Destaque do Agronegócio, produtor é exemplo de preservação do meio ambiente e sustentabilidade
CARATINGA- Um café produzido de forma natural, sem uso de qualquer produto químico. Respeito ao meio ambiente e à sociedade. Paulo Finamore, 68 anos de idade, cuida da saúde da terra onde planta e da saúde do consumidor.
Como produtor rural de café orgânico, ele dá exemplo em sua propriedade, no distrito de Santa Luzia. Paulo faz parte da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam) no Sul de Minas. A distância geográfica é devido ao fato de Caratinga não contar com uma cooperativa de café orgânico.
Paulo Finamore foi escolhido pelo DIÁRIO como destaque do Agronegócio 2023. Ele recebeu a reportagem, acompanhado da esposa Luzia Finamore e do neto Mateus Finamore. Na mesa, os inúmeros troféus conquistados em concursos de qualidade do café com destaque para o Golden Cup Brasil, reconhecido internacionalmente.
“Já tem mais de 40 anos que produzo café, no modo convencional. Meus pais já trabalhavam com café, mas, antigamente era pouco café. Foi da década de 70 pra cá que começou mesmo a produção maior de café”, se recorda o produtor.
Já com consciência de sustentabilidade, Paulo já não utilizava agrotóxicos na lavoura. Mas, foi em meados de 2016, após um curso em Caratinga, que ele despertou atenção para todos os métodos necessários para se te rum café orgânico e conheceu a cooperativa de Poço Fundo. “Eu já vinha mais ou menos nesse manejo e graças a Deus trabalhando só com café orgânico. A principal diferença é a vida, muda tudo. Deixar de trabalhar com veneno, com químico, para trabalhar com orgânico é uma mudança muito boa. É um produto que para a família é muito bom e temos certeza de que estamos vendendo uma coisa que não vai fazer mal para ninguém. Muda tudo. A terra é outra. O mato que sai é outro. Tudo que você consegue na roça se for de alimento pode usar sem perigo, sem problema”, observa.
Ainda são poucos os produtores que atuam com o café orgânico, mas, Paulo observa que o apoio da cooperativa tem sido fundamental para ampliar este quadro. “No grupo nosso eram oito famílias, hoje vai passar para 18 famílias, vai crescendo um pouco o grupo. Temos que agradecer muita a cooperativa de Sul de Minas, que dá todo o apoio pra gente aqui, com assistência técnica. Na região tem uma cooperativa que trabalha com orgânico, que é em Manhuaçu, mas, um pouco diferente da Coopfam. A Coopafam respeita os organismos internacionais que colocas as normas para ela seguir. A gente faz para a Coopfam o que ela promete fazer para os consumidores estrangeiros. Mas, Caratinga não nenhuma cooperativa dessa”.
Outro ponto positivo observado pelo produtor é a valorização do café orgânico. “O valor dele é bem melhor que do convencional. São produtos que o exterior, os gringos estão muito interessados. Além disso, a cooperativa tem um tipo de manejo para a gente conservar o solo, a nascente e a natureza, que é uma parte muito importante, principalmente com esse problema que está surgindo de secas prolongadas, falta de chuva. O povo tinha que ver um pouco isso”.
A respeito dos concursos de qualidade que tem participado, Paulo Finamore afirma que se sente valorizado e que são muitas oportunidades. “Muito bom quando vemos o café da gente tendo notas boas, valorizado pela cooperativa e sendo visto. Fazemos um trabalho protegendo a natureza, o meio ambiente e um café diferenciado realmente na qualidade. Quando o café da gente chega na cooperativa, se o café tiver potencial, ela faz uma contraprova para ver se tem condição de chegar no concurso. Tem o concurso da própria cooperativa e manda para os nacionais, internacionais. Em 2021 fiquei em 10° lugar no concurso da Semana Internacional do Café, esse ano fiquei entre os 50. Esses prêmios são muito bons para as cooperativas, dá mais visibilidade no exterior, vendo que o produtor está cumprindo o compromisso de preservar a natureza”.
O Café Finamore, natural e livre de processos químicos é produzido em família, que vem colhendo muitos frutos da preservação ambiental. “Graças a Deus tem a esposa, o neto e a neta, filha, genro. Pessoas que trabalham em conjunto. Estou muito satisfeito, não produz talvez os 100% que o convencional produz, mas, a diferença em saúde da terra e da gente é o mais importante”.