Mugango responde aos questionamentos dos vereadores e diz que providências estão sendo tomadas
CARATINGA – Alguns vereadores estão questionando determinados serviços que estão sendo feitos em Caratinga. Na última terça feira (3), eles usaram a tribuna da Câmara Municipal para apresentar suas cobranças. Os vereadores disseram que obras estão paralisadas e que alguns secretários municipais nem se quer estão recebendo em seus gabinetes os representantes do povo. Para falar sobre esses questionamentos, José do Carmo Fontes, o ‘Zé Mugango’, secretário de Obras Públicas, Transporte e Logística, concedeu entrevista na tarde de ontem. “Compreendemos os questionamentos dos vereadores, afinal eles estão em contato direto com a população, que faz esse tipo de cobrança. As obras não estão totalmente paradas. Algumas foram interrompidas por questões técnicas, mas os serviços terão sequência”, afirmou Mugango. José do Carmo, que assumiu a pasta no dia 6 de fevereiro, apresentou as alegações do governo municipal e disse que providências estão sendo tomadas.
O vereador Rominho Costa ressaltou que existem várias obras paralisadas no município. Ele tomou como exemplo a reforma do coreto Ronaldo Calazans, situado na Praça Cesário Alvim. “Quanto ao coreto, a empresa que venceu a licitação acabou desistindo do serviço. Então existe um procedimento. A segunda colocada foi convidada. Foi concedido um prazo para que ela respondesse. Essa empresa recusou a empreitada, assim como a terceira colocada. Agora refizemos a planilha e a encaminhamos para o setor de licitações. De imediato vamos recuperar o tapume para proteger o que foi feito e esse trabalho não ser perdido”, disse o secretário. Um representante da Emast Engenharia Meio Ambiente e Segurança do Trabalho disse que a empresa desistiu dos serviços de reforma do coreto em virtude da morosidade por parte da prefeitura em fazer os pagamentos. Mugango rebateu a crítica e pontuou que a Emast foi notificada e acabou declinando do serviço. “Mas a direção da empresa não está sendo verdadeira sobre este assunto, pois para essa obra tem um recurso na ordem de 110 mil reais. “É só realizar a serviço e receber o pagamento”. O secretário de Obras Públicas reconheceu que algumas empreiteiras estão em dificuldades financeiras e ainda existem as questões burocráticas. “Essas empresas trabalham de acordo com os recursos que entram”. Pode ter acontecido da empresa não ter recebido, pois muitas vezes ela faz uma determinada obra em desconforme com o que precisa ser realizado. Então não pagamos mesmo. Pagamos aquilo que está estabelecido pelo contrato. Conferimos a planilha. Não sei se a empresa faliu; sei que ela não quis continuar com os serviços”, disse Mugango se referindo à Emast.
UPA As cobranças também vão em direção às obras de construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Segundo Mugango, os serviços continuam sendo executados. “Muita gente fala que a UPA está parada, mas pode ir ao local e ver que as pessoas estão trabalhando. Existe uma frente de serviço, talvez não na velocidade que gostaríamos que fosse. Até porque estamos fazendo a nossa parte. Quando percebemos que o cronograma de obras não está sendo seguido, fazemos a notificação para que no futuro, se necessário, essa empresa possa ser desclassificada”, argumentou o secretário.
Outro serviço que se encontra paralisado é o do trevo de acesso ao distrito de Sapucaia. Mugango explicou que tinha um projeto aprovado, mas foi verificado que esse projeto precisaria ser ampliado. “Realmente a obra foi paralisada e o projeto refeito. Ele foi encaminhado ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) e já retornou. Como o projeto foi alterado, temos que fazer uma reprogramação. Como a obra é custeada por verbas oriundas da Caixa Econômica Federal, essa reprogramação foi enviada para a Caixa”, avisou Mugango.
CAPELA VELÓRIO A Capela Velório, que
está sendo edificada no Bairro Santa Zita, tinha previsão que fosse concluída em fevereiro. Mugango alegou que houve alteração no projeto a fim de melhorá-lo. “Este projeto foi autorizado pelo Estado e foi gasto o recurso enviado. Agora percebemos que o governo de Minas parece estar querendo ganhar um tempo e exigindo algumas coisas para que repasse o restante do recurso. Ainda tem uma contrapartida do município. Esta obra encontra- se em fase de aprovação junto ao Estado para que seja concluída. Semana que vem iremos a Belo Horizonte e nos encontraremos com o deputado Adalclever Lopes, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Durante o encontro vamos tratar desse assunto”. O secretário ainda teceu comentário sobre outras obras. De acordo com Mugango, Unidades Básicas de Saúde estão sendo feitas e uma delas, a do distrito de Sapucaia, encontra-se em fase final. Ele citou também a ligação asfáltica entre o distrito de São Cândido até a BR-458. “Nesse caso, são dois quilômetros de asfalto. São obras que não estão realizadas no ritmo pretendido, mas estão sendo feitas”, explicou o secretário.
JOSÉ RONALDO
O vereador José Ronaldo foi outro legislador que fez cobranças. Ele observou que determinado secretário recusa a recebê-lo e que a cidade de Caratinga está estagnada. Sobre não ser recebido, Mugango disse que isso não pode ocorrer e que a situação será resolvida. “Se isso tiver acontecendo, iremos pedir para os colegas secretários dar atenção especial aos vereadores, afinal são representantes do povo. Quanto ao vereador José Ronaldo, ele é um amigo e tem até mais acesso ao prefeito do que os próprios secretários. José Ronaldo é uma pessoa que tem boas ideias e sabe dar opiniões”, elogiou Mugango. A respeito da estagnação de Caratinga, Mugango contestou a afirmação e disse que houve avanços no setor de comércio e na área de saúde. “Hoje fazemos exames Muriaé ou Ipatinga. Estes exames agora estão disponíveis em Caratinga. Outros exemplos são a UTI Neonatal e o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, que está tomando novos rumos. A cidade está crescendo, então também crescem as necessidades. Para isso estamos fazendo projetos e buscando recursos”, justificou Mugango.
FAUSTO
As colunas erguidas na Praça Marta Carli, no bairro Santa Cruz, foram alvos das críticas do vereador Sebastião Fausto, que ainda falou que isso é um desrespeito com a igreja católica, que tem um templo no local. “Temos que verificar se essas colunas podem ser retiradas”. Afinal foi uma obra feita com recurso público. A intenção é modernizar a praça e fazer algo bacana para a população.
“Isso tem custo, não pode ser feito de qualquer jeito”, ajuizou Mugango. Ao final, Mugango disse que os pedidos serão atendidos na medida do possível. “A Secretaria de Planejamento e Fazenda está fazendo um levantamento de nossas contas. Não podemos trabalhar no escuro. Mas aviso que estamos trabalhando. Tomo como exemplo o CEIM – Centro Educacional Infantil Municipal Primeiros Passos, no Bairro Limoeiro. Eram apenas 50 vagas, agora são 150. A população não sabe, o governo federal não tinha depositado sua contrapartida para comprar a merenda, mas a Prefeitura comprou a merenda e atendeu essa demanda”, concluiu o secretário de Obras Públicas, Transporte e Logística.