Palavras Que Têm Peso – Uma Carta Aberta Aos Cristãos
(Da série: Uma pequena luz brilha no horizonte – 21)
As palavras de nosso novo PRESIDENTE, inclusive aquelas que saíram em voz embargada, quando disse “Ajudem-me” – palavras proferidas na sua posse, bem como pelos seus Ministros e Assessores, tiveram uma característica comum: os problemas dos pobres estão no topo da lista de prioridades!
Tenho duas observações que gostaria de fazer sobre esse fato, concordando que essas palavras têm peso verdadeiro:
Primeira: Essa ênfase é o que a Bíblia e, principalmente Jesus, ensinam como o ESSENCIAL numa gestão de qualquer governante:
– “Ó Deus, dá teus juízos ao rei, e ao filho do rei, tua justiça, para que ele julgue o teu povo com justiça, e teus pobres com equidade. Que as montanhas, assim como os montes, tragam ao povo prosperidade com justiça. Que ele julgue os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado e esmague o opressor.” (Salmo 72.1-4)
– “Que a justiça floresça nos seus dias, e haja plena paz enquanto durar a lua.” (Salmo 72.7)
– “Porque ele livra o necessitado que clama, e também o aflito e o que não tem quem o ajude. Ele se compadece do pobre e do necessitado; salva a vida dos que estão em necessidade. Ele os liberta da opressão e da violência; a vida deles é preciosa aos seus olhos.” (Salmo 72.12-14)
– “Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei com retidão para com o aflito e o desamparado. Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.” (Salmo 82.3-4)
– “Cada sete anos abriremos mão de trabalhar a terra e cancelaremos todas as dívidas.” (Neemias 10.31)
– “Que pretendem vocês, ao esmagarem o meu povo, e ao moerem o rosto do necessitado? Quem pergunta é o Senhor, o SENHOR dos Exércitos.” (Isaías 3.15)
– “Pois, desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.” (Oséias 6.6)
– “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o SENHOR exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.” (Miquéias 6.8)
(Há centenas de textos semelhantes, através das páginas da Bíblia, inclusive no Novo Testamento!)
– “Não, uma pessoa de fé não pode se esconder atrás das benesses recebidas de Deus, e deixar o irmão pobre na sua luta inglória pela sobrevivência neste mundo dominado pelo espírito do “ter” e “ter mais”. Temos responsabilidade pelo nosso irmão, sim!” (extr. de nosso livro, “A Generosidade Começa de Cima”, p. 52.)
– “Nos Livros bíblicos de Sabedoria e nos Proféticos, essas ideias têm precedência sobre quase todas as outras. Não é, porém, a glorificação da vida “simples”, mas a sensibilidade à necessidade alheia, pois o soberano Senhor requer misericórdia, como Ele tem [misericórdia] em relação a seus filhos!” (Extr., “A Generosidade…”, p. 55)
Ao contrário do que está sendo entendido e divulgado em nosso meio “evangélico”, colocar o pobre e necessitado no centro das atenções não é argumento da chamada ‘Esquerda’, ou mesmo, do ‘Comunismo’. As palavras do teólogo Comblin mostram isso com clareza e com precisão:
– “… a opção de Deus pelos pobres não é um aspecto acessório da Bíblia: é o próprio núcleo da revelação… Ela nos obriga a entender a totalidade da história num sentido bem preciso. A opção pelos pobres é precisamente o que nos dá a conhecer a essência de nosso Deus. É a novidade cristã que DIFERENCIA o Deus bíblico DOS OUTROS DEUSES da humanidade, quer dos deuses das filosofias, quer os deuses das religiões.” (José COMBLIN em “Introdução Geral ao Comentário Bíblico”, citado em nosso “A Generosidade…”, p. 45)
O Senhor Jesus comissionou seus discípulos a ensinar tudo o que ele lhes tinha ensinado. Dentre estes ensinos, o principal teria sido o exemplo de sua própria vida, pois ele mesmo tinha “assumido” a visão revelada ao profeta Isaías (61.1-2), e assim registrada por Lucas (4.18-19):
– “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.”
Até seu último momento Jesus permaneceu fiel a essa visão, sendo sensível e generoso ao necessitado e carente. Para seus seguidores – inclusive nós, cristãos do século XXI, – é significativo o teste de autoavaliação que foi inserido no final de seus ensinos segundo o Evangelho de Mateus (25.31-46):
– “O que você fez quando eu estive com fome …, tive sede …, fui estrangeiro …, precisei de roupas …, estive doente …, estive na prisão …?”
Diante da pergunta dos discípulos, “Quando vimos a você neste estado?”, a resposta de Jesus foi:
– “Sempre que você o fez a um destes mais pequeninos, você o fez para mim”.
Minha segunda observação sobre “PALAVRAS DE PESO” é a seguinte:
– Nós, como igreja, a igreja de Jesus, temos duas coisas a fazer:
1. ORAR, PEDINDO A DEUS que os novos governantes consigam cumprir o que falaram.
2. Urge que nós DEMOS O EXEMPLO, COMO A PRIMEIRA IGREJA DE JERUSALÉM DEU, de realmente colocar o POBRE em posição de destaque, fazendo tudo o que estiver no nosso alcance, como servos do Deus Altíssimo, para que o desejo do CORAÇÃO de DEUS seja SATISFEITO.
Por isso, quero finalizar com essa palavra do meu coração:
Queridos irmãos e queridas irmãs, é tempo tanto em nossas casas, como nos nossos lugares de trabalho, bem como nas nossas comunidades, nas nossas igrejas: que NOSSOS OLHOS estejam abertos – que sejamos sensíveis, como Jesus foi, como a primeira igreja foi, e fazer com que T O D O S em nosso meio, e ao nosso redor, não tenham nenhuma necessidade!
Queridos Pastores e Pastoras, queridos Padres, Bispos e Líderes de nossas comunidades: vamos cumprir com a NOSSA PARTE.
Precisamos responder à pergunta Se somos “do Caminho” – como nosso novo Ministro da Justiça se identificou, ou se continuamos perdidos nas ‘curvas’ e ‘meandros’ das nossas reflexões e opiniões?
A Bíblia nos revela qual era a “POLÍTICA” original da igreja de Jesus: que não houvesse nenhum necessitado.
(Link para nosso livro: ”A Generosidade Começa de Cima” – https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/a-generosidade-comeca-de-cima/N57699920X)
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, FUAL – Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum
E-mails: [email protected] ou [email protected]