CARATINGA- Cortando o Bairro Esplanada e o centro da cidade, Nivaldo Batista Melo, o ‘Batista’, é conhecido pelo trabalho que realiza diariamente, utilizando a bicicleta como meio de transporte. Desde 2006, ele realiza a entrega do jornal do ‘O Carmelo’ e a captação de doações para a instituição.
Batista sempre foi um observador do trânsito e, constantemente, ao visitar a redação do DIÁRIO, comenta com a equipe sobre a situação do centro da cidade, pedindo uma reportagem ampla sobre o assunto. Quando a Reportagem decidiu abordar o temo Mobilidade Urbana, logo pensou que o ciclista não poderia estar de fora da pauta.
Nivaldo Batista classifica o trânsito de Caratinga com “muito caótico” e enumera algumas situações que já vivenciou como espectador ou até mesmo vítima de condutores imprudentes. “As pessoas param em fila dupla, usam celular, isso atrapalha muito o trânsito. E tem muitos sinais de trânsito que estão muito mal estabelecidos também. Tem uma questão na Lamartine, uma curvinha, o pessoal para ali e atrapalha, interrompe a passagem do trânsito. Outro caso dentro de Caratinga, por exemplo, esses dias fui até atropelado por uma moto, porque passei a BR-116, fui entrar lá em cima, onde fica o Tiola e o cara veio descendo de moto, me deu uma porrada, que me jogou no alto. A mão é para quem está atravessando, o ideal é para quem está saindo da pista para entrar no outro lado. Mas, o cara veio em alta velocidade e me atropelou”.
Como observador, o ciclista aponta ainda outras “falhas” que atrapalham a fluidez do trânsito e a segurança da população. “No trevo do Esplanada, certa vez eu atravessando, o rapaz da moto, quer que eu tenha motor nas minhas pernas, me xingando, falando que eu estava atrapalhando o trânsito. A ordem é para todos, bicicleta, carro, moto, mas temos que ter calma também. Outra coisa muito importante que quero salientar é o pedestre, pedestre anda muito na rua, não usa a calçada, inclusive a prefeitura tem que arrumar essas calçadas e orientar as pessoas de andar nelas e não nas ruas. E tem muito carro velho parado há muito tempo nas calçadas, na BR, que pode ser um acumulador de focos da dengue. É preciso olhar essa questão também”.
Batista garante que deslocar em Caratinga de bicicleta é uma modalidade viável. “É mais fácil porque a quantidade de carros aumentou muito. Desde a época que estou aqui em Caratinga, venho observando esse crescimento. A gente vê no centro da cidade aquele grande número de carros querendo trafegar, acaba que um atrapalha o outro, estacionar também é um desafio”.
Ele também concorda com a implantação do Faixa Azul e declara que espera a evolução para um trânsito mais humano e seguro. “É preciso muitas mudanças, por exemplo, seria viável colocar aqueles guardinhas para cobrar taxa do pessoal que está parando. Quem sabe as pessoas deixam um pouco de andar de carro também, porque tem gente que é pão duro mesmo, não quer pagar estacionamento. Para quem utilizar as vagas, esse dinheiro pode ser revertido em benfeitorias para a população, como obras na via pública. Que haja mais rapidez no trânsito, porque principalmente época de festa assim fica pior ainda. As pessoas devem procurar uma forma mais conveniente, para que o trânsito de Caratinga tenha mais eficiência”.