CARATINGA – Atriz, professora de teatro, líder de Yoga do Riso, produtora e agente cultural, Ana Paula Faustino, tem 26 anos, e pode-se dizer que é uma artista completa.
Ainda quando criança teve seu interesse despertado pelo teatro em uma cidade chamada Guaçuí, no Espírito Santo, e há algum tempo está em Caratinga onde compartilha seu talento. Ana Paula Faustino esteve no programa “Conectados com Marcy Lopes”, e detalhou sua carreira, seus projetos, e a sua vivência com a arte.
Como começou seu interesse pela arte?
Nasci mesmo na cidade Inhapim, e voltei pra Caratinga. Somente o nascimento foi em Inhapim, fiquei em Caratinga até três anos de idade e depois a minha família foi para o Espírito Santo, cidade de Guaçuí. Só que minha família não é uma família tão tradicional, minha família é minha avó, minhas quatro primas e um tio. Cresci nessa realidade lá em Guaçuí. Estudava numa escola pública chamada escola Isaura Marques da Silva – Caic. Nessa escola tinha esse princípio de pedagogia e o incentivo à cultura. Então, por exemplo, quando eu chegava ao colégio sempre tinha música, tinha aquela galerinha que chegava cedo. Sempre tinha música, as pessoas ficavam brincando, dançando, conversando… E eu lembro que no meu colégio, além dele ser muito grande, eu guardo ótimas lembranças dele, ele também motivava a nossa turma. Todo mês a gente ia pra algum lugar da cidade, ponto turístico, ponto histórico, alguma coisa. A gente saía daquele local que era a escola e ia conhecer novos lugares. E uns dos lugares que eu conheci de maneira profissional, ainda pequenininha, foi o teatro, o teatro italiano, aquele que tem um fundo de um teatro, que atrás tem todas as cadeiras. Esse teatro mais comum. Porém no meu colégio já tinha um auditório do lado de fora, aquele de 360 graus, e lá aconteciam as rodas de capoeira, então eu já tinha uma familiaridade com o palco. E eu lembro quando eu e minha turma subimos lá pra fazer o hino da cidade, vagamente, mas lembro. Em alguns momentos as escolas levavam a gente para apreciar mesmo as peças teatrais, o teatro era o Fernando Torres, então foi esse o meu primeiro convite. E o convívio com a minha família que não era tão tradicional, eu fui criada pela minha avó, eu e minhas primas, a gente se reunia no quintal e a gente brincava, a gente dançava, a gente criava coisas. E ali foi onde tudo acontecia, então eu parto um pouco desses lugares já de espontaneidade e de brincadeira.
Qual companhia de teatro que você participou para obter o conhecimento sobre a arte?
Voltei pra cidade (Caratinga) novamente quando eu tinha dez anos de idade. Quando eu tinha 19 anos fiquei sabendo que aqui na cidade tinha teatro, aí eu falei: gente é tudo que eu precisava. Até então eu sabia que tinham aulas de dança, que eu até fazia parte. Participei de projeto sociocultural daqui da cidade, que era o Pró-Jovem, participava no bairro Esplanada, onde tinham várias pessoas também. E aí com 19 anos comecei a fazer aulas de teatro. Tinha um grupo que estava muito à frente, que queria muito esse outro lado, um lado mais profissional, de sair apresentando, de mostrar o seu trabalho. A gente juntou essas pessoas que queriam na época e a gente formou essa companhia de teatro, e tive vários momentos felizes com essa companhia, onde a gente conseguia viajar para festivais, conseguia também participar de festivais, sentando, assistindo, participando de oficinas. Mas foi um período muito legal na minha vida, se eu não me engano, foram uns três anos assim dentro da companhia. A companhia Uai Soul, a gente também fez vários projetos aqui dentro de Caratinga, uma saudação a todos os meus companheiros e companheiras que estavam comigo fazendo arte.
Em quais locais você já se apresentou?
Eu acredito muito na potência que Caratinga tem, embora os próprios caratinguenses não acreditam. Eu vim de um lugar que fala assim: Ana Paula a sua energia, o seu trabalho é muito pra cidade de Caratinga, aí eu fico pensando: será que os grandes centros, será que são as melhores capitais que merecem os melhores palcos, os melhores atores? Eu já ouvi pessoas aqui na minha cidade falando assim: menina quando eu te vi atuando parecia que era a Fernanda Montenegro perto de mim. Porque a gente não tem essa referência, quando que um caratinguense vai sair daqui pra ver uma Fernanda Montenegro? Aí eu fico me perguntando por daqui não podem sair grandes talentos, pessoas que acreditam e que oferecem sim a arte de qualidade. Então eu estou muito nesse lugar entendeu? Eu já pude apresentar o meu berço, um lugar onde eu tenho prazer de me apresentar é na minha cidade, Caratinga, quando tenho possibilidades ali eu frequento alguns colégios, tenho projeto sociocultural chamado Caratinga Afro, a gente já subiu para as comunidades, já fez eventos de porte grande em parceria, já atuei no Leblon, que é Rio de Janeiro, Café Pequeno, já atuei nas universidades de Mariana e Ouro Preto, já atuei também em parceria com a escola de Piedade de Caratinga. Mas enfim, nos lugares que eu vou por oportunidade, muitas vezes eu e as pessoas que estavam comigo, a gente fez com essas oportunidades acontecessem, mas é algo que eu acredito muito, esse espaço cênico que é minha própria cidade.
Você lembra como foi a sua primeira apresentação e qual foi o sentimento?
