Organização criminosa que praticava tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, extorsão e agiotagem é presa em Pocrane e Ipanema
IPANEMA/POCRANE – Na manhã dessa segunda-feira (13), uma ação coordenada pela Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), de Governador Valadares, em conjunto com a delegacia de Polícia Federal de Ipatinga, e a Polícia Civil de Ipanema, deflagrou a “Operação Reféns” para combater um esquema de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, extorsão e agiotagem perpetrado por uma organização criminosa atuante nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
A ação visa apurar movimentações financeiras suspeitas que ultrapassam os 50 milhões de reais, vinculadas aos integrantes da mencionada organização criminosa.
Segundo Alexandre Teixeira, delegado federal, chefe da Delegacia de Polícia Federal de Ipatinga, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, e nove de prisão temporária expedidos pela 2ª Vara Criminal de Ipanema, nas cidades de Pocrane e Ipanema.
“A Ficco tem uma atuação conjunta de quatro forças, é estabelecida em Governador Valadares, coordenada pela Polícia Federal, com a colaboração das Polícias Civil, Militar e Penal”, explicou o delegado.
FASE OSTENSIVA DA OPERAÇÃO
Alfredo Serrano, delegado da Polícia Civil em Ipanema, explicou que a fase ostensiva da operação “Reféns”, realizada pela Polícia Civil em conjunto com as demais forças já citadas, teve o objetivo de coibir a atuação de uma organização criminosa que possuía sua base territorial na cidade de Pocrane e com atuação em vários municípios da região. “Essa organização criminosa é lastreada em vários estados, como São Paulo, Espírito Santo e outros, e atuavam na nossa região especificamente, ativamente no tráfico de drogas, na distribuição de grandes quantidades de drogas para traficantes locais, na lavagem de dinheiro desses crimes de tráfico de drogas, de organização criminosa e também lavagem de dinheiro de crimes relacionado a roubo de caixa eletrônico a bancos, e também atuavam na agiotagem, emprestavam recursos para empresários, pessoas físicas, a juros abusivos, e com o tempo, acabavam tomando o patrimônio dessas pessoas para receber a dívida”, explicou Serrano.
Ainda de acordo com o delegado, nos últimos três anos, a delegacia de Ipanema vem catalogando informações do grupo criminoso e conseguiu efetuar a prisão de diversos criminosos ligados a essa organização. “Esses criminosos foram presos por tráfico de drogas, tentativa de homicídio, homicídio e outros. Mas havia necessidade de expandir essa investigação, para que alcançasse os líderes desse grupo criminoso. E foi nesse intento que nós, em determinado momento, cruzamos as informações com as equipes da Ficco, e aí houve por bem que ela assumisse a liderança dessa investigação. Ao longo do ano de 2023 foram realizadas inúmeras diligências pelas equipes da delegacia de Ipanema, da Ficco de Governador Valadares, que nos possibilitou nessa data estar deflagrando essa fase ostensiva com a prisão de diversos desses suspeitos, indivíduos considerados perigosos na região de Ipanema e Pocrane, e com capital que não condiz com as condições financeiras do grupo, restando claro que estavam todos atuando em conjunto nessa atividade criminosa e na lavagem de dinheiro”, destacou Alfredo Serrano.
Uma das nove pessoas presas durante a operação é o presidente da Câmara de Pocrane, Josemar Pinto de Freitas, inclusive houve mandado de busca e apreensão nas dependências do legislativo.
JUROS DE ATÉ 20% E PROMISSÓRIA DE UM MILHÃO
Rodrigo Luiz Nalon Moreira, delegado da Ficco, explicou que ficou demonstrado até o momento, que todo ativo ilícito proveniente desses crimes é introduzido no mercado financeiro através de empréstimos, todos a juros extorsivos, chegando a 20%. “Essa organização criminosa pratica diversos delitos, sendo os principais, tráfico de drogas, extorsões, agiotagem, comércio ilegal de arma de fogo. É uma gama de ilícitos praticados, e hoje (segunda-feira,13) as forças de segurança pública realizam a primeira etapa para libertar a cidade desse crime organizado, e uma coisa que fiquei impressionado é que havia uma nota promissória no valor de um milhão de reais”, disse o delegado Nalon.
Cada um dos presos na operação responderá por um ou mais dos seguintes crimes: lavagem de dinheiro, extorsão, tráfico de drogas e agiotagem, que possuem penas máximas de 10, 10, 15 e 2 anos, respectivamente.
Eles foram encaminhados para o sistema prisional onde ficam à disposição da justiça.