*Álisson Lívio Gonçalves Corrêa
A expressão latina “Ordo Ab Chao”, uma das divisas mais importantes de um rito maçônico, pode ser interpretada como “da ordem ao caos” ou, ainda, “ordem a partir do caos”. Nesse sentido, lançamos a seguinte questão: A Ordem pode vir através do CAOS???
Vejam, estimados Irmãos e leitores! Estamos vivenciando um momento histórico importante, nacionalmente e internacionalmente. Fatos distintos, mas que demonstram preocupante caos e desordem.
No plano nacional despontam denúncias diárias, dando conta de um esquema nunca antes visto na história, de uma corrupção generalizada e institucionalizada. Aqui, uma pequena ressalva; não pretendemos levantar discussões político-partidárias e, tão pouco sectárias. Os fatos são aqueles amplamente trazidos pela imprensa!
Ao que consta, estamos vivendo uma época em que diversas instituições estão perdendo a representatividade e a credibilidade. Diante da “bandalheira” ou, melhor dizendo, do “caos”, vem à mente a frase de Rui Barbosa: “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Internacionalmente, vemos, com assombro, grupos terroristas e genocidas, como o “Estado Islâmico”, que queimam pessoas vivas, em frente as câmaras de televisão, em uma espécie de show de horrores dantesco e que espalham o terror mundo a fora, com atentados que ceifam a vida de centenas de pessoas inocentes.
No Brasil temos assistido, igualmente estupefatos, às notícias de atos igualmente terríveis, como o “massacre de Realengo (Rio de Janeiro), o do vigia de uma escola infantil em Janaúba/MG, que ateou fogo em tudo e em todos e mesmo o recente caso do “atirador de Goiânia”.
Nossos lares estão sendo “invadidos” e “inundados” diariamente com um lamaçal de notícias ruins, que nos embrulham o estomago, atordoam a mente e inquietam o espírito.
Daí, questionamos: teria como surgir ordem através deste caos?
Essa é, prezados leitores, uma pergunta inquietante, para a qual cremos não possuirmos uma resposta definida. Acreditamos, contudo, que se não há uma solução infalível, pelo menos algo pode ser feito no sentido de se minorar o quadro ora instalado. E essa ação, passa, a nosso sentir, pelo fortalecimento das instituições sérias que ainda existem e, mais, que elas cumpram seu papel.
No caso específico da Ordem Maçônica, temos que ela pode ter uma atuação preponderante, principalmente ao fazer valer sua missão, qual seja, a de verdadeira Construtora Social. A Maçonaria não é um clube, onde se realizam encontros semanais e ágapes festivos. Ela é um sistema de moral, que pugna pelo aprimoramento do ser humano e da sociedade que o abriga.
Não é ser utópico ou tão pouco ufanista, mas acreditamos, sinceramente, que a Maçonaria tem plenas condições de fazer a diferença nesse caos. Os Maçons, cônscios de seus deveres, alicerçados nos ideais de justiça e fraternidade, princípios tão caros à Ordem Maçônica, podem atuar, seja em seu lar, lazer ou trabalho, em sua rua, bairro, cidade. Cada Maçom é uma célula a propagar os ensinamentos éticos, morais, espalhando a luz do conhecimento diante das trevas da ignorância e do fanatismo. Somos e devemos ser agentes de mudança positiva, demonstrando através de exemplos que há sim, maneira de se reverter o caos, de se fazer imperar a ordem, através da justiça, do direito, da paz, do exercício correto da cidadania.
Daí, caros leitores, não desanimaremos da virtude, não riremos da honra e tão pouco nos envergonharemos por sermos honestos.
ÁLISSON LÍVIO GONÇALVES CORRÊA é advogado, Membro da Loja Maçônica São João Evangelista, de São João Evangelista/MG e Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas – AMLM.