Participantes do Programa Líder (foto: Arquivo IBIO)
DA REDAÇÃO – A sustentabilidade de um território depende da articulação e atuação de parcerias entre atores locais envolvendo empresas, sociedade civil e poder público. O Projeto Território Sustentável do Ribeirão do Boi, executado pelo IBIO, é um exemplo desse esforço de trabalho integrado entre os quatro municípios que compõem essa sub-bacia: Caratinga, Entre Folhas, Bom Jesus do Galho e Vargem Alegre. Essa visão conjunta sobre a gestão da bacia foi reforçada através do Programa Líder, uma parceria com o SEBRAE-MG, que capacitou lideranças locais resultando em um plano de trabalho unificado e na criação do Fórum de Desenvolvimento do Território do Ribeirão do Boi, com o intuito de viabilizar ações de sustentabilidade ambiental e produtiva no território.
Reuniões feitas com as comunidades (foto: Arquivo IBIO)
Além do fortalecimento e integração de lideranças, o projeto também trabalha diretamente com os proprietários rurais da bacia, realizando o Cadastramento Ambiental Rural em parceria com o Instituto Estadual de Florestas, e promovendo encontros para capacitação tecnológica dos produtores. Dentre as ações, destaca-se a implantação de uma Unidade de Referência Tecnológica do sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) no distrito de São Cândido (Caratinga) em parceria com a EMBRAPA Gado de Leite. Esta unidade demonstrativa pretende ser uma vitrine de boas práticas para produção de leite e gerenciamento de propriedade rural na agricultura familiar e já organizou seu primeiro dia de campo para compartilhar com os vizinhos as experiências acumuladas nessa primeira etapa.
O projeto desenvolvido na bacia do Ribeirão do Boi é apenas um dos exemplos de atuação do IBIO, uma organização brasileira fundada em 2002, que trabalha para aumentar a qualidade ambiental e promover a gestão sustentável de recursos naturais. Em setembro de 2015, a organização lançou o Programa de Disponibilidade de Água da Bacia do Rio Doce, que contou com o apoio de diversas instituições incluindo
Valorização das tradições (foto: Arquivo IBIO)
FIEMG, FAEMG, empresas e os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) do Rio Doce, quando apresentou as áreas prioritárias para intervenção na bacia (fruto de um trabalho de processamento e análise de dados técnicos realizado em conjunto com a empresa Way Carbon). Dentre as principais ações defendidas pelo IBIO para garantir a disponibilidade de água estão a recuperação da cobertura vegetal, a promoção da agricultura sustentável e o uso racional de água. Esse planejamento está em alinhamento direto com o plano de bacia em vigor e busca complementar os recursos existentes provenientes da cobrança pelo uso da água.
Pessoas que realizavam trabalhos voltados para o Meio Ambiente (foto: Arquivo IBIO)
O fortalecimento dos comitês de bacias é fundamental para a governança da bacia, pois eles trazem legitimidade ao planejamento integrado e às ações desenvolvidas. Nele estão representados os três setores da sociedade e as suas deliberações orientam a aplicação de recursos públicos pela agência de bacias. Por isso, a mobilização, capacitação e participação de todos os atores é de extrema importância para a tomada de decisão em direção à sustentabilidade das nossas bacias.
