‘O que faz um barco afundar não é a água que o rodeia e sim a água que entra dentro dele’
“Durante anos, eu me opus a muitas coisas, me posicionei, fui ‘contra’ e coloquei em atitudes minha revolta com diversas situações. Nada mudou… Eu percebo o quanto cresci quando percebo que cada vez menos eu faço questão de estar certo. Se alguém concorda comigo, tudo bem. Se não concorda, tudo bem. Se eu concordo com o que você diz, tudo bem. Se não concordo, tudo bem também. ‘Tudo bem’ vai lentamente se tornando um mantra daquilo que eu quero para mim, internamente e externamente.
Durante anos, eu me opus a muitas coisas, me posicionei, fui ‘contra’ e coloquei em palavras e atitudes minha revolta com diversas situações. Nada mudou. O mesmo aconteceu com tudo aquilo que eu me rebelei dentro de mim. Eu lutei contra tanta coisa em mim e nada mudava.
O velho princípio de que ‘tudo que você foca, cresce’ se provou absolutamente verdadeiro para mim, nas pequenas e nas grandes coisas. Se eu me rebelava (ou quando ainda me rebelo) contra algo, seja em mim ou nos outros, eu apenas intensifico a situação. Passa a acontecer mais, a incomodar mais, a doer mais.
Vejo a situação com mais frequência, pessoas aleatórias vêm falar comigo sobre a situação e eu me vejo envolvido naquilo com uma frequência e intensidade que é proporcional ao nível da minha revolta. O que fazer então? Usar o ‘tudo bem’.
Essa frase simples é poderosíssima. Concordando, discordando, amando, odiando, calmo ou com raiva, eu simplesmente digo ‘tudo bem’. E de fato, fica tudo bem. Ao ver aquilo que te revolta e te coloca no máximo da tua revolta, experimente dizer para si mesmo ‘tudo bem’. Se a indignação for muito grande, experimente dizer a si mesmo ‘eu escolho me sentir bem’ quantas vezes forem necessárias…”
Essas são as palavras usadas por Lucas Liberato um Coach de Equilíbrio Emocional e Palestrante mas poderiam ter sido ditas por mim. Sim, concordo com ele em gênero, número e grau. Ficar à mercê das emoções dos outros não é o que estimulo aos meus clientes dentro do consultório. E digo mais, não é para ficarmos a mercê sequer das emoções das situações ao nosso redor. Sei que isso parece difícil no início mas enquanto você não ouvir que é possível e mais ainda ouvir que é recomendável, mais tempo você vai demorar para começar a praticar o “Tudo Bem” proposto por Lucas.
O que mais ouço nessas ocasiões é: ‘… mas Luciana eu não consigo, porque eu preciso ser dizer o que eu penso!’ Vamos começar a entender uma coisa, você não precisa nada, você quer. É diferente. Precisar é um verbo usado com muita frequência no nosso dia-a-dia sem nos questionarmos de sua veracidade. Querer é o que se aplica aqui. É uma escolha que fazemos. As eternas escolhas. Você escolhe nesse momento dividir que sente a mesma coisa em relação aquele fato, mas você não precisa dizer que compartilha.
Se você pode escolher no que acreditar, por que não acreditar no que te apoia? No que melhora sua vida? Adote como seus ‘mantras’ as frases ‘tudo bem’ e ‘eu escolho me sentir bem’ e você verá profundas transformações na forma como você se sente e como interage com sua vida. Tudo começa a mudar.
Esse é o meu convite e o de Lucas para você: pare de resistir, se incomodar, se irritar, ‘achar ruim’ ou até mesmo ter uma opinião sobre tudo. Sabemos que é difícil, MUITAS vezes ainda é difícil para nós, mas é um processo de reeducação que vale MUITO a pena. Perceba que assim você começa a construir uma realidade de vida baseada na sua escolha de não se estressar. E que o seu comportamento de fazer algo em relação aquela situação não depende da sua revolta e sim da sua decisão de ter uma atitude. Isso te possibilita a construir reações equilibradas e assertivas a respeito das coisas ao seu redor sem que para isso você tenha que ser invadido por indignações que só vão fazer seu cérebro liberar hormônios estressores que vão intoxicando seu corpo e alma lentamente.
TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST
Luciana Azevedo Damasceno – Neuropisicóloga e Terapeuta Cognitivo-Comportamental formada pela PUC Rio. Elogios, dúvidas e sugestões: [email protected]