Aeroporto
O fim do programa Voe Minas deixou o aeroporto com aspecto de abandonado. É que após o encerramento dos voos regionais pelo governo, além do movimento no local ter reduzido drasticamente, a infraestrutura também foi esquecida. É muito mato alto ao redor. Vale a pena uma limpeza! Muitos pedem a volta dos voos, então vamos arrumar a casa para atrair investimentos.
O anúncio
O secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, anunciou ontem, ao som da ópera Lohengrin de Richard Wagner, a liberação de R$ 20 milhões para o Prêmio Nacional das Artes. Ao valorizar a cultura nacional, Alvim disse: “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”. Deu pra perceber o tom totalitário da fala.
A semelhança
Assim que o vídeo foi publicado, muitos notaram a semelhança com um discurso de Joseph Goebbels, o responsável pela propaganda nazista, em 8 de maio de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim. “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada.” Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.
A repercussão
A repercussão foi a pior possível. O ‘guru’ Olavo de Carvalho criticou o pronunciamento. O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, pediu a imediata demissão do secretário e outras liderança políticas engrossaram o coro. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, repudiou a declaração, assim como a embaixada da Alemanha e Confederação Israelita do Brasil. A situação de Alvim ficou insustentável.
A queda
No decorrer da sexta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro exonerou Roberto Alvim do cargo de secretário Especial da Cultura. O exonerado fez suas alegações: “Tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo à disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo.” Alvim disse desconhecer a origem da frase semelhante à declaração de Goebbels. “O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores. Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito. Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista”, escreveu em uma rede social. Ao final da mensagem, escreveu essa pérola sobre a frase do Goebbels: “mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional”.
Muito estranho
O Brasil anda, digamos, ‘muito estranho’, pois protestar contra o fascismo pode dar problemas, mas quem faz apologia ao nazismo quase passa incólume. No dia 8 de dezembro de 2019, uma torcedora do Botafogo, em um jogo no estádio Nilton Santos, exibiu uma faixa antifascismo. A faixa foi apreendida, sendo alegado que o estatuto do torcedor veda manifestação que não seja festiva e amigável.
Muito estranho II
Uma semana após a botafoguense ter a faixa apreendida, um homem foi flagrado usando uma braçadeira com a suástica, símbolo do nazismo, em um bar de Unaí, Noroeste de Minas Gerais. Até a polícia foi chamada, mas naquele momento nenhuma medida foi tomada, o gerente do estabelecimento conversou com o sujeito e pediu para retirar a tal faixa. Foi notado que o gerente parecia até acanhado, afinal o tal sujeito é de família tradicional da cidade. Estranho que dias depois um adolescente fez a mesma coisa num shopping de Brasília. A respeito do caso de Unaí, a Polícia Civil indiciou este indivíduo ainda no mês de dezembro. Em depoimento, este sujeito alegou que sofre de depressão e ansiedade.