive, buscas na residência e escritório de um homem que seria advogado da quadrilha. Foram apreendidos diversos documentos, que serão analisados nas investigações. A PCMG já identificou que o mesmo grupo teria participado de pelo menos outros oito crimes na região, entre roubos a bancos e explosões de caixas eletrônicos.

Márcio, o ‘Curupira’, é apontando como o ‘olheiro’ do bando. Ele seria o responsável por passar informações sobre os bancos (Foto: Rede Social)
De acordo com o que foi apurado, Ademar estaria presente no dia do duplo latrocínio. Marcos Henrique possuía outro mandado de prisão em seu desfavor, que também foi cumprido, por um roubo cometido em Tombos. Os quatro suspeitos dos mesmos crimes, detidos anteriormente, continuam presos preventivamente.
“O inquérito do duplo latrocínio foi concluído e está sendo remetido à Justiça na data de hoje. Foi instaurado procedimento complementar para apurar e desarticular toda a organização criminosa. Tal investigação conta com o apoio de uma força-tarefa, coordenada pelas agências de inteligência das delegacias regionais de Manhuaçu e Muriaé. Nessa investigação, novos nomes podem aparecer e, consequentemente, novas prisões”, ressalta o delegado Felipe Ornelas, responsável pelos casos.
O grupo criminoso tem sido chamado pela comunidade local de “Novo Cangaço”, devido às semelhanças com a organização de Lampião, que aterrorizava as comunidades realizando roubos em série, no sertão nordestino, no século passado. O nome da operação, Lúcifer, faz referência ao codinome pelo qual o advogado é conhecido pelos membros da organização.