Que Deus o/a levante!
Difícil não opinar sobre a situação política de nossa pátria!
Tenho um amigo – por sinal, caratinguense -, que é muito criativo em várias áreas de sua vida. Queria só destacar a destreza espontânea com a qual cria novas palavras e expressões – uma marca que ele deixa por onde passa!
Uma dessas expressões ilustra demais a atitude que nós, brasileiros, de uma forma geral, temos desenvolvido em relação à política e ao governo: é fingir interesse.
Nossa decepção com tantas tentativas de “resolver” o Brasil é tamanha, que precisamos “fingir interesse”. De alguma forma estamos naquele ponto, do fato comprovado pela experiência coletiva, que não podemos fazer ou mudar nada.
O que fazer, então? Fingir que ainda nos interessamos. Meu amigo-irmão, quando quer chamar alguém para algo que vai dizer, diz simplesmente: “Hei, finja interesse e escute isso…”
Você sabe quantos motins, levantes, revoluções, revoltas, ou guerras houve no Brasil da independência em 1822 até a proclamação da República em 15 de novembro de 1889?
Adivinhe! Segundo alguns historiadores (pt.m.wikipedia.org), são 33!
E, pasmem: entre estes movimentos, a Revolução Farroupilha, iniciada em 20 de setembro de 1835, foi a mais longa – durou 10 anos!
Como sou gaúcho, lá lembramos o dia 20 de setembro a cada ano. O Rio Grande do Sul chegou até a separar-se do Brasil naquela época!
Sabe por quê? (Finja interesse!)
Foi por causa do preço do charque, a carne-seca que o Estado exportava para o resto do Brasil. Ela era usada então, principalmente, como base da alimentação dos escravos no Sudeste. Claro, havia outras razões até mais importantes, mas…
Domingo passado assisti ao terceiro programa do Luciano Huck, o “Domingão”. Queria ver como ele estava se saindo na tentativa de entreter os milhões que o Faustão tinha divertido nos tantos anos de seu programa. Não pude ver tudo, mas os quadros finais. O último me marcou? Por quê?
Você quer saber? Finja interesse então:
Ele fez uma mãe encontrar-se com sua filha após 35 anos de separação!
O novo regente do programa parecia ainda um pouco desajeitado (ou ele faz isso de propósito?). Histórias como essa, num país como o nosso, no qual há tanta necessidade, e onde o aconchego e carinho familiar, o amor materno, etc. são as mais verdadeiras grandes riquezas de uma extensa maioria – são sucesso certo!
Pensei com meus botões: “Uma pessoa assim no governo, quanto bem ela poderia fazer!”
O apresentador foi muito feliz, e passou a imagem de ser uma pessoa boa!
Como seria bom se pessoas boas estivessem à frente de nossos governos!
Como diz o autor do livro de Provérbios:
“Quando os justos [bons] governam, o povo se alegra, mas quando o ímpio [mau] domina, o povo geme.” (29.2)
O que acontece quando a pessoa verdadeiramente boa está na liderança, seja ela mulher ou homem:
“Por meio da justiça, o rei [o/a governante] dá estabilidade à terra, mas o que exige subornos a transtorna. (29.4)
Uma das principais características do/da bom/boa governante é isso aqui que o mesmo autor revela:
“O justo [bom] toma conhecimento da causa dos pobres, mas o ímpio [mau] a ignora por completo.” (29.7)
O que acontece quando os governos realmente se interessam e cuidam dos marginalizados, dos empobrecidos, dos esquecidos ou que constantemente são passados para trás?
“Se o rei [governante] julgar os pobres com justiça [igualdade, equidade, imparcialidade], seu trono [governo] será estabelecido para sempre. (29.14)
Por isso, nesse dia, ao lembrar que não é a luta armada, a guerra que traz justiça a uma nação ou povo, esta palavra pode muito bem ser a nossa oração sincera:
“Peço-te que não me negues duas coisas antes de morrer: Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me apenas o pão de cada dia; para que na fartura não te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou, empobrecendo, eu não venha a furtar e profane o nome de Deus. (30.7-8)
Por esta razão faço questão de repetir: NÃO deixemos de orar pela nossa nação, começando por nossa cidade:
Ó Deus, dá-nos governantes que sejam pessoas não somente de bem, mas também honestas, sinceras e VERDADEIRAS!
Aí certamente ninguém precisará “fingir” mais.
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum [email protected]