Caratinguense Luiz Carlos Pires Secunho foi assassinado em 2013
MURIAÉ – A Polícia Civil (PC) concluiu o inquérito sobre o assassinato do caratinguense Luiz Carlos Pires Secunho, de 53 anos, do funcionário do INSS, morto violentamente na garagem do prédio onde morava, situado na Avenida Comendador Freitas, no Centro de Muriaé. O crime aconteceu na noite do dia 27 de julho de 2013. Segundo o delegado responsável pelo caso, Eduardo de Freitas, as investigações apontam a esposa da vítima como mandante do crime e um morador da cidade de Barão do Monte Alto aparece como o executor. A motivação seria interesse nos bens de Luiz Carlos.

Luiz Carlos Pires Secunho foi morto na garagem do prédio onde morava, no Centro de Muriaé, em 27/07/2013 (Arquivo Rádio Muriaé)
Na manhã de ontem, o delegado concedeu entrevista coletiva, na 31ª Delegacia de Polícia Civil, na sede da AISP 150, na Gávea, e afirmou que o inquérito derrubou a tese inicial de latrocínio (roubo com resultado morte), provando que a vítima foi alvo de uma emboscada.
Na noite do crime, Luiz Carlos e a mulher, que era sua segunda esposa, chegaram de carro na garagem do edifício e ela subiu primeiro ao apartamento onde o casal morava, deixando Luiz sozinho na garagem. Em seguia, ele foi surpreendido por alguém que o atacou e o matou com requintes de crueldade. Seu corpo foi encontrado em meio a muito sangue, com marcas de facadas no tórax, e o rosto estava desfigurado, aparentando ter sido batido várias vezes contra uma pilastra da garagem.
De acordo com o delegado, os suspeitos negam as acusações, porém, a quebra de sigilo telefônico, ordenada pela Justiça a partir de solicitação do primeiro delegado que esteve à frente dos trabalhos, Glauco Seguro, mostram várias ligações entre os números da mulher da vítima e do suposto matador em diversas datas, inclusive no dia do crime, antes e depois do homicídio.

O delegado Eduardo de Freitas disse também que a esposa de Luiz Carlos apresentou versões que não se confirmaram e foram desmentidas por pessoas ouvidas durante o inquérito sobre a sequência dos fatos na noite do crime, bem como se contradisse quanto a alguns detalhes.
Segundo o delegado, outro ponto que o não convenceu foi o relato da mulher, que ao achar o marido caído na garagem pensou que ele pudesse ter passado mal: “Pelas sérias lesões que a vítima apresentava e com tanto sangue, era impossível para qualquer pessoa em condições mentais normais, não perceber que ela havia sofrido um ataque violento”, argumentou o delegado Eduardo em entrevista concedida na última quinta-feira (3).
Na ocasião, o delegado contou também que em depoimento, o suposto executor alegou que seu celular havia sido furtado cerca de um mês antes do crime: “O que é estranho é uma pessoas ter o aparelho furtado e não tomar medidas para bloquear ou cancelar a linha”.
Sobre o motivo do crime, o delegado afirmou que a mulher da vítima queria ficar com todos os bens da vítima: “Nós apuramos que a motivação foi o desejo por parte da esposa da vítima de se apoderar do patrimônio de Luiz Carlos. Ela inclusive já havia aplicado um golpe no marido, no qual comprou um apartamento dele, sem ele saber que estava vendendo para ela, pagou com o dinheiro dele e não lhe repassou a metade do valor, ao qual ele tinha direito. Ou seja, ele foi lesado duas vezes na mesma negociação”, revelou Eduardo de Freitas.
Os suspeitos estão indiciados por homicídio qualificado – com pena de 12 a 30 anos – e o inquérito será remetido ao Ministério Público, que poderá fazer a denúncia à Justiça pedindo que ambos virem réus em uma ação penal.
Fonte: Rádio Muriaé