O poder da mulher no mercado de trabalho e suas conquistas no mundo moderno

* Michelle Batalha Rodrigues

Hoje não venho aqui apenas para expressar a relevância do papel da mulher na economia moderna, mas, sobretudo, ressaltar as conquistas não só no âmbito político e trabalhista, mas a ascensão em inúmeros outros direitos que merece destaque.

Antigamente a mulher tinha seus direitos negados, sem ter o direito do voto em eleições, não tinham o direito à liberdade, para sair de casa era preciso ser acompanhada pelo o marido ou o pai, e era vista como mulher que servia apenas para cuidar da casa, dos filhos e do marido. Era uma aceitação dependente do homem.

A nossa sociedade ainda é um pouco machista, porém as mulheres não estão se deixando abater, elas estão mostrando que são guerreiras, batalhadora e independentemente do que as pessoas pensam, elas têm potenciais e podem sim ocupar qualquer cargo. Atualmente temos mulheres pedreiras, cobradora de transporte coletivo, motorista, presidente de time de futebol, e até jogadora de futebol.

As mulheres de hoje superaram a antiga polarização, atualmente a maioria delas trabalha, têm direito à licença maternidade, conservando a superioridade que possuem, pelo fato de poder dar à luz. Os filhos são para elas uma fonte de poder, e é muito raro que o pai tenha uma relação tão forte com eles. As mulheres pensam mais em termos de superação do que de inversão ou compensação das desigualdades.

As mulheres passaram a ter controle sobre si mesmas, a partir do momento que surgiu a pílula anticoncepcional em meados do século XX e o direito ao voto em 1933, e por que não ter a liberdade de escolher sobre a vida que querem ter, com ou sem filhos.

Mulheres com maior grau de escolaridade diminuem as taxas de natalidade (têm menos filhos), casam-se com idades mais avançadas, possuem maior expectativa de vida e podem assumir o comando da família.

Contudo, é preciso se pensar que mesmo com todas essas mudanças no papel da mulher, ainda não há igualdade de salários, mesmo que desempenhem as mesmas funções profissionais, ainda havendo o que se chama de preconceito de gênero. Além disso, a mulher ainda acaba por acumular algumas funções domésticas assimiladas culturalmente como se fossem sua obrigação e não do homem – funções como a de dona de casa.

Essa guinada em seu papel social reflete não apenas nas relações de trabalhos em si, mas fundamentalmente nas relações sociais com os homens de maneira em geral. Isto significa que mudanças no papel da mulher requerem mudanças no papel do homem, o qual passa por uma crise de identidade ao ter de dividir um espaço no qual outrora reinava absoluto.

Uma grande conquista das mulheres hoje que podemos destacar é a lei Maria da Penha, que ainda tem que ser melhorada, mais já está intimidando muitos homens que pensam ser dono (donos) de suas companheiras e podem espancá-las sem motivos, para mostrar quem é (são) eles quem mandam (manda).

É, elas deixaram de ser as mulheres da capa de revista, da propaganda de cervejas, aquelas tidas somente como objeto de desejo. Parabéns mulheres, vocês mostraram que são capazes, não se deixaram abater pela discriminação e conquistaram seu lugar de destaque nessa sociedade machista de hoje e estão mostrando que não vão parar por aí e que várias conquistas ainda virão.

As mulheres não buscam construir uma sociedade de mulheres, “considerada mais doce e mais afetiva do que uma sociedade dos homens, julgada mais conquistadora e mais voluntariosa” (TOURAINE, 2007, p.117), mas sim um novo modelo de cultura que possa ser vivido por todos, por homens e mulheres. O que elas pretendem é harmonizar o que havia sido separado anteriormente, numa polarização entre os sexos masculino e feminino, que gerou extremas tensões e conflitos. Essa cultura nova busca recompor a experiência pessoal a coletiva, e igualmente unir o que tinha sido separado.

O que se almeja é que homens e mulheres tenham igualdade de condições em todas as esferas da vida pública e privada, para que vivam em harmonia. Que as lutas sejam travadas conjuntamente por homens e mulheres em busca de uma sociedade mais justa e vida digna a todos os cidadãos, independentemente de ser do sexo feminino ou masculino.

Assim, verifica-se que existe um grande canal entre a lei e a vida. No entanto, mais difícil do que mudar a lei é mudar as mentalidades. Muitas coisas em nossa legislação precisam ser transformadas, mas, antes de tudo, é fundamental que se mudem as relações entre mulheres e homens. Somente tais mudanças conduzirão à igualdade, à liberdade e à autonomia das mulheres, cujo resultado será uma transformação social, com homens e mulheres livres, construindo um mundo mais justo. RESPEITO! Palavra de ordem em pleno século XXI.

 

Michelle Batalha Rodrigues, advogada e professora universitária dos cursos de Administração, Educação Física e Segurança do Trânsito da UNEC – Centro Universitário de Caratinga, especialista em Criminologia pela Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas. 

 

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