Adolescente morto teria agido a pedido de Daniel Capota. Crime estaria ligado à disputa por ponto de venda de drogas
CARATINGA – A Polícia Civil prendeu na terça-feira (11), em São Sebastião do Anta, Daniel Araújo de Souza, 48 anos, mais conhecido como ‘Daniel Capota’. Conforme as investigações coordenadas pelo delegado Almir Lugon, Daniel teria ordenado que um adolescente matasse Geraldo Batista Ferreira, 28 anos. Porém, Geraldo reagiu, dominou o menor, tomou-lhe a arma e efetuou três disparos, matando o adolescente. O fato foi registrado, na quadra da Associação dos Meninos Assistidos de Caratinga (AMAC), Bairro Nossa Senhora Aparecida, no dia 16 de agosto de 2014.
O CRIME
No dia do crime, o adolescente, 16 anos, chegou e perguntou quem seria Geraldo Batista, também conhecido por ‘Geraldo Ratão’. O menor teria dito que tinha algo para resolver com Geraldo. Ao sacar o revólver, o adolescente acabou dominado e morto com três tiros. Em seguida, Geraldo fugiu levando a arma. Passado o flagrante, acompanhado de um advogado, Geraldo se apresentou à polícia, sendo ouvido e liberado, conforme a legislação.
ACUSADO ALEGA INOCÊNCIA
Na tarde de ontem, Daniel Capota, que já cumpriu pena por tráfico, foi apresentado e alegou inocência. Ele disse que não conhece Geraldo e que tudo não passa de um equivoco. “Saí da cadeia este ano e fui morar com minha mãe. Como minha mulher estava sozinha, chamou um primo para morar com ela. Este ‘moleque’ foi tirar satisfações com Geraldo porque ele atirou deu tiros perto da casa onde estava morando. Digo que não tenho nada com este desentendimento”, alegou Daniel Capota.
Após o dia 16 de agosto, Daniel foi morar em São Sebastião do Anta, onde montou um bar. Ele justifica que deixou Caratinga porque se sentia ameaçado pelos familiares de Geraldo. Durante a apresentação, Daniel disse que um irmão de Geraldo chegou a efetuar disparos em frente a sua casa, mas que não registrou ocorrência.
Daniel alega ainda que Geraldo teria dito que houve um de desentendimento, há três anos, entre eles. Mas segundo Daniel, isso seria impossível, pois nessa data estava cumprindo pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
DISPUTA
Porém as alegações de Daniel, de acordo com o delegado Almir Lugon, são desmentidas pelas investigações da Polícia Civil. “Este menor, que veio de Contagem, não tinha nenhum vínculo em Caratinga, a não ser com Daniel. O adolescente era primo da amásia de Daniel”, especifica o delegado.
Ainda segundo apurou a PC, o desentendimento foi provocado pela disputa por um ponto de tráfico. “Daniel já tem condenações por tráfico de drogas. Então ele contratou este menor para matar Geraldo”, disse Almir Lugon.
Daniel está recolhido no presídio de Caratinga.