A gente como ser humano, e a gente trabalha tanto teatro, o se entender, e a gente tem duas etapas, consciente e o inconsciente. Lembro vagamente quando lá pequenininha eu subi no palco no meu colégio pra cantar o hino nacional. E desde quando eu era pequena eu sempre falei assim que eu queria crescer, e o que eu queria ser? Eu falava: eu quero brilhar. Mas não é brilhar de estar à frente, nunca me importei quem era a primeira, quem era segunda, não tenho isso comigo. Só que não entendia o que era isso, brilhar hoje em dia eu entendo que era fazer teatro, mas eu compreendo muito que o brilhar era me entender melhor, entender o que eu quero, o que eu não quero. Porque quando a gente brilha, quando a gente tá bem por dentro, esse brilho é uma consequência por fora. Então eu acho que de uma maneira inconsciente o meu melhor palco sem dúvida foi na minha infância, num palco italiano, teatro Fernando Torres em Guaçuí. Da maneira consciente o meu maior palco foi Casarão das Artes, apresentando “O amor em pedaços”.
Qual é o seu objetivo no meio artístico, o que deseja passar para as pessoas?
Eu tenho um meio de arte que particularmente gosto, a arte tem vários fragmentos, a arte que eu mais gosto é arte política, é a arte do denunciar, eu acredito muito na arte porque ela tem muito uma potência, você não precisa sair, gritar, apontar dedo, às vezes é necessário sim, muitas coisas infelizmente que a gente conquistou durante a vida, a gente precisou de algumas pessoas que foram radicais. Mas eu acredito muito na arte, porque a arte de uma maneira leve ela consegue entrar, ela consegue tocar, ela manifesta, ela renova, ela denuncia, ela abraça e ela acolhe. Esse tipo de arte que eu gosto de fazer é uma arte que tem uma mensagem ali, ela sabe o que ela quer passar ela, tem um posicionamento. Eu dentro do projeto sociocultural Caratinga Afro, tenho monólogo que chama “Da Paz”. Ela vem falar de uma mulher negra, periférica, que infelizmente perdeu seu filho. E ela vem questionando que paz é essa, que paz é essa que esse povo que sobe com balão branco e falando: quero paz, eu quero paz. Na comunidade tem todos os dias pessoas morrendo, então é essa arte que eu acredito, e eu amo fazer as coisas que eu acredito. Como artista no sentindo de atuação, eu gosto de arte mais política, eu enquanto professora, estou ali para auxiliar ferramentas, a qual vai te ajudar a ser um ser humano melhor dentro daquele ambiente de teatro, tem várias ramificações.
Qual ator ou atriz que mais lhe inspira?
Eu gosto bastante do trabalho do Lázaro Ramos, é um tipo de pessoa que cresceu bastante dentro da televisão, se você pegar alguns depoimentos dele, de onde ele saiu, os lugares que ele precisou conquistar, o tipo de arte que muitas vezes foi proposto pra ele enquanto pessoa negra ali, pra mim é um tipo de arte que toca muito.
Quais os projetos mais importantes que considera ter realizado?
Não sei se vou lembrar, só aqui dentro da cidade ao todo, já dirigi mais ou menos umas oito ou nove peças de produções grandes e pequenas. Fiquei à frente de umas vintes produções grandes, de atuação, já atuei muito, às vezes a gente vai para mesma peça, mas para lugares diferentes, então são conquistas que a gente vai fazendo possibilidades. .
Geralmente onde você busca conhecimento, tem vontade de trabalhar fora daqui?
A minha formação é toda de fora, praticamente meus cursos de teatro, os meus cursos de produtora, meus cursos de direção, 99% são feitos fora, são feitos no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Teófilo Otoni, Governador Valadares. A galera de Caratinga me cobra muito: ‘Ana quando que você vai para fora?’ Gente se vocês entendessem o mundo artístico, até mesmo para trabalho pra fora, são outras realidades. Se aqui dentro por muitas vezes você consegue um serviço muitas vezes por quem indica, imagina quando você vai pra fora, que ainda a pessoa não conhece seu trabalho, não sabe da sua raiz, são outros universos. Igual eu falo: por que aqui dentro também não merece uma arte de qualidade? Então por consequência eu vou muito pra fora, me profissionalizo busco conhecimento, me formo, e aqui dentro trabalho. Meu conhecimento na verdade ele vem de fora, não vem de aqui de dentro da cidade. Fiz aqui dentro da cidade um ano de teatro, e quando eu fiz um ano de teatro eu vi que era isso mesmo que eu queria, peguei a minha mochilinha e comecei a rodar, e falei: é isso. Costumo dizer que a arte me escolheu e eu aceitei de braços abertos.
Como é ser atriz e produtora em uma cidade do interior?
É delicado, porque muitas vezes eu já tive essas oportunidades de as pessoas não fecham com você um determinado serviço, mas acha incrível o serviço de Ipatinga, o serviço fora, e paga altos valores, mas dentro da cidade é um absurdo pagar esse valor. Então assim, eu também entendo e identifico o público que a gente tem, formação de público é de extrema importância e eu estou aqui nesse Caratinga pra somar mesmo. Então assim fazer a arte, ser atriz, acreditar que realmente eu poderia estar em outros lugares, mas eu opto estar aqui na minha cidade, aqui aparecem pequenas oportunidades, mas são oportunidades, isso demonstram que têm pessoas que querendo ou não acreditam, mesmo que seja uma pequena porcentagem. Mas para e pensa: eu vivo de arte praticamente já tem cincos anos, olha essa realidade pra uma cidade pequena.
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- Marcy Lopes e Ana Paula Faustino
- Ana Paula Faustino atuando (Foto: Arquivo pessoal)