A mobilidade urbana tem tudo a ver com qualidade de vida. É necessário analisar as demandas das cidades e investir no planejamento paisagístico juntamente com o projeto estrutural. Como áreas verdes, calçadas com espaçamento adequado, arborização correta, praças jardinadas com passarelas viáveis, tudo isso facilita a locomoção dos transeuntes que ainda podem apreciar o verde no trajeto.
O paisagismo melhora o ambiente, e não está limitado ao embelezamento estético da paisagem, mas também nas práticas preservacionistas indispensáveis a manutenção dos elos essenciais ao equilíbrio do ecossistema nas áreas de sua implantação. Ecossistema este que nos inclui, onde necessitamos de ir e vir o tempo todo sem obstruções que impeçam nosso fluxo, como calçadas desniveladas com arborização comprometida e inadequada, praças sem planejamento de passarelas que encurtam o trajeto e criam caminhos por passantes em meio os canteiros e gramados, espécimes vegetais que atraem insetos inoportunos sem nenhum fator biológico positivo assustando os usuários do local, ciclovias e pistas de caminhadas sem sombreamentos e ou com vegetações arbóreas sem podas de formações adequadas.
Diante disto, mais que embelezar o planejamento paisagístico oferece soluções para uma melhor qualidade de vida nas cidades, integrando o verde da natureza ao concreto das áreas urbanas, fazendo que haja sustentabilidade nestes ambientes, captando água, filtrando e umidificando o ar e minimizando o efeito estufa.
Tendo ambientes verdes de qualidade as pessoas irão deixar os veículos automotores em casa, diminuir o uso de aparelhos eletrônicos como distração e passarão a apreciar uma boa caminhada contemplando a beleza do verde e o canto dos pássaros, criando assim um ciclo positivo para a sustentabilidade e qualidade de vida.
(Foto: Alessandro Silveira)
Clerimeire Miranda
Bióloga – Especialista em Paisagismo e Gestão Ambiental