DA REDAÇÃO – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga um esquema de desvio milionário de valores. Em decorrência das apurações, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, bem como bloqueio de bens e valores, contra um homem, de 30 anos, suspeito de desviar R$ 3 milhões de uma propriedade rural voltada à exploração de café, em São Domingos das Dores, da qual era contador.
O trabalho investigativo é realizado pela Delegacia de Polícia Civil em Inhapim. A informação dos desvios financeiros foi obtida quando o proprietário da fazenda, de 91 anos, e seus familiares deram conta de que o empreendimento não estava rendendo o quanto se esperava, motivo pelo qual passaram a desconfiar do investigado, contratado há quatro anos.
As supostas subtrações ilícitas foram descobertas após os solicitantes tomarem conhecimento de que o suspeito havia efetuado um pagamento via Pix, de R$ 5 mil, para uma empresa de material de construção, mas o valor foi debitado na conta da vítima, embora os produtos adquiridos tenham sido entregues na casa do investigado. O homem, ainda, aproveitando-se dos dados cadastrais da vítima, teria aberto diversas contas em bancos digitais.
A partir daí, os responsáveis pela propriedade começaram a realizar levantamentos internos, momento que descobriram um rombo aproximado de R$ 3 milhões. Durante as apurações, foi constatado que o investigado movimentou expressivas quantias nos últimos meses, apesar de receber da vítima o valor mensal de R$ 3 mil.
Bloqueios e apreensões
Diante da situação, foi instaurado inquérito policial para apurar os fatos, sendo que, no curso do procedimento investigatório, a Polícia Civil representou à Justiça pelo sequestro de bens e valores do investigado e da empresa da qual apenas ele é sócio, assim como pela expedição de mandados de busca e apreensão nos locais de possível armazenamento de provas materiais da infração penal.
O resultado das apurações foi a obtenção do bloqueio de aproximadamente R$ 55 mil em contas bancárias, imóveis, cinco veículos, dos quais três foram localizados e apreendidos, e, no decorrer das buscas domiciliares, a apreensão de dinheiro, cartão de crédito em nome da vítima, dois cheques emitidos pela vítima, cada um com valor de R$ 39.330,00, celular, computadores e contratos diversos, todos esses objetos encontrados em poder do suspeito.
A operação foi batizada como Tu Quoque, expressão que faz referência ao grito de dor e indignidade do imperador Júlio César ao ser apunhalado por seu filho adotivo e indagar: “Até você?”. A frase, de origem latina, refere-se à quebra de confiança.
O suspeito é investigado pela prática, em tese, dos crimes de furto qualificado pelo abuso de confiança e emprego de fraude, apropriação indébita e falsidade ideológica. As investigações prosseguem em sigilo.