O tema que iniciei na semana passada – JEJUM – exige mais reflexão. Incrível, até parece que ele é novo (?!) nas paradas do sucesso literário atual.
Quem fez cirurgia bariátrica é uma nova pessoa. Por quê?
Todos têm um costume próprio de se alimentar, e nem todos se alimentam de forma igual. Adicione uma culinária diferente, talvez menos saudável, e, como é moda também, acrescente-se os distúrbios, não importa a causa: as lucubrações do mundo interior, as emoções repentinas, os desejos não realizados, as ansiedades e preocupações quaisquer, etc. Isso, de forma bem simplificada, dá um de nós, hoje – é ou não é? Quem faz a cirurgia, terá de se submeter a uma reeducação alimentar, e isso resolve muitos desses hábitos não saudáveis!
Da última vez mencionei en passant o texto de Isaías, o capítulo 58, que elabora sobre o jejum que “agrada a Deus”. [Jesus, no sermão do monte, observou que o religioso falso, da exterioridade, usa este exercício físico-espiritual para ‘ganhar pontos’ e ele concluiu assim: Eles já receberam sua recompensa! (O ‘respeito’ também falso das pessoas que dizem, Ah, ele é muito ‘santo’, ele deve ter uma linha direta com Ele!)].
Só um pequeno adendo ao ‘grande jejuador exibicionista’: Cuidado, este exercício baixa sua imunidade, e de momento, todo mundo precisa estar bem abastecido dela, certo! Se você não concorda, ligue para seu médico – ele vai explicar bem os efeitos negativos de uma alimentação insuficiente.
Mas, voltando ao tema: Como devo iniciar a jejuar, se eu nunca fiz isso? Fácil: pode ser uma refeição que você “pula”, ou um tipo de alimento que você ‘sacrifica’ – por exemplo, chocolate, ou arroz, ou bife…
Isso é jejum? Claro. Você está ‘dizendo’ algo a seu corpo. Mais importante você está falando com seu Deus e Criador: Senhor, eu gosto muito de chocolate (ou…). Mas eu te amo mais. Tu és muito mais importante do que este chocolate para mim.
Jejum é algo que você comunica na profundidade com quem te fez e te conhece a partir do ‘esboço’. É uma comunicação que Ele entende, que te coloca face a face diante dEle.
O que vai acontecer?
Talvez, no início, nada – nada de especial.
Mas, de repente certas coisas ficam mais claras – você tem pensamentos mais nítidos a respeito do que antes estava meio ‘embolado’. Pode ser que venha um pensamento meio diferente, tipo “Aquele fulano, que falou mal de você, nem é tão ruim assim. Que tal falar com ele?” E você pode responder para você mesmo: – É, ele foi infeliz no que disse, me ofendeu, mas quem sabe não era o seu melhor dia – nem meu. Vou perdoar. Vou tentar falar de novo com ele.
Mas, a sua experiência não acaba aí. De repente você descobre que aquela dorzinha no peito que vinha quando você ficava estressado, que vinha incomodando, ué, onde está – desapareceu?!
Você está entendendo a dinâmica do jejum? É simples assim. Aos poucos você fica tão encantado com SUA capacidade de pensar diferente, de ver as coisas de outro ângulo, que você se diz: – Puxa, isso funciona! Vou fazer de novo.
Ou até, – Vou fazer disso um hábito – um dia por semana, que tal na quarta-feira, é um dia no meio da semana, quem sabe me ajuda a ficar bem e centrado a semana inteira! ? Ou o domingo.
Talvez você esteja “encucado”, e inquieto porque parece que há uma parede entre você e seu cônjuge, ou seu filho, que você ama tanto. Olha aí – que oportunidade para fazer o teste do jejum. Decida – sozinho, sem comunicar pra ninguém – o que você vai deixar de comer, e depois, olhos, ouvidos, coração abertos para o que vai acontecer!
Como escrevi na última vez, com o jejum você inicia a conquista de seus instintos ruins, tendências e desejos prejudiciais (tipo, fumar!) – você começa a assumir as rédeas de sua vida interior! Isso é muito bom! Reconhecer que o Altíssimo é que está, na verdade, no controle de tudo e todas as coisas.
Mas, e Isaías 58? Só para dar um ‘gostinho’, vou colocar aqui os versículos de 5 a 8:
5 Será esse o jejum que escolhi,
que apenas um dia o homem se humilhe,
incline a cabeça como o junco
e se deite sobre pano de saco e cinzas?
É isso que vocês chamam jejum,
um dia aceitável ao SENHOR?
6 “O jejum que desejo não é este:
soltar as correntes da injustiça,
desatar as cordas do jugo,
pôr em liberdade os oprimidos
e romper todo jugo?
7 Não é partilhar sua comida
com o faminto,
abrigar o pobre desamparado,
vestir o nu que você encontrou,
e não recusar ajuda ao próximo?
8 Aí sim, a sua luz irromperá
como a alvorada,
e prontamente surgirá a sua cura;
a sua retidão irá adiante de você,
e a glória do SENHOR estará
na sua retaguarda.
Queria convidar a todos para fazer esse jejum que provoca a sensibilidade para com a situação do próximo.
Creio, profundamente, que tem Alguém que quer que nos amemos e ajudemos mutuamente.
Uma boa semana para você, meu amigo, minha amiga.
Rev. Rudi Augusto Kruger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum