Como era a mensagem que Jesus pregava?
Há pessoas que são consideradas como sendo cristãs, mas em suas mensagens (ou atos) dizem algo que não é cristão. Por exemplo:
- “Tudo o que você faz não tem valor”? Isso está errado!
- “Você sempre será um pecador, isto é, uma pessoa culpada”? Também errado!
- “Você nunca será justo”? Errado!
- “Você sempre dependerá de caridade, da graça”? Errado!
- “Você estará sempre tendo que pedir favores a Deus”? Errado!
- “Você não tem mérito nenhum”? Erradíssimo!
A Psicologia, ou até o bom senso, mostra que tal mensagem ‘mata’ o respeito próprio, e a autoconfiança das pessoas – não importa se são jovens, adultas e mesmo, as idosas.
Jesus disse que o valor de cada pessoa equivale ao mundo inteiro. Isso não é pouca coisa não!
Entretanto, isso já era ensinado pelos sábios e rabinos de Israel muito antes de Cristo. Então, qual é o valor de cada um? Não importa a origem, raça, cor da pele, ações, realizações, ou até ações más (crimes!) – CADA UM DE NÓS vale mais que o mundo inteiro: eu sou, você é de valor incalculável!
Em outras palavras, cada um de nós é um projeto de Deus, uma criação especial de Deus. E DEUS NÃO CRIA FRACASSADOS, nem fracassos. Ele não cria material defeituoso.
Por isso Jesus disse que quem chamar uma pessoa de “RACA” (que significa que ele/ela não vale nada, ou, pior, que Deus o/a criou vazio/vazia – e, portanto, ele/ela não merece viver) – é um homicida! (Mt 5.21-22)
Assim, a verdade é que todos nós somos criaturas de Deus, todos fomos criados para um propósito verdadeiro e bom. Temos dignidade desde o nosso nascimento, e nunca a perdemos!
Crer que Deus existe é bom, mas melhor ainda é crer que Ele conhece, reconhece e ‘paga’ o que você vale. Assim, quando você faz o bem, você será premiado por isso.
Mas o oposto também é verdadeiro: Quando eu pratico (escolho) o mal, eu também pagarei por isso.
Na verdade, todas as religiões buscam responder as três perguntas de todos os seres humanos de todos os tempos: de onde venho, por que estou aqui, e para onde vou.
Na Teologia de Jesus, as respostas a essas três perguntas são:
- PRIMEIRA: Todos nós, sem exceção, viemos de Deus.
- SEGUNDA: Estou aqui para fazer a vontade de Deus: criar filhos, administrar uma loja, estudar, etc. Mesmo o bilionário precisa fazer esta pergunta!
- TERCEIRA: Todos, inclusive eu, vão comparecer diante de um tribunal de julgamento.
E como será este julgamento?
Na parábola dos dez talentos temos a resposta: Deus não julga a todos da mesma forma. Isto é, Deus é o JUSTO JUIZ não somente na hora do julgamento, mas Ele também nos conhece a fundo.
Tudo é relativo? Não. Deus é justo. Como Jesus disse, a quem muito é dado, muito será exigido: estaremos todos diante desse tribunal do Juiz JUSTO.
Portanto, podemos concluir que SEMPRE (no tempo do Antigo, no tempo do Novo Testamento, bem como em todas as épocas) – SEMPRE houve e há pessoas justas, isto é, pessoas que DEUS VÊ COMO JUSTAS. E é isso o que importa!
Claro, se formos pela nossa forma de julgar (pelo “achômetro”), a resposta é diferente. Mas aquilo que eu acho é sempre algum tipo de julgamento do próximo, e certamente, uma especulação, pois NÃO CONHEÇO TODOS OS FATOS!
Só Deus sabe todas as coisas! É PRECISO sempre lembrar disso. Principalmente nós, líderes religiosos, precisamos ter muito temor antes de falar qualquer palavra de julgamento, especialmente sobre aqueles que Jesus disse que eram “Seus pequeninos”, pelos quais – Jesus disse – o Pai tem um carinho e cuidado muito especial.
Veja lá o que Jesus disse para ser feito com quem “machuca” um desses prediletos do Senhor? Em Mateus 18.6 Ele disse: …[deveria-se] amarrar uma pedra de moinho ao redor do pescoço dele e jogá-lo no fundo do mar. (A pedra de moinho seria o peso para segurar a pessoa no fundo, para que ela morresse afogada!)
O pequenino é indefeso. O líder da igreja que se cuide! Todos precisam se cuidar – pois o Senhor está do lado do pequenino, do indefeso.
O ser humano é a coroa da criação divina. Somos administradores de tudo (animais, mundo vegetal, etc.) o que Ele criou. Prestaremos conta de todos nossos atos (e palavras, inclusive de julgamento), pois como já foi dito:
- Cada um de nós herdou a habilidade de escolher,
- Isto é, recebemos a capacidade de escolher entre o bem e o mal,
- E, por isso, também, cada um de nós herdou essa INCLINAÇÃO para o mal, para pecar.
Somos livres para escolher, mas, também, cada um vai arcar com a responsabilidade pelas escolhas más. Contudo: não nascemos culpados, isto é, não pagaremos pela culpa dos outros.
Acho essa pergunta muito intrigante: – Por que é que o povo judeu é tão bem sucedido na vida de uma forma geral? Eles ganharam mais prêmios Nobel que outros povos, fizeram/e continuam fazendo grandes descobertas, conseguiram desenvolver muitas invenções importantes – é um povo que se conservou através dos milênios, tendo sempre demonstrado muita resiliência.
Será que o que eles ouvem em suas casas explica um pouco essa sua disposição para “lutar” para serem bem sucedidos?
Os pais judeus, em geral, FAZEM QUESTÃO de DIZER a seus filhos que eles vão vencer na vida: – Você tem talento, você é capaz. Faça o seu melhor, esforce-se. Com isso, eles desenvolvem em seus filhos um caráter do BEM, bem como a sua autoconfiança.
Mais ainda: Quando eles vão à sinagoga, eles ouvem: – Vocês são o povo escolhido. Veja: Deus te ama. Deus te deu a Lei, e os profetas. Deus espera que você seja uma luz para o mundo. Você é especial. Você foi criado na imagem do Deus Todo-poderoso, o Criador do mundo. Faça o seu melhor!
Foi assim que Jesus foi criado, e esta foi a Sua teologia!
Estamos seguindo a Ele – essa deve ser também a nossa forma de crer, agir – a partir de nossa casa, em nossas reuniões, nas escolas, em todo o lugar – sempre.
(Extraído e adaptado do livro, de nossa autoria, “Restauração Acontecendo”, págs.102-111.)
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum a sua filosofia de trabalho– UniDoctum [email protected]