*Humberto Luiz Salustiano Costa
Recorrendo ao Aurélio, pouca coisa teremos como resposta a esta nossa indagação. Ali está registrado, apenas, que juventude vem do latim juventute – idade moça, mocidade, adolescência, fase de ciclo de um lago na qual este recebe mais água do que perde e por isso tem maior duração.
Sem muito esforço de memória poderíamos enumerar outras tantas definições para a quadra da vida da qual jamais se esquece, estando permanentemente guardada em nossas lembranças. Pelos momentos inesquecíveis vividos, a juventude se faz sempre presente nas recordações mais recônditas.
As verdadeiras amizades se consolidam na mocidade, tornando-se indeléveis e representando o que de mais sublime vale a pena preservar.
Juventude é também o tempo do primeiro amor, aquele primeiro amor que se eterniza, mesmo que tenha sido tão somente um amor platônico. É, sobretudo, aquele tempo de projetos acalentados a cada instante, numa espécie de comprometimento com o tempo futuro. É tempo de sonhos coloridos, de pensar em grandes realizações, de aventurar-se como se de fato o jovem já estivesse devidamente preparado para os grandes embates da vida.
No esplendor da juventude, esperanças cotidianamente são renovadas, visando sempre alcançar, na sua dimensão maior, a concretização dos ideais próprios, de um período de constantes transformações de conduta.
Como se sabe, a contestação está intimamente ligada ao modo de agir da juventude, na sua natural inquietação diante do surgimento de novos horizontes, que se descortinam no seu dia a dia.
Mas é sobretudo na mocidade, que são aprendidas as grandes lições de vida, que irão acompanhá-la pelo resto da vida. No aprendizado nas escolas, nos conselhos dos pais e dos mais velhos, vão se alicerçando os princípios básicos que nortearão a caminhada do futuro cidadão. Nos exemplos dignificantes, o jovem aprende a ser responsável nos seus direitos e deveres, pautando sempre a sua conduta pela retidão dos seus atos.
A juventude, na sua essência, é, acima de tudo, o desabrochar de um mundo novo, cheio de expectativas. Nessa fase de afirmação, o jovem encontra motivo para o seu crescimento em todos os seus aspectos, valorizando-se na expressão maior do termo.
Nessa singela peça literária, iniciamos recorrendo ao Aurélio, em busca de uma definição para a juventude, ali encontrando algo muito sucinto, não refletindo o que de mais importante a juventude representa, num contexto de valores, emoções e sentimentos. Já o livro sagrado dos cristãos, onde existem inúmeras citações sobre o tema, reconhece a juventude como sendo aquele tempo de elevação espiritual centrada num Poder Superior, que naquela citação bíblica em Eclesiastes 12:1, está registrado: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos nos quais não se tem nenhum contentamento”, e ainda em João 21:18 – “(…) quando eras jovem, tu te cingias e andava por onde querias; quando fores velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te conduzirá aonde não queres”.
Em síntese, juventude é aquele tempo que deveria ser eterno em todos os seus momentos felizes, sobretudo e principalmente, sendo feita para ser vivida agora.
* Humberto Luiz Salustiano Costa. Membro da Academia Caratinguense de Letras